Sobre o Caminho (VIII): Tonto
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Lamento. Mas já não te quero. Sinto muito. Mas perdeste a tua oportunidade. Expirou o teu tempo. Tonto. Tiveste-o todo, ao tempo, ao meu e o teu. Nas tuas mãos, na tua vontade, nos teus desejos e apetites. Desperdiçaste-o. Tonto. Deixaste-o fugir, por entre incertezas e dúvidas. Deixaste-me escapar, por entre a tua indecisão e negligência e procuras agora, tonto, remendar essa rede, puída pelo sofrimento, repleta de fissuras e brechas por onde te escapa o controlo? Tonto! Esperavas que, agora, tanto tempo depois de me teres despedaçado o coração, ele sangrasse ainda por ti? Tonto! Imaginavas que, ainda, tantos anos depois de teres desprezado o meu amor, de me teres maltratado a auto-estima, de teres ignorado a minha dor… acreditavas que, ainda, estivesse aqui, de braços abertos, para te receber? Tonto.
Sabes, Meu Amor? Tenho pena. Não passas de um pobre tonto!
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