Mãos
Lunata gostava de mãos. De longos dedos, como as dos pianistas, elegantes, como as dos bailarinos, sagazes como as dos homens de leis. Gostava delas conhecedoras, eruditas, distintas, como as dos diplomatas. Especialistas, investigadoras, persistentes, como as dos cientistas. Aventureiras, ágeis, exploradoras como as dos arqueólogos. E gostava delas, também, tímidas, sensíveis, sonhadoras, como as dos poetas. Mas as que ela preferia, as de que ela gostava mais, eram as dedicadas, cirúrgicas, curadoras, de médico, como as de Demiurgo.
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