Simão, e o outro lado da Força. Ou não.
Personagens:
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Eu, uma Vader convicta aqui da Armada, tenho uma confissão [séria] a fazer-vos: nunca vi a “Guerra das Estrelas”.
Ontem, ao reparar, pousados na mesa do quarto dos brinquedos, em dois livros sobre o assunto, resolvo pedir ao Simão um breve e resumido – pensava eu – esclarecimento que me elucide de uma vez por todas.
Durante uma explicação longa e pormenorizada, repleta de uma catrefada de personagens horrendos e sinistros que jamais serei capaz de memorizar e que se renovam ou multiplicam a cada novo filme, eis que surge um miudinho loirinho, de ar inocente, que o meu sobrinho me assegura ser o Darth Vader. Desconfio. “Tão ignorante também não sou”, argumento. Para mim, tal maléfico personagem, usa uma máscara escura e uma capa – como tantas vezes tenho visto à rapaziada cá da casa – e respira ofegante e lentamente, quase como o país nos últimos tempos devido à tão célebre asfixia democrática. O Simão indigna-se, diz que, sim, que é ele, que está certo das suas afirmações, que é Darth Vader em criança, nessa altura intitulado Anakin Skywalker, filho de uma tal Shimi Skywalker e de um caçador que a violou (foi isto que ele me impingiu, juro, apesar da wikipédia desmentir). Céptica, interrogo-o:
Acção:
– Então, e a máscara?
– A máscara e aquele corpo só lhos puseram mais tarde. Depois de lhe terem sido cortados os braços e as pernas e de ter ficado com a cara toda desfeita com lava.
E a cada explicação faz, convictamente, nos seus, o gesto dos membros a serem amputados e da face a ser desfigurada.
Eu, incrédula, questiono:
– Cortaram-lhe os braços e as pernas?
– Tudo! – Exclama, dramático. – E para tornar mais convincente a sua explicação, acrescenta: – Se queres que te diga, acho até que lhe cortaram a pila. Cá para mim, puseram-lhe depois uma pila robótica!
E, pronto, meus caros camaradas, perante esta explicação, não quis saber mais nada. Sobre o Darth Vader, fiquei esclarecida.
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Eu, uma Vader convicta aqui da Armada, tenho uma confissão [séria] a fazer-vos: nunca vi a “Guerra das Estrelas”.
Ontem, ao reparar, pousados na mesa do quarto dos brinquedos, em dois livros sobre o assunto, resolvo pedir ao Simão um breve e resumido – pensava eu – esclarecimento que me elucide de uma vez por todas.
Durante uma explicação longa e pormenorizada, repleta de uma catrefada de personagens horrendos e sinistros que jamais serei capaz de memorizar e que se renovam ou multiplicam a cada novo filme, eis que surge um miudinho loirinho, de ar inocente, que o meu sobrinho me assegura ser o Darth Vader. Desconfio. “Tão ignorante também não sou”, argumento. Para mim, tal maléfico personagem, usa uma máscara escura e uma capa – como tantas vezes tenho visto à rapaziada cá da casa – e respira ofegante e lentamente, quase como o país nos últimos tempos devido à tão célebre asfixia democrática. O Simão indigna-se, diz que, sim, que é ele, que está certo das suas afirmações, que é Darth Vader em criança, nessa altura intitulado Anakin Skywalker, filho de uma tal Shimi Skywalker e de um caçador que a violou (foi isto que ele me impingiu, juro, apesar da wikipédia desmentir). Céptica, interrogo-o:
Acção:
– Então, e a máscara?
– A máscara e aquele corpo só lhos puseram mais tarde. Depois de lhe terem sido cortados os braços e as pernas e de ter ficado com a cara toda desfeita com lava.
E a cada explicação faz, convictamente, nos seus, o gesto dos membros a serem amputados e da face a ser desfigurada.
Eu, incrédula, questiono:
– Cortaram-lhe os braços e as pernas?
– Tudo! – Exclama, dramático. – E para tornar mais convincente a sua explicação, acrescenta: – Se queres que te diga, acho até que lhe cortaram a pila. Cá para mim, puseram-lhe depois uma pila robótica!
E, pronto, meus caros camaradas, perante esta explicação, não quis saber mais nada. Sobre o Darth Vader, fiquei esclarecida.
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