segunda-feira, janeiro 16, 2006

O Bar Aldebarã

A dúvida


Afinal, Demiurgo não sabia se sonhara, ou se chegara, na realidade, a entrar no Aldebarã.
Acordou confuso, de cabeça pesada, tonto, na boca um travo amargo que poderia, tanto, ser da mistura dos taninos dos Suspiros de Musa, como dos comprimidos que tomara de véspera, ao deitar-se, acompanhados de dois generosos copos de água-ardente que se encarregaram de o tranquilizar durante o sono.
Recordava uns olhos vítreos, rubros, demoníacos que poderiam, perfeitamente, ter sido os seus, tais foram as violentas febres que o assomaram nessa noite, privando-o de sentidos e razão. Lembrava um M. que ora o olhava, ora dormia, aninhado, sob uma mesa, mas essa, parecia-lhe semelhante às da confeitaria da baixa da cidade onde, por vezes, M. cochilava, enquanto esperava por Amina ou lá como ela se chamava.
Demiurgo não sabia. Em todo o caso, estava decidido, passaria novamente pelo
Aldebarã nessa noite. [SBB
]

Com ou sem Demiurgo, a história continua, naquele que é já
o meu preferido bar da blogosfera.


Nota: Para que não haja azo a confusões, fiquem os leitores sabendo que o ilustríssimo Bar Aldebarã é um projecto e ideia única e exclusivamente da autoria e responsabilidade dos escritores Manuel Jorge Marmelo e Paulinho Assunção, sobre o qual eu, com o conhecimento e consentimento dos autores, volta e meia, divago.