Post Politicamente Incorrecto
Foto retirada deste blog
Acordei a redigir uma reclamação num livro de reclamações. Maçada, sem paciência, aborrecida com o formalismo que o acto implica e indignada com a causa que me motivara a fazê-lo.
Sonhava com a piscina da Granja. Com a minha piscina da Granja onde, na infância, passei verões inteiros a dar mergulhos e a engolir pirolitos. Esse lugar elitista onde outrora só entrava quem tinha pedigree e poder de compra e que era a garantia de um dia bem passado no prazer da boa convivência, de níveis de cloro aceitáveis e espreguiçadeiras suficientes à disposição.
Depois de lhe terem retirado as pranchas, de a terem proletarizado através de um sistema de preços que a tornou acessível a qualquer um, de lhe terem retirado o “poço” de largos metros que tanto me fascinou, de terem abolido o trampolim, esse ultimo símbolo (capitalista?) sobrevivente à revolução de Abril, mas agora aniquilado definitivamente pela globalização e as suas normas, tinham-na, no meu sonho, transformado em dois tanques tão baixos e de comprimento tão ínfimo que era impossível dar duas braçadas, mas que, em compensação, eram seguríssimos. Mais: todo o restante edifício fora transformado em moderníssimas salas de aulas onde eram ministrados por sumidades internacionais seminários teóricos sobre natação.
Já não é a primeira vez que sonho com a piscina da Granja. Com a minha piscina da Granja. Da última, tinham-na transformado num jardim zoológico. Deve-me ter ficado na memória aquele dia, há uns anos, em que lá fui e vim corrida pela macacada em que aquilo se transformou. Mas desta vez não podia deixar passar; era urgente agir. Era imprescindível redigir um protesto! Nem que fosse à entidade responsável pelo meu subconsciente.
Acordei a redigir uma reclamação num livro de reclamações. Maçada, sem paciência, aborrecida com o formalismo que o acto implica e indignada com a causa que me motivara a fazê-lo.
Sonhava com a piscina da Granja. Com a minha piscina da Granja onde, na infância, passei verões inteiros a dar mergulhos e a engolir pirolitos. Esse lugar elitista onde outrora só entrava quem tinha pedigree e poder de compra e que era a garantia de um dia bem passado no prazer da boa convivência, de níveis de cloro aceitáveis e espreguiçadeiras suficientes à disposição.
Depois de lhe terem retirado as pranchas, de a terem proletarizado através de um sistema de preços que a tornou acessível a qualquer um, de lhe terem retirado o “poço” de largos metros que tanto me fascinou, de terem abolido o trampolim, esse ultimo símbolo (capitalista?) sobrevivente à revolução de Abril, mas agora aniquilado definitivamente pela globalização e as suas normas, tinham-na, no meu sonho, transformado em dois tanques tão baixos e de comprimento tão ínfimo que era impossível dar duas braçadas, mas que, em compensação, eram seguríssimos. Mais: todo o restante edifício fora transformado em moderníssimas salas de aulas onde eram ministrados por sumidades internacionais seminários teóricos sobre natação.
Já não é a primeira vez que sonho com a piscina da Granja. Com a minha piscina da Granja. Da última, tinham-na transformado num jardim zoológico. Deve-me ter ficado na memória aquele dia, há uns anos, em que lá fui e vim corrida pela macacada em que aquilo se transformou. Mas desta vez não podia deixar passar; era urgente agir. Era imprescindível redigir um protesto! Nem que fosse à entidade responsável pelo meu subconsciente.
2 Comments:
Quem sonha assim não é gago, e o post é políticamente correcto. É aliás correcto sobre todos os aspectos.
Z.
Tem toda a razão. Quando li este seu post, lembrei-me de muitas pessoas da minha família que passavam os seus Verões na Granja.
E que saudades tinham eles desses tempos!
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