quinta-feira, janeiro 26, 2006

A [in]sustentável dor da ausência

Faz tempo que Demiurgo não procura Lunata. Para afastar a dor da ausência, ela prendeu, hoje, seus cabelos revoltosos num gorro grená e saiu para a rua. Cumprimentou senhor Labrador e sua esposa, dona Retrevier; Falou com dona Dálmata, afagando, no colo, o seu filho ainda bebé; e foi sentar-se no jardim, numa prosa interessante com dom Tareco, com quem ainda gargalhou quando este, num acto de atrevimento, se pôs a brincar com o pompom que lhe rematava o gorro.
E assim, por momentos, Lunata esqueceu Demiurgo e sob o gorro grená voltaram a dourar, seus cabelos. É que a vida são dois dias e tem de ser vivida um dia de cada vez.