Transferência
E, no momento em que o pobre cão transpôs o portão de sua casa, ela soube exactamente que nome lhe ia dar. Iria chamá-lo de Alfredo, como o seu amante. E iria domesticá-lo, castrá-lo, fazê-lo submisso e sempre à sua mercê, incondicionalmente fiel, como nunca lhe fora o seu homónimo. Depois, quando se lembrasse de todas as humilhações que este lhe fizera, fá-lo-ia rastejar até si, implorando afecto, e regozijar-se-ia a chamar-lhe “cachorro!, rafeiro!, vira-lata de merda!”
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