sábado, outubro 23, 2010

Votos

Eu, Meu Amor, não sei por que nos prega o destino esta partida. Porque razão teima em apartar-nos, quando era suposto não separar ninguém o que Deus uniu. Porque cava entre nós fossos que nos impedem de ter uma existência normal. Um relacionamento normal, uma família normal, uma vida normal. Não sei porque nos arrasta consecutivamente para esta penosa nostalgia, para esta sensação de impotência, de dor, onde as feridas − quando as tentamos a todo o custo ignorar − teimam em abrir-se e sangrar. Mesmo assim, cuidadosamente, voltamos a fechá-las, cicatriz após cicatriz, com a persistência daqueles que não desistem facilmente, com o carinho daqueles que se querem bem.
Eu, que sei de cor o azul dos teus olhos, o dourado dos teus cabelos, que te conheço desde menino, eu, Meu Amor, − mesmo que, às vezes, não pareça − prometo ser-te leal, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, durante toda a nossa vida. Ainda.

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