Deprimente (I)
Hoje, visitei a avó do S. no lar onde está internada.
Sabia que estava mal, com os seus noventa e um anos, mas é sempre mais impressionante quando o constatamos com os nossos próprios olhos e tomamos consciência da degradação que é envelhecer.
Ainda há cinco anos tomava café connosco; há vinte, passeava com o neto nas ruas de Düsseldorf e era ela a adulta e ele o miúdo; há sessenta – vejo-a, aqui, numa fotografia a preto e branco – pousava com a filha pequena, e com um leão bebé; há noventa, também ela foi bebé.
Hoje, assim o parece – de fraldas, a dormir o tempo todo e a depender exclusivamente dos cuidados dos outros –, mas sem graça e já sem a esperança que é poder crescer.
Sabia que estava mal, com os seus noventa e um anos, mas é sempre mais impressionante quando o constatamos com os nossos próprios olhos e tomamos consciência da degradação que é envelhecer.
Ainda há cinco anos tomava café connosco; há vinte, passeava com o neto nas ruas de Düsseldorf e era ela a adulta e ele o miúdo; há sessenta – vejo-a, aqui, numa fotografia a preto e branco – pousava com a filha pequena, e com um leão bebé; há noventa, também ela foi bebé.
Hoje, assim o parece – de fraldas, a dormir o tempo todo e a depender exclusivamente dos cuidados dos outros –, mas sem graça e já sem a esperança que é poder crescer.
1 Comments:
Fogo... Que visão aterradora. Realmente a velhice é a uma coisa demasidamente trágica. A viisão deste texto exprime bem a impotência para a qual todos nos dirigimos. Inevitavelmente.
Mesmo assim e contra nós, a favor do tempo, um Feliz Ano Novo.
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