quarta-feira, novembro 28, 2007

O Ciclo da Vida do Amor (II)

Lunata tem saudades de Demiurgo. Daqueles – primeiros – meses em que se descobriram, daqueles primeiros tempos em que levantaram as pontas aos véus das suas personalidades e se deslumbraram com elas; se maravilharam com o desconhecido um do outro! Dos dias, vinte e quatro horas, vividos a dois, trinta e um dias repetidos com a mesma vontade, surpreendentemente, sem cansado ou exaustão.
Lunata tem saudades da época em que os tiques eram ainda características; as acusações, frontalidade; os vícios, persistência. A indiferença, culpa da escassez de tempo; as desavenças, mal entendidos; as provocações, brincadeiras.
Lunata queria (tanto!) poder voltar atrás, retroceder, até aí, o tempo, e recomeçar a história. Apagar com uma borracha encantada os borrões da narrativa, reescrevê-la de forma correcta (e feliz) com uma caneta mágica.
Mas Lunata não pode. Porque é [sempre] assim na vida: tudo o que nasce, morre; tudo o que começa, termina; tudo o que se descobre, desaparece… tudo o que é de mais, cansa. E foi de mais, o seu amor por Demiurgo.

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1 Comments:

Blogger José M. Barbosa said...

Depois de ler este, já ficaria indeciso no voto. Bom texto.
Nesta modesta opinião de comum leitor claro.
Mas a crítica considerada como tal também não passa, na minha modesta opinião, de uma opinião qualquer dum tipo qualquer.
Gostei. Muito.

Z.

8:30 da tarde  

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