A Foz ao domingo à tarde…
É a menina dos totós, a rapariga e o namorado, a Bolacha Americana, a gorda da coxa grossa. Os dois velhotes bem vestidos, a jovem do collant de renda, a senhora dos tremoços, o rafeiro farfalhudo, o cão de raça pela trela. É a foto de família, o casalinho do filho pequeno, o relato de futebol, o fumo do cigarro. É a moça da saia comprida, a velha que fica a olhar, a neta lambida da velha, o senhor da castanha assada. É o cata-vento que brilha, o menino que faz birra, o pai contrariado, a mãe com ar de má. É o fotógrafo a aguardar o momento, é a rapariga do gelado, a outra dos óculos escuros e o rapaz do blusão à maneira. É a menina dos patins em linha, o senhor da biciclete, o menino do skate, o atleta da corrida. São os carros em fila na marginal, a música alta que toca, é o parolo do cabriolet, o bimbo da lambreta. É a loira das raízes escuras, o puto ranhoso gordo, as velhinhas de braço dado e as meninas do jogging. São os pescadores de cavalas, os cães de raça e os donos, as senhoras perfumadas, os cavalheiros de gel. É a menina dos totós, a rapariga e o namorado, a gorda da coxa grossa e mais bolacha americana…
2 Comments:
"Samba da Foz"? :)
só falta mesmo o homem do leme. E que é que ele pensará desse caleidoscópio domingueiro? ele, que só pode ser sábio. Aqui em Lisboa (onde vivo eu q sou do Porto) tb há um homem do leme escondido no Cais do Sodré. Volta e meia (por saudades da Foz?) vou lá vê-lo.
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