Ironias
© Foto: Ellen Von Unwerth/ Na foto: David Bowie e Iman
Lá em baixo, na festa popular de S. Bartolomeu, o ritmo da salsa puxa-nos para o pé de dança. Ele agarra-me pela cintura e num esforço de gingar latino embala-me ao som da música, entusiasmado. Eu resisto, rogada, num flirt adolescente divertido. Ele insiste. Desencaminha-me, consegue-me fazer rodar duas ou três vezes para logo eu me libertar, num falso recato. Alguém nos observa e dirige-se a ele. Pergunta-lhe se é de cá, se é português. Ao que ele responde que não. Um homem de fartos bigodes e cabelos grisalhos zela pelos costumes nacionais e pela honra das moças pátrias e aconselha: “Não leva a mal, mas não insista. A rapariga tem problemas.”. Ele ri-se e, irónico, sem parar de dançar, responde: “Sim, eu sei. O seu maior problema é ser minha mulher.”.
Lá em baixo, na festa popular de S. Bartolomeu, o ritmo da salsa puxa-nos para o pé de dança. Ele agarra-me pela cintura e num esforço de gingar latino embala-me ao som da música, entusiasmado. Eu resisto, rogada, num flirt adolescente divertido. Ele insiste. Desencaminha-me, consegue-me fazer rodar duas ou três vezes para logo eu me libertar, num falso recato. Alguém nos observa e dirige-se a ele. Pergunta-lhe se é de cá, se é português. Ao que ele responde que não. Um homem de fartos bigodes e cabelos grisalhos zela pelos costumes nacionais e pela honra das moças pátrias e aconselha: “Não leva a mal, mas não insista. A rapariga tem problemas.”. Ele ri-se e, irónico, sem parar de dançar, responde: “Sim, eu sei. O seu maior problema é ser minha mulher.”.
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