quarta-feira, abril 05, 2006

A Fuga

Lunata não foi. Nem procurou o ramo que Demiurgo fez para ela. Não deu os 20 passos (dos dele), nem circundou o arbusto/ árvore. Deixou-se ficar, com medo da tempestade, no aconchego do seu porto seguro.
Quando voltou ao parque, já o sol dourava a Primavera. Conversou com o pato preto, evitando o assunto. Encontrou-o desalinhado − ao pato − com a sua gravata branca desordenada, preocupado. Morreram-lhe amigos, disse, lá longe. Outros, mais perto, já aqui ao lado, contou. Lunata ouviu. Sofreu com ele. Ofereceu palavras de conforto. E deixou-o, já a tarde ia longa, atarefado como de costume, mas desta vez com a dor.
Ao deparar com “aviso” (proibido nadar / profundidade 3,5 metros), sentiu no coração um aperto: aquele que sentem os arrependidos; e ao passar junto ao arbusto/ árvore, o respeito que se sente por um lugar sagrado: aquele onde jaz uma relíquia santa. Evitou-o, contudo. Ao arrependimento também.
E saiu pela entrada sul, rapidamente, com a ligeireza daqueles que fogem da armadilha dos sentimentos.

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5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hi There...
Tempos a tempos vou passando por aqui e seguindo as aventuras de Düss e companhia, para ver que, a mais anónima das minhas amigas, continua cerebralmente activa, e como sempre com a criatividade literária em alta.
Saudações da Capital...Yaba, Paulo ou anónimo cidadão do mundo como preferires.

5:13 da tarde  
Blogger Sofia Bragança Buchholz said...

Olhem quem ele é...!
Qual aventuras do Düss, qual quê! Vens mas é ver as anjaças que eu ponho por aqui... confessa, vá? ;-)

Beijocas, Paulo!

6:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Essas também claro está...

12:20 da tarde  
Blogger I'mNesic said...

Bem, obrigada cara Eterna descontente!
Se quiseres podes dar-lhe também o meu e-mail (wendyandyou@hotmail.com)!
Obrigada pelos favorzinhos e continua a mostrar porque é k ñ t importas d ter asas....é k eu tb kero umas asinhas! he he
mt fixe a tua colectânea de fotos!!!
beijinhos*

3:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O pato preto...qual denominador comum dos muitos desencontros que a "vida" tece.

11:05 da tarde  

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