imaginar_ _ _
Uma hora e meia de espera. Antes tinha sido outra hora e meia para comer porco na brasa, perfaz um total de três horas para ver vinte minutos de espectáculo. A culpa foi da parada que se atrasou, demorando mais tempo do que o previsto, para percorrer as ruas da cidade.
Vieram do céu, mais do que muitos, encapuçados, como espermatozóides futuristas. Uniram-se em círculos, ésses, rectas e ús. Ficaram brancos, rosa, amarelos, violeta. E jorraram água. Uma chuva miudinha que refrescou o mar de gente que os observava de pescoços inclinados e olhos fitos no ar. O som era alto, ensurdecedor, vibrante, enquanto eles se contorciam, se esticavam, se baloiçavam e se voltavam a alinhar. De repente terminou e ficamos, ali, à espera de um bis que jamais chegou.
Dissolvemo-nos na multidão e, confesso, angustiou-me a claustrofobia de saber-me cercada de tanta gente. Ao longe a música chamava e seguimos, magicamente, o seu encantamento. Como um rio humano, que corria, que não era nunca o mesmo, que reflectia tonalidades diferentes. Deixei-me levar. Desaguei em frente ao palco e dei por mim a dançar, a lançar, violentamente, os braços no espaço até as mãos se encontrarem num estalo compassado. Ritmado, feliz. E cantei: zahh zahh zahhhhhh zahh zahh! Acompanharam-me os outros, cada um, todos, o rio inteiro! Disseram que eram palavras de sorte. Não sei. Não interessa. Mas sei, sim, que a alegria, essa é certo, esteve comigo esta noite.
Vieram do céu, mais do que muitos, encapuçados, como espermatozóides futuristas. Uniram-se em círculos, ésses, rectas e ús. Ficaram brancos, rosa, amarelos, violeta. E jorraram água. Uma chuva miudinha que refrescou o mar de gente que os observava de pescoços inclinados e olhos fitos no ar. O som era alto, ensurdecedor, vibrante, enquanto eles se contorciam, se esticavam, se baloiçavam e se voltavam a alinhar. De repente terminou e ficamos, ali, à espera de um bis que jamais chegou.
Dissolvemo-nos na multidão e, confesso, angustiou-me a claustrofobia de saber-me cercada de tanta gente. Ao longe a música chamava e seguimos, magicamente, o seu encantamento. Como um rio humano, que corria, que não era nunca o mesmo, que reflectia tonalidades diferentes. Deixei-me levar. Desaguei em frente ao palco e dei por mim a dançar, a lançar, violentamente, os braços no espaço até as mãos se encontrarem num estalo compassado. Ritmado, feliz. E cantei: zahh zahh zahhhhhh zahh zahh! Acompanharam-me os outros, cada um, todos, o rio inteiro! Disseram que eram palavras de sorte. Não sei. Não interessa. Mas sei, sim, que a alegria, essa é certo, esteve comigo esta noite.
Vitor Azeredo
[Foto colocada a 11.07.05]
2 Comments:
olá...é bom saber que estivestes por lá...eu também...mas a 40 m pendurada naquela grua:)
foi,apesar da brevidade um momento muito belo.
um abraço
renata
renATA pendurATA!
AHAHAHAHAsou um idiota,eu seiHAHAHAHAHAHAHAHAA...hahaha..ah.
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