terça-feira, novembro 07, 2006

Pedir de mais

Se pudesses ouvir-me, um minuto que fosse, escutares, em silêncio, o meu choro inquieto, aceitares o meu, aparente, incompreensível descontentamento... (sem fugires);
Se pudesse entregar a minha cabeça ao teu colo, confiante, sem defesas nem receios, como fazem os filhos com os pais... (sem te fartares);
Se pudesse contar-te toda a verdade, mesmo a menos colorida, despir-me por inteiro e mostrar-te os meus lados mais feios... (sem te assustares);
Se pudesse abrir-te o meu coração, dissecá-lo canto a canto, expor-te as feridas que lhe fazes, com a tua indiferença e egoísmo... (sem te virares contra mim);
Se pudesses entrar, agora, por aquela porta − como dizem as canções − apaziguares com um abraço a minha dor, tranquilizares-me com beijos os receios e sussurrares-me ao ouvido que vai correr tudo bem… seria (mesmo) pedir de mais, Meu Amor?