quarta-feira, abril 28, 2010

Verdades Absolutas

Já ensaiei tantas justificações para o teu desamor. Imaginei-te aflições. Desgraças. Azares. Problemas financeiros. Complicações jurídicas. Doenças. Vi-te em guerras, arranjei-te inimigos, feridas, dores. Compromissos incapazes de se desfazerem, projectos inadiáveis, trabalhos irrecusáveis. Pressenti nascerem-te filhos, morrer-te a mulher, partirem-te entes queridos. Senti-te amarrado, da cabeça aos pés, compreendi-te as fraquezas, solidarizei-me com elas. Inventei motivos imbatíveis, argumentos incontornáveis, mil e um pretextos para aceitar a tua ausência quando só havia um. Um só: não gostares, realmente, de mim.

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