Vai correr tudo bem, vai correr tudo bem…
As vezes ela sentia-se tão sozinha que parecia que ia explodir de tristeza. Era uma dor miudinha que lhe descia pela garganta, lhe passava pelo coração, apertando-o, para lhe ir desaguar ao estômago num mal-estar semelhante ao volume de uma maçã, engolida inteira, com casca e tudo, que a fazia contorcer-se, aninhar-se, fechar-se, assim, como uma concha numa tentativa infantil de impedir que algum mal entrasse.
Ela sabia que chorar ajudava, mas a idade dela parecia não compreender tal facto. Quedava-se, arrogante, na sua posição de detentora da verdade e da experiência, e impedia-a de se libertar através do cloreto de sódio.
Ela, contudo, impedida dessa solução, enganava-se a si mesmo, embalando-se e trauteando, baixinho, canções da infância, intercaladas por frases de esperança: vai correr tudo bem, vai correr tudo bem...
Ela sabia que chorar ajudava, mas a idade dela parecia não compreender tal facto. Quedava-se, arrogante, na sua posição de detentora da verdade e da experiência, e impedia-a de se libertar através do cloreto de sódio.
Ela, contudo, impedida dessa solução, enganava-se a si mesmo, embalando-se e trauteando, baixinho, canções da infância, intercaladas por frases de esperança: vai correr tudo bem, vai correr tudo bem...
1 Comments:
Chorar ajuda a quê? Só ficamos com uma cara feia, olhos encarnados, inchados e os problemas e tristezas não passam no canal lacrimal. Pelo menos os meus não passam.
Mas correrá bem mesmo sem libertação do cloreto de sódio.
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