quinta-feira, setembro 14, 2006

Em 1880 como agora, em 2006

“E ia-me resignando, como quem a uma table d`hôte mastiga a bucha de pão seco à espera que lhe chegue o prato rico de charlotte russe. As felicidades haviam de vir: e para as apressar eu fazia tudo o que devia como português e como constitucional: − pedia-as todas as noites a Nossa Senhora das Dores, e comprava décimos da loteria.” [Em “O Mandarim”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil, págs 24-25]

Como Teodoro − e mais dez milhões de portugueses, constitucionais − também eu jogarei amanha no euromilhões, e rezarei, à noite, a Nossa Senhora para que se lembre de mim. As felicidades, essas, caramba, é desta que hão-de vir!