Um comentário que merece um post
Um simpático leitor, sensível ao meu desejo de voar e conhecedor de técnicas para além das aqui utilizadas – a imaginação – teve a gentileza de me convidar para um voo de parapente.
Mas, eis, que tal sugestão instalou a confusão neste blog:
Eterna Descontente, eufórica de felicidade, abre constantemente os braços como uma águia e rodopia em manobras de fazer inveja a experientes pilotos da Red Bull; corre de um lado para o outro, ensaia saltos e piruetas e, de cada vez que passa perto de mim, rente, a milímetros e sem me tocar, como se de um obstáculo se tratasse, sussurra-me desconcertantemente ao ouvido: Vamos! Já pensaste? poder ver o mundo lá de cima, como Lunata?, sentir o vento na cara, como Senhor Pato quando migra para sul?…. Vamos!, não sejas tonta!
Ora, Lunata não partilha desta opinião: experiente em alturas, conhecedora de ventos favoráveis e desfavoráveis, assegura-me que todas as aTerragens são perigosas e adverte-me da gravidade de uma aproximação ao solo: A menos que não seja para regressar, não faças esse voo: a Terra é perigosa; a força da gravidade, também; seguro, é a ausência dela – avisa.
Pato Preto, por sua vez, diz que isto são tretas de quem anda em órbita, com uma eternidade de tempo para filosofar, e assegura-me que voar é seguro, que todos os primos o fazem, que ele próprio se prepara para o fazer. Aliás, é por entre quaks e malas semi-arrumadas que o faz, atarefado como sempre, quak, que por ser fim de verão está ele de partida.
Demiurgo divide-se: parte dele, a mais antiga, a que usa paletó e lunetas, que se desloca em charretes e demora semanas a chegar ao destino, a mais tradicional e cautelosa, diz-me que não vá, que voar é coisa de um século apressado, inseguro e perigoso. A outra, a mais moderna, a que usa t-shirts Dolce & Gabbana e óculos escuros, que se move num roadster da BMW e voa em poucas horas para um fim-de-semana numa ilha paradisíaca, a mais aventureira e destemida, diz-me que vá, que é um desafio, que hoje tudo é seguro e as oportunidades são para se agarrar.
Quem não me larga é Düss El Dwarf que, começando por dizer ser um disparate tal convite, com intenções duvidosas e despropositadas, depois de ver o site do nosso leitor, mudou radical e surpreendentemente de opinião: assegura-me que são adeptas da modalidade outras meninas de bem, que estão muito bem equipadas com airbags naturais em caso de queda, que voar é lindo, que as nossas anjinhas também voam, e que faz questão de ir comigo. Aliás, este tornou-se, até, um ponto assente e indiscutível.
Ora, no meio disto tudo, encontro-me eu, Sofia Bragança Buchholz, que partilho desejos com Eterna Descontente, medos com Lunata, receios e vontades com Demiurgo e Pato Preto, nada com Düss El Dwarf (que fique, aqui, registado!) a não ser o sentido de humor e a boa disposição, e que, acima de tudo, sou muitíssimo mais cautelosa que todos eles e (infelizmente?) vivo com os pés muito mais bem assentes no chão.
Ao meu simpático leitor, fica o agradecimento público e a promessa que irei ponderar o assunto.
Mas, eis, que tal sugestão instalou a confusão neste blog:
Eterna Descontente, eufórica de felicidade, abre constantemente os braços como uma águia e rodopia em manobras de fazer inveja a experientes pilotos da Red Bull; corre de um lado para o outro, ensaia saltos e piruetas e, de cada vez que passa perto de mim, rente, a milímetros e sem me tocar, como se de um obstáculo se tratasse, sussurra-me desconcertantemente ao ouvido: Vamos! Já pensaste? poder ver o mundo lá de cima, como Lunata?, sentir o vento na cara, como Senhor Pato quando migra para sul?…. Vamos!, não sejas tonta!
Ora, Lunata não partilha desta opinião: experiente em alturas, conhecedora de ventos favoráveis e desfavoráveis, assegura-me que todas as aTerragens são perigosas e adverte-me da gravidade de uma aproximação ao solo: A menos que não seja para regressar, não faças esse voo: a Terra é perigosa; a força da gravidade, também; seguro, é a ausência dela – avisa.
Pato Preto, por sua vez, diz que isto são tretas de quem anda em órbita, com uma eternidade de tempo para filosofar, e assegura-me que voar é seguro, que todos os primos o fazem, que ele próprio se prepara para o fazer. Aliás, é por entre quaks e malas semi-arrumadas que o faz, atarefado como sempre, quak, que por ser fim de verão está ele de partida.
Demiurgo divide-se: parte dele, a mais antiga, a que usa paletó e lunetas, que se desloca em charretes e demora semanas a chegar ao destino, a mais tradicional e cautelosa, diz-me que não vá, que voar é coisa de um século apressado, inseguro e perigoso. A outra, a mais moderna, a que usa t-shirts Dolce & Gabbana e óculos escuros, que se move num roadster da BMW e voa em poucas horas para um fim-de-semana numa ilha paradisíaca, a mais aventureira e destemida, diz-me que vá, que é um desafio, que hoje tudo é seguro e as oportunidades são para se agarrar.
