Na cama que havia feito
Lunata acordou mirrada, de olhos fundos e sem esperança, como os de uma velhinha.
Vestiu-se a custo, com dores nos pensamentos e na alma, artroses nas lembranças, reumatismo nos sonhos. Não fez a cama. Os lençóis ficaram, lá, como estavam, esquecidos, desarrumados, engelhados, numa confusão, desconfortável, de pregas e vincos. Embrulhou-se num xaile escuro e sentou-se na velha cadeira de baloiço a olhar pela janela a baça realidade que os seus olhos viam. Uma, duas, … trinta e oito vezes balançou os anos, numa cadencia apática, autista. Levantou-se. E sem ânimo iria [voltar a] deitar-se na cama que [não] havia feito.
Vestiu-se a custo, com dores nos pensamentos e na alma, artroses nas lembranças, reumatismo nos sonhos. Não fez a cama. Os lençóis ficaram, lá, como estavam, esquecidos, desarrumados, engelhados, numa confusão, desconfortável, de pregas e vincos. Embrulhou-se num xaile escuro e sentou-se na velha cadeira de baloiço a olhar pela janela a baça realidade que os seus olhos viam. Uma, duas, … trinta e oito vezes balançou os anos, numa cadencia apática, autista. Levantou-se. E sem ânimo iria [voltar a] deitar-se na cama que [não] havia feito.
1 Comments:
"In Darkness Let Me Dwell"
John Dowland
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