Estará Demiurgo a sonhar?
Porta Norte do Bar Aldebarã (Fotografia retirada daqui)
Desde ontem que Demiurgo vigia o Bar Aldebarã ancorado, desde o inicio da semana, na Avenida dos Descobrimentos, na Póvoa de Varzim. À noitinha, espiou-lhe o caramanchão e a entrada sul, galgou-lhe o jardim e fez sentinela à porta norte. Não viu luz alguma. Não ouviu qualquer voz. Não sentiu vivalma.
Hoje, palmilhou a marginal sob uma irritante e incontinente chuva miudinha e não reconheceu nos transeuntes Machado de Assis, Cida La Lampe, ou Lucas Baldus.
Voltou à entrada principal do Aldebarã e releu o “Noticiário de uma curta ausência” afixado a maiúsculas nos vidros foscos e trabalhados, art noveau, do estabelecimento.
Magicamente, como naqueles livros em que as letras aparecem e desaparecem sem deixar mácula, notou que os pontos 6, 7 e 8 de tal aviso tinham sido substituídos por outros. Onde antes era aceite a sugestão de Eça de Queirós em mudar o bar para o local onde decorriam as Correntes d`Escrita, estava agora impresso: “A sugestão não foi ainda de todo aceita devido a certos inconvenientes…”.
Demiurgo ajustou o monóculo ao olho esquerdo e mirou, de alto a baixo, o imponente edifício que se lhe afigurava defronte.
– Homessa! Mas que o bar aqui está, está! Ou estarei eu a sonhar?! [SBB]
Nota: O Bar Aldebarã é um projecto e ideia única e exclusivamente da autoria e responsabilidade dos escritores Manuel Jorge Marmelo e Paulinho Assunção, sobre o qual eu, com o conhecimento e consentimento dos autores, volta e meia, escrevo.
Desde ontem que Demiurgo vigia o Bar Aldebarã ancorado, desde o inicio da semana, na Avenida dos Descobrimentos, na Póvoa de Varzim. À noitinha, espiou-lhe o caramanchão e a entrada sul, galgou-lhe o jardim e fez sentinela à porta norte. Não viu luz alguma. Não ouviu qualquer voz. Não sentiu vivalma.
Hoje, palmilhou a marginal sob uma irritante e incontinente chuva miudinha e não reconheceu nos transeuntes Machado de Assis, Cida La Lampe, ou Lucas Baldus.
Voltou à entrada principal do Aldebarã e releu o “Noticiário de uma curta ausência” afixado a maiúsculas nos vidros foscos e trabalhados, art noveau, do estabelecimento.
Magicamente, como naqueles livros em que as letras aparecem e desaparecem sem deixar mácula, notou que os pontos 6, 7 e 8 de tal aviso tinham sido substituídos por outros. Onde antes era aceite a sugestão de Eça de Queirós em mudar o bar para o local onde decorriam as Correntes d`Escrita, estava agora impresso: “A sugestão não foi ainda de todo aceita devido a certos inconvenientes…”.
Demiurgo ajustou o monóculo ao olho esquerdo e mirou, de alto a baixo, o imponente edifício que se lhe afigurava defronte.
– Homessa! Mas que o bar aqui está, está! Ou estarei eu a sonhar?! [SBB]
Nota: O Bar Aldebarã é um projecto e ideia única e exclusivamente da autoria e responsabilidade dos escritores Manuel Jorge Marmelo e Paulinho Assunção, sobre o qual eu, com o conhecimento e consentimento dos autores, volta e meia, escrevo.
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