Um subconsciente pequenino
No Médio Oriente, que mais parecia a Ásia profunda, uma equipa peculiar de voluntários − um dos quais se deslocava sempre com o filho deficiente às cavalitas, como se de um todo se tratassem − reúne esforços para pôr a salvo uma criança, perseguida por ter uma estranha particularidade − uma espécie de clítoris, pendurado no osso púbico − e uns olhos muito azuis.
A equipa engendra planos para resgatar a dita menina das mãos vis da família de ditadores que governa o país e a entregar ao avô, um chinês de pele curtida, de longos cabelos e bigodes brancos, que conduz uma engraçada mota de água, com a cabeça de um pato, e que a espera na praia para a levar para uma ilha segura.
Na blogosfera o acontecimento é seguido com particular interesse. No blog do João Gonçalves os comentários chovem; as ideias e opiniões dos leitores surgem de todos os lados, a rodos, num entusiasmo tal, só comparável aos warblogs durante a segunda Guerra no Golfo.
Entretanto, a intriga política fervilha. O Ministro dos Negócios Estrangeiros do tal país têm um affair com outro político e a prova encontra-se na declaração de amor − com corações e tudo! − escrita a esferográfica azul, num caderno escolar pautado, que o dito Ministro me entrega por engano (sim, pelos vistos, também faço parte da tal peculiar equipa).
Ao aperceber-se do erro, este, manda as suas tropas encetarem-me uma perseguição − a mim, e à espécie de James Bond doméstico que faz de meu partner − digna de filme policial, em que enfrento tiros e fios cortantes e que acaba no posto médico de Lordelo de Ouro, lugar − ora, quem havia de dizer − neutro, isento, seguro, qual embaixada!
Aí, a equipa delineia novas estratégias e saboreia o prazer − pequenino e mesquinho − de estar na posição mais forte: Epá! Agora, temos um trunfo! Ena pá!, agora, podemos fazer chantagem! E pavoneia-se no edifício e no pátio que o circunda, enquanto lá fora, onde começa o passeio público e a estrada, o Ministro e as suas forças de elite os miram expectantes, mas impotentes.
As directivas mudam: a prioridade não é já colocar a menina a salvo, mas sim um gato preto, muito frágil e com hipotermia, para o qual é tecido a várias mãos, em turnos de vinte e quatro horas, um imenso cachecol, também preto, que o agasalhará quando passar despercebido, em frente aos inimigos, dentro de uma mala Sensonite.
Finalmente, − aleluia, haja esperança para este meu subconsciente! − mesmo antes de eu acordar, alguém, se questiona e pergunta para que se desloca sempre o outro tipo, com o filho deficiente nos ombros.
Ora bem:
Ponto 1: Que me perdoe o João Gonçalves de ser assim arrastado para esta pequenina trapalhada, deste meu pequenino subconsciente, mas também quem é que o mandou chamar “Portugal dos Pequeninos” ao blog?!
Ponto 2: Está visto que tenho um problema mal resolvido com gatos: são sempre frágeis e indefesos… mas, bolas, quem se lixa sempre sou eu (que tenho pesadelos)!
Ponto 3: Atenção, senhores realizadores, continuo receptiva a propostas para argumentista! É fazerem fila!
A equipa engendra planos para resgatar a dita menina das mãos vis da família de ditadores que governa o país e a entregar ao avô, um chinês de pele curtida, de longos cabelos e bigodes brancos, que conduz uma engraçada mota de água, com a cabeça de um pato, e que a espera na praia para a levar para uma ilha segura.
Na blogosfera o acontecimento é seguido com particular interesse. No blog do João Gonçalves os comentários chovem; as ideias e opiniões dos leitores surgem de todos os lados, a rodos, num entusiasmo tal, só comparável aos warblogs durante a segunda Guerra no Golfo.
Entretanto, a intriga política fervilha. O Ministro dos Negócios Estrangeiros do tal país têm um affair com outro político e a prova encontra-se na declaração de amor − com corações e tudo! − escrita a esferográfica azul, num caderno escolar pautado, que o dito Ministro me entrega por engano (sim, pelos vistos, também faço parte da tal peculiar equipa).
Ao aperceber-se do erro, este, manda as suas tropas encetarem-me uma perseguição − a mim, e à espécie de James Bond doméstico que faz de meu partner − digna de filme policial, em que enfrento tiros e fios cortantes e que acaba no posto médico de Lordelo de Ouro, lugar − ora, quem havia de dizer − neutro, isento, seguro, qual embaixada!
Aí, a equipa delineia novas estratégias e saboreia o prazer − pequenino e mesquinho − de estar na posição mais forte: Epá! Agora, temos um trunfo! Ena pá!, agora, podemos fazer chantagem! E pavoneia-se no edifício e no pátio que o circunda, enquanto lá fora, onde começa o passeio público e a estrada, o Ministro e as suas forças de elite os miram expectantes, mas impotentes.
As directivas mudam: a prioridade não é já colocar a menina a salvo, mas sim um gato preto, muito frágil e com hipotermia, para o qual é tecido a várias mãos, em turnos de vinte e quatro horas, um imenso cachecol, também preto, que o agasalhará quando passar despercebido, em frente aos inimigos, dentro de uma mala Sensonite.
Finalmente, − aleluia, haja esperança para este meu subconsciente! − mesmo antes de eu acordar, alguém, se questiona e pergunta para que se desloca sempre o outro tipo, com o filho deficiente nos ombros.
Ora bem:
Ponto 1: Que me perdoe o João Gonçalves de ser assim arrastado para esta pequenina trapalhada, deste meu pequenino subconsciente, mas também quem é que o mandou chamar “Portugal dos Pequeninos” ao blog?!
Ponto 2: Está visto que tenho um problema mal resolvido com gatos: são sempre frágeis e indefesos… mas, bolas, quem se lixa sempre sou eu (que tenho pesadelos)!
Ponto 3: Atenção, senhores realizadores, continuo receptiva a propostas para argumentista! É fazerem fila!
1 Comments:
Se isto foi um sonho, admito que finalmente encontrei alguém que rivalize os seus sonhos com os meus. Em termos de alucinações entenda-se...Ainda no outro dia matei a minha irmã - que não tenho - e o meu cunhado à facada e procurei 1001 maneiras de ludibriar a Polícia. Parece que consegui. Não voltei a sonnhar com o mesmo...
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