quarta-feira, novembro 21, 2007

Simão, o Economista (II)

Personagens:
• Simão (7 anos)
• Eu

Cenário:
No carro, enquanto conduzo, pergunto-lhe pelo seu melhor amigo, aquele que, por não andar na mesma escola que ele, só vê nas férias e em ocasiões especiais como festas.

Acção:
– Então, tens estado com o teu grande amigo Francisco?
– Não… e tenho tantas saudades dele!... – lamenta.
– Mas ele esteve há pouco tempo nos teus anos… e tu também já estiveste nos dele. Foram em casa dele? – pergunto, para o distrair da sua tristeza.
– Foram. Ou melhor, foram numa das casas dele – informa para me impressionar, novamente animado.
– Pois, a casa dele estava em obras e tiveram de ir viver para outra casa, não foi?
– Nãã… o Francisco tem muitas casas!
– Ai, sim? – interrogo, concentrada no transito, que insiste em se manter caótico.
– Tem, para aí, umas treze! – exagera ele, descaradamente.
– Não pode ser, Simão, ninguém tem treze casas! – buzino, determinada, ao paspalho que passa para a minha fila sem fazer sinal de piscas.
– A sério! – assegura, ele. E depois, entendido na matéria, para me convencer: – Tu nem imaginas quanto a mãe dele paga de impostos!

1 Comments:

Blogger José M. Barbosa said...

Isto é uma delícia. Fui às lágrimas de tanto rir.
Simão, homem esclarecido !

Z.

11:47 da tarde  

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