Esse maravilhoso ser chamado Mãe que nos atura tudo e mais alguma coisa

© Foto: ?/ Na foto: Eva Herzigova

Conversa telefónica a mais de 2.000 km de distância:

– Estou, mãe? Olha, estou a fazer uma sopa e a varinha mágica deu uma faísca esquisita...
– Ah, é preciso ter cuidado!...
– Pois, mas agora não posso deixar a sopa a meio. Ficas aí, enquanto eu a passo?
Do outro lado, apesar de adivinhar o esboço de um argumento lógico, do género “mas de que te posso eu valer, aqui tão longe?!” – que nunca chegará a ser pronunciado, atente-se – ouço um previsível e sempre prestável:
– Claro que sim, filha!
Eu esclareço:
– Eu sei que estás em Portugal e eu aqui, mas é que o S. já está a dormir, e se eu ficar electrocutada podes sempre ligar para o telemóvel dele, a avisar. Se fores rápida, talvez eu ainda me safe!...