quarta-feira, julho 16, 2008

[Porque sim]

Cheguei agora a casa, Meu Amor. Tenho a pele morena. O sol queimou-a impiedosamente para que se parecesse com a tua. [Para me fazer lembrar de ti.] O salitre temperou-a para que soubesse ao teu suor. A água percorreu-me o corpo em carícias sucessivas. Perigosas. Deliciosas! Fez atirar-me de cabeça. Deixar-me envolver por ela. Ir ao fundo para voltar à tona quase sem ar! [Como tu fizeste comigo…]
Hoje não me procuraste. Sei que um dia deixarás [novamente] de o fazer. Assim como a maré – que vai e vem – tu irás também um dia. Sem aviso e sem lógica. Por conjuntura cósmica. Porque sim.