A Big Desilusão
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Era (e sou) fã da série o “Sexo e a Cidade”. Achava-a inteligente, perspicaz e com sentido de humor. Divertia-me a sagacidade com que eram analisadas as relações entre homens e mulheres (ou até mesmo entre homens e homens) e a forma irónica como estas eram descritas. Nela, as vidas das personagens – apesar do brilhantismo do guarda-roupa, particularmente na última temporada – estavam longe de serem perfeitas, à semelhança das nossas, comuns mortais. E essas imperfeições eram compensadas com outras coisas, o que nem sempre acontece na realidade, mas que se revela fundamental em ficção pois transmite-nos – a nós público – a sensação de esperança, de possibilidade de felicidade. Carrie, a eterna apaixonada por Mr. Big, era compensada da ausência de reciprocidade pela amizade de Charlotte, Miranda e Samantha; Charlotte, que ansiava acima de tudo na vida ser mãe, via o seu equilíbrio num casamento feliz; Samantha, a braços com um cancro na última série, vê reforçada a sua auto-estima num homem muito mais novo que fica, incondicionalmente, ao seu lado; e Miranda, frente a um tipo de vida que não desejara, dá a volta por cima e compensa a liberdade de que subitamente se vê privada na estabilidade e conforto de uma família. E estes são apenas alguns exemplos.
Ontem fui ver o filme. Avisada pelas críticas “da especialidade” de que era um mau filme, não me deixei convencer, pois geralmente discordo das opiniões intelectualóides destes experts que tantas vezes não expressam o que acham, mas o que fica bem dizer. Acontece que o filme me desiludiu. O argumento é fraco e incongruente com a personalidade (já nossa conhecida) das personagens. Carrie passou de assertiva a fútil, Charlotte de clássica a histérica (nunca na série ela deu tamanhos gritinhos!), Miranda deixou de ser inteligente para passar a ser pateta (o argumento de culpa que carrega, não convence nem o mais simples de espírito), Mr. Big, de ser independente para passar a ser um triste. Só Samantha parece esforçar-se por salvar a situação, mantendo-se fiel a si própria e ao seu gosto por sexo e, vendo-se privada dele pela imposição do argumento, compensa-o, consistentemente, da única forma capaz de fazer sentido. E de nos fazer rir.
Era (e sou) fã da série o “Sexo e a Cidade”. Achava-a inteligente, perspicaz e com sentido de humor. Divertia-me a sagacidade com que eram analisadas as relações entre homens e mulheres (ou até mesmo entre homens e homens) e a forma irónica como estas eram descritas. Nela, as vidas das personagens – apesar do brilhantismo do guarda-roupa, particularmente na última temporada – estavam longe de serem perfeitas, à semelhança das nossas, comuns mortais. E essas imperfeições eram compensadas com outras coisas, o que nem sempre acontece na realidade, mas que se revela fundamental em ficção pois transmite-nos – a nós público – a sensação de esperança, de possibilidade de felicidade. Carrie, a eterna apaixonada por Mr. Big, era compensada da ausência de reciprocidade pela amizade de Charlotte, Miranda e Samantha; Charlotte, que ansiava acima de tudo na vida ser mãe, via o seu equilíbrio num casamento feliz; Samantha, a braços com um cancro na última série, vê reforçada a sua auto-estima num homem muito mais novo que fica, incondicionalmente, ao seu lado; e Miranda, frente a um tipo de vida que não desejara, dá a volta por cima e compensa a liberdade de que subitamente se vê privada na estabilidade e conforto de uma família. E estes são apenas alguns exemplos.
Ontem fui ver o filme. Avisada pelas críticas “da especialidade” de que era um mau filme, não me deixei convencer, pois geralmente discordo das opiniões intelectualóides destes experts que tantas vezes não expressam o que acham, mas o que fica bem dizer. Acontece que o filme me desiludiu. O argumento é fraco e incongruente com a personalidade (já nossa conhecida) das personagens. Carrie passou de assertiva a fútil, Charlotte de clássica a histérica (nunca na série ela deu tamanhos gritinhos!), Miranda deixou de ser inteligente para passar a ser pateta (o argumento de culpa que carrega, não convence nem o mais simples de espírito), Mr. Big, de ser independente para passar a ser um triste. Só Samantha parece esforçar-se por salvar a situação, mantendo-se fiel a si própria e ao seu gosto por sexo e, vendo-se privada dele pela imposição do argumento, compensa-o, consistentemente, da única forma capaz de fazer sentido. E de nos fazer rir.
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3 Comments:
Também tive pena de não ser como na série. Achei sobretudo o Big completamente diferente. Big assustado? Big a playing along? Pior, Big quase crawling? Não me parece....
Salvam-se as roupitas da Carrie e uma ou outra das outras três. Aí, admito que os meus olhos brilham.
Prima,
fui ver o filme no Sábado... Já imaginava que não seria nada de especial, mas nem sempre vamos ao cinema para ver grandes filmes. Vi gente a sair a meio... Piroso, foleiro, fútil, a parolice no seu auge. Pior é impossivel!
Bjs
SóniaRS
Verdade Crezia, é o que eu digo, passou de autoconfiante a triste. Inseguro, sozinho, abandonado, sem amigos, preocupado com o que dizem os outros (sobre o fracasso dos seus antigos casamentos)... não combina com o Big que a série nos deu a conhecer. Como diria o Simão: um homem não muda assim, caramba! ;-)
Prima:
Uma desilusão mesmo. Tinham os ingredientes todos para fazerem um bom filme: o mesmo argumentista (não sei o que lhe passou pela cabeça, a sério!), o mesmo elenco, o mesmo cenário, tudo... e falharam redondamente!
Beijinhos
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