Quem não me larga é Düss El Dwarf que, começando por dizer ser um disparate tal convite, com intenções duvidosas e despropositadas, depois de ver o site do nosso leitor, mudou radical e surpreendentemente de opinião: assegura-me que são adeptas da modalidade outras meninas de bem, que estão muito bem equipadas com airbags naturais em caso de queda, que voar é lindo, que as nossas anjinhas também voam, e que faz questão de ir comigo. Aliás, este tornou-se, até, um ponto assente e indiscutível.
Ora, no meio disto tudo, encontro-me eu, Sofia Bragança Buchholz, que partilho desejos com Eterna Descontente, medos com Lunata, receios e vontades com Demiurgo e Pato Preto, nada com Düss El Dwarf (que fique, aqui, registado!) a não ser o sentido de humor e a boa disposição, e que, acima de tudo, sou muitíssimo mais cautelosa que todos eles e (infelizmente?) vivo com os pés muito mais bem assentes no chão.
Ao meu simpático leitor, fica o agradecimento público e a promessa que irei ponderar o assunto.
Etiquetas: Lunata
3 Comments:
...ahahaha... imagino que torne a sua decisão difícil, mas adoro a sua imaginação... n.
Olá! Sou o “simpático leitor” :-)
Tens toda a razão de teres dúvidas, pois nos dias que correm as pessoas tendem a criar barreiras contra aquilo que desconhecem e raramente são capazes de seguir os seus instintos de forma a realizarem os seus sonhos! O convite foi feito (mesmo) sem qualquer interesse e surgiu dum impulso na altura em que li a palavra “Parapente” num texto. Nem tudo na vida é feito com segundas intenções e acredito que tenho a capacidade de dar algo sem querer nada em troca!
Voar para mim é a realização daquilo que considero ser o meu destino! Gosto de partilhar o que sinto quando voo e as coisas que mais prazer me deram na vida foi a possibilidade de durante um belo período da minha vida, ter conseguido ajudar a realizar o "sonho" daqueles que querem “voar como os pássaros”.
Vivo em função dos meus sonhos e muitos deles acabam por se tornar realidade mais cedo ou mais tarde. Por vezes realizam-se por meros acasos ou quando não desisto deles!
Uma certa pessoa com alma voadora, escreveu estas palavras que podes ver aqui (http://my.opera.com/Khaky/blog/2007/05/07/curto)as quais (para mim) definem os voadores!
Um outro amigo que encolheu as asas (temporariamente), um dia escreveu:
Ser voador é saber sentir
É olhar o espaço,
E descobrir o tudo,
É sentir o odor da altura,
O sabor do vento.
É conseguir ser independente
É elevar-se do chão;
É voar hoje, amanhã,
Ser nuvem sem ser água;
Ser tudo e não ser nada...
O que é ser voador
nem o voador sabe,
mas só ele sente o que é!
Cheguei ao teu blog num certo dia em que fiz uma busca pela palavra "asa". Escusado será dizer que, deparei com fotos de belas mulheres na rubrica “Percebes agora porque é que tenho asas", depois apercebi-me que para além disso criastes personagens engraçadas (alter-egos) que te acompanham nas tuas aventuras. Gosto do desafio de ir tentando entender as histórias que tens para contar!
Não percas essa vontade de voar, mesmo que não tires os pés do chão e não deixes de ser a “Fada que às vezes se engana no caminho”!
Termino com as palavras de uma grande mulher que ousou intrometer-se num mundo de homens, conseguindo quebrar certos "tabus" no meio do voo livre nacional e que julgo que se adequa também a uma fada como tu: “As tuas asas voam, aquilo que a tua mente quiser!”.
Paulo Reis
P.S: Sou um dos webmasters deste website dum clube de Parapente a que pertenço! Se tiveres interesse podes sempre obter mais informações sobre este desporto aqui: http://www.avls.pt/
Ao simpático (mesmo, de verdade!) leitor Paulo Reis, o meu obrigada, mais uma vez, pelas palavras, e as minhas desculpas por só estar a responder agora ao seu comentário (o tempo anda curto para o blog).
Se estivesse mais perto, ia ver esses voos, habituar-me à ideia e ganhar coragem para esse “salto” na minha vida. Teria de fazer um “namoro” à modalidade para perceber os perigos (ou desmistificá-los), familiarizar -me com o equipamento, com os instrutores e, claro, com a altura.
Assim, deslocar-me de propósito para “mergulhar de cabeça”... confesso… não sou capaz.
Eterna Descontente diz que sou medricas. Lunata diz que sou cautelosa. Pato Preto diz que sou tola. Parte de Demiurgo diz que sou sensata, outra parte, que sou pouco corajosa. Düss El Dwarf nem sei o que diz, que, nem o oiço, de tanto me chagar … Eu digo que sou como sou e - já - ninguém me consegue mudar.
Uma coisa é certa: já me despertou a curiosidade para a modalidade.
Se ganhar coragem para a experimentar por cá e ficar fã, quando for aí, pode contar comigo! :-)
Obrigada!
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