quarta-feira, janeiro 03, 2007

Mister Pimpim, buscando as origens

Desenganem-se, aqueles que pensam que quem se dispõe a atravessar um oceano; se sujeita ao desconforto do jet lag; e à incompreensão de uma língua estrangeira, o faz pelos lindos olhos de um parente afastado. Não, nada disso. Geralmente, fá-lo porque quer saber mais, porque quer perceber de onde vem, quer conhecer as origens.
Foi essa a razão que me fez embarcar, um destes dias, com Düss El Dwarf e Mister Pimpim, num avião a abarrotar de uma fauna curiosa e quase indescritível – duendes de longas cabeleiras oleosas, gigantes de epiderme albina, ogres de tez cor de lama... – e voar para norte, para a terra dos gnomos, outrora lugar de densas florestas mitológicas, hoje, repleta de pequenos jardins.

E anda feliz o meu gnomo! Ele e Mister Pimpim, desde que chegámos.
Apesar do frio, as cores saudáveis coloram-lhes as faces e a boa disposição cresce proporcionalmente ao consumo de cerveja.
Exponencialmente, cresce também a emissão de gases e o débito de disparates por minuto.
Em cada jardim parece haver sempre mais um primo, um amigo, um conhecido que se junta à trupe, nesta incompreensível língua que grunhem entre si. Nem eu fazia ideia que existiam tantos: quase oitenta milhões de gnomos, calculem!
Os costumes são estranhos, e pergunto-me como seres visualmente tão desorganizados conseguem ter regras para tantas coisas: os bolos comem-se às quatro da tarde; à noite não há refeições quentes; as crianças vão a horas precisas para a cama; o banho toma-se em dias determinados...