sexta-feira, outubro 01, 2010

O Insustentável Peso Feminino

Estou outra vez presa na teia do amor. Essa rede miudinha que apanha tudo de nós: os sentidos, a razão, o bom senso.
Estou outra vez perdida num barco sem rumo. À deriva na maré-alta, turbulenta, das emoções. Correntes de humores, vagas de sentires, ondas de paixão.
Separa-me de ti o nunca, essa distância infinita que separa aqueles que não foram feitos para ficarem juntos. Vidas atravessam-se no nosso caminho. Atrapalham-nos; impedem-nos de nos tocarmos. Erguem-se famílias entre nós! Tropeçamos em filhos, esbarramos em conjugues, sufocamos em obrigações, enquanto tentamos, inutilmente, estender os braços para nos abraçarmos. Um minuto que seja enlaçados! Um minuto, assim, efémero, inconsequente é o suficiente para ti. Um minuto, assim, descomprometido, irresponsável é o suficiente para mim: para me fazer sentir miseravelmente mal.

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