terça-feira, junho 14, 2005

Esta ideia...

... de vir para a varanda escrever foi feliz, mas não foi boa. O sol afrouxa-me os pensamentos e a falta de posição contrai-me os músculos, fazendo doer cada um deles no meu corpo.
Tinha em mente dissertar sobre o filme que vi ontem* à noite, mas esta moleza faz-me divagar, desconcentrando-me as ideias, indo estas desaguar, desordenadamente, ao documentário que vi na Sic-Notícias sobre a hiperactividade.
Comecemos, então, pelo documentário. Quem ligasse, assim, de repente a televisão pensaria que a Sam, uma rapariguinha aí de uns dez anos idade, estava possuída por um daqueles “espíritos” terríveis que costumam apoderar-se das crianças nos (maus) filmes de terror. Os cabelos compridos loiros, desgrenhados, ajudavam a convencer-nos e as correrias desenfreadas, comparáveis às de um potro selvagem, davam-nos a certeza. Mas não, a menina sofria de TDAH/THD, ou seja, a doença a que vulgarmente chamamos de hiperactividade. E se ser pai de uma criança destas não deve ser fácil – assim só a título de exemplo: eles batem, mordem, fogem, destroem tudo e mais alguma coisa, são impulsivos, não medem os riscos… e sobretudo, mexem-se muito, muito, TANTO que, só de ver, ficamos cansados – ser uma destas crianças – ou adultos – deve ser ainda mais complicado. É que o cérebro de um hiperactivo dá várias “ordens” de acção ao mesmo tempo… como o meu agora, bolas, que me está a dizer para escrever, para me levantar, para ir telefonar, para me ir arranjar… ai, cum caraças, que não é hoje que termino este texto… bolas, bolas, bolas e rebolas!...

* 6 de Março