Rituais
Começavam a ser um ritual, aquelas noites de Inverno.
Primeiro ele chegava, sentava-se, ajustava a sua imagem, acendia um cigarro e só depois, então, lhe perguntava como ela estava.
Ela permanecia quieta, em silêncio, esperando a sua chamada, temendo − qual caçador inexperiente − a um mínimo gesto afugentar aquela rotina.
Via-o expelir o fumo do tabaco, adivinhando-lhe o trajecto: pulmões, traqueia, laringe, faringe… e soltar-se pelos lábios entreabertos, carnudos, cuja temperatura, sabor e textura conhecia de cor.
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Primeiro ele chegava, sentava-se, ajustava a sua imagem, acendia um cigarro e só depois, então, lhe perguntava como ela estava.
Ela permanecia quieta, em silêncio, esperando a sua chamada, temendo − qual caçador inexperiente − a um mínimo gesto afugentar aquela rotina.
Via-o expelir o fumo do tabaco, adivinhando-lhe o trajecto: pulmões, traqueia, laringe, faringe… e soltar-se pelos lábios entreabertos, carnudos, cuja temperatura, sabor e textura conhecia de cor.
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