Em busca das origens
Ah, não sabia! Procurou, com a curiosidade das meninas-mulheres, e encontrou. Pequenina, nostálgica, romântica, perdida no meio do nada… afinal, como ela mesma. Sempre pensara que lhe viera de Lua. Uma serenata de Lua. Ou, talvez, a nata, o âmago, a essência da Lua. Mas, não. E nem imaginava, sequer, quando deitada no seu Quarto Minguante, com a perna fugindo-lhe, baloiçando, fora da sua imaculada cama celeste, inquiria o Pó-Lunar. Ele, atarefado, afastava-se, para se voltar a aproximar, agregado, já, de forma diferente, com as suas tenuíssimas partículas dispostas de nova maneira, sempre em movimento, sempre mutante, apenas consistente na sua alvura. Dizia-lhe que não sabia, que a recordava eterna, desconhecendo-lhe ascendência ou genealogia, deixando-a, assim, com a resposta, ainda mais só naquele seu Mundo da Lua.
Mas Lunata era persistente, e como um felino, mal a noite caía, sob um céu estrelado que a iluminava, caçava o conhecimento com o entusiasmo e a sofreguidão daqueles para quem o saber é precioso.
E encontrou. Perdida na romântica Toscana, na – como ela – antiquíssima Itália, cercada a oeste por Lucca, a norte por Lammari, a este por Fratina e a sul por Cappanori, aquela que lhe esconde as origens, a que lhe enterra as raízes, a que, enfim, lhe dá nome, a bela e graciosa vila Lunata.
Mas Lunata era persistente, e como um felino, mal a noite caía, sob um céu estrelado que a iluminava, caçava o conhecimento com o entusiasmo e a sofreguidão daqueles para quem o saber é precioso.
E encontrou. Perdida na romântica Toscana, na – como ela – antiquíssima Itália, cercada a oeste por Lucca, a norte por Lammari, a este por Fratina e a sul por Cappanori, aquela que lhe esconde as origens, a que lhe enterra as raízes, a que, enfim, lhe dá nome, a bela e graciosa vila Lunata.
© Texto e Foto: Sofia Bragança Buchholz. Reprodução interdita.
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