Quase no fim do espectáculo fantástico [e longo! – pensei que, por ser de borla, ia ser uma amostrinha] que foi o de ontem, Joaquín Cortés diz que quer desejar a actuação dessa noite à mãe. Atrás de mim, logo uma rapariga exclama sarcasticamente para a amiga: – Pois! Giros e bons e… filhos da mãe, claro!
Reciclar, sim, mas só até onde advêm benefícios reais para o ambiente
Tenho, na minha casa da Alemanha, uma catrefada de caixotes do lixo diferentes mas não me perguntem para o que cada um deles é. Papel, vidro e embalagens, ainda chego lá, mas a coisa complica-se quando se trata de lixo biológico, lixos grandes, lixo normal, lixo do jardim, lixo metálico, lixo electrónico grande, lixo electrónico pequeno, e assim por diante. Ainda há uns tempos, com uns collants rasgados na mão, pasmei para os caixotes interrogando-me: onde diabo ponho esta porcaria? Sendo meias de vidro, quase estive, ironicamente, para as colocar no vidrão. Ora, bolas, é que me chateia ter constantemente de perguntar (ou verificar num complexo manual) onde colocar as coisas, como me chateia ainda mais a ideia de que existe uma espécie de “Pide do lixo” que fiscaliza os meus hábitos domésticos e me penaliza se erro. Sim, é que mesmo com os salários elevados que lá se pagam o Estado digna-se a remunerar alguém para remexer no meu lixo! Bem sei que para pagar esta tarefa contribuo – eu e todos os outros residentes – monetariamente com uma taxa anual fixa, mais uma variável por quilo de espécie de lixo (o biológico é o mais barato, o resto é sempre a subir). Inspeccionam contentores, avaliam sacos de plástico e ditam sentenças conforme os casos. Uma verdadeira maluqueira! O lobby Verde é, na Alemanha, poderosíssimo e hipnotiza a opinião pública sedenta de regras. Toda a gente sabe que a separação manual do lixo tem os dias contados e que dará lugar à automática, mas os Verdes continuam a achar que é fundamental – e só a expressão já me assusta – “educar” o povo. Tão preocupados que estão com o ambiente, os alemães deixam de pensar com lucidez. Separam fundalisticamente o lixo para no fim do processo, a grande parte das vezes, este vir a ser novamente unido e queimado em conjunto. Patrocinam uma indústria poluente de saquinhos de plástico e contentores coloridos para o acondicionar, uma outra de reciclagem de embalagens de que já existem indícios de ser mais poluente do que se tal não existisse: lavar, tratar, limpar embalagens gasta quantidades exorbitantes de recursos preciosos como água, suja enormemente o ambiente, polui-o ainda mais. Isto já para não falar do que se refere ao parque automóvel, que insistem em não deixar chegar até ao fim da vida útil, alegando que não possuem filtros nem mais não sei o quê, esquecendo-se de que produzi-los implicam muitíssimos mais custos ambientais e financeiros. Bem sei que estou a falar da Alemanha, mas preocupa-me que o nosso país, sempre a reboque da Europa, corra o risco de para lá caminhar. É que, quando acabam os benefícios reais para o ambiente para passarem a prevalecer os valores ideológicos, passo a discordar das políticas ambientais: reciclar, sim, é bom até certo ponto. A partir daí deixa de ser um benefício fundamental para o ambiente para passar a ser apenas um valor ideológico tantas vezes ao serviço de poderosos interesses económicos.
Primeiro, foi o Herbie Hancock nos Jardins do Palácio de Cristal, de borla. Agora, o Joaquín Cortéz na marginal de Matosinhos. Ou estão todos em saldo, ou as câmaras estão ricas. Who cares? Nós agradecemos!
é quanto eu valho! Ora bolas, chega uma pessoa de férias e depara-se com uma avaliação destas! Esperam lá... 21 camelos?? Vinte e um??! Ena, nem eu imaginava que valia tanto!
Sempre soubeste que, para mim, és o abismo. Sempre soubeste que, para mim, és o céu colorido a violentas pinceladas de cor. Sempre tiveste a certeza que, para me teres, bastava estalares os dedos [como fizeste]. Porque eu voltaria [como vou voltar!]. Até já [Meu Amor].