quinta-feira, outubro 01, 2009

Tonta. De ternura.

© Foto: Ruven Afanador

Há uns tempos, ao entrar em casa, vi a vizinha da frente, zangada, ralhar com a sua gata, falando-lhe como se de uma criança se tratasse, inquirindo-a se aquilo eram horas de chegar, mandando-a entrar, já, à sua frente, que a comida estava no prato.
Lembrei-me dele. De abanar a caixa de Brekies e de o chamar; fazê-lo, desta forma, ouvir a léguas o anunciar da refeição que o esperava, e de ver ao longe, muito ao longe, num pontinho doirado, o seu passo acelerar-se na minha direcção, adivinhando-lhe o miar a cada movimento do focinho quando, já mais perto, lhe conseguia distinguir o riscado perfeito.
Várias vezes devo ter passado por tola aos olhos da vizinhança pelo ridículo da situação. Várias vezes, devem ter-me intitulado doida. Maluca. Louca... E era! Pela a alegria de o ter ali, à minha volta, rodopiando, investindo turrinhas na palma da minha mão, pequenos saltos, delicadas investidas, implorando atenção, implorando festas, implorando palavras ridículas, tontas, sim, que só se dizem àqueles que gostamos muito: Liiindo! Muito lindo! Gato muuuito liiiindo!

2 Comments:

Blogger Leticia said...

eu tenho que reconhecer que tbm sou assim, falo com a minha gata wendy como se fosse uma criança e mais .. acredite ela entende,rsrs

2:05 da manhã  
Blogger Sofia Bragança Buchholz said...

Eu sei que entende. Tolos são os que pensam que os gatos não entendem e estam-se nas tintas para os donos ;-)

2:38 da manhã  

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