domingo, julho 31, 2005

Diário Fotográfico de Férias: Marilyn no avião

Depois de algumas horas de pesquisa no Google

Bolas, onde, diabo, se arranja um, raio, de um template para fazer um fotoblog???

Diário Fotográfico de Férias: O Turista

quarta-feira, julho 20, 2005

E agora...

sim, vou ali dar um mergulho e já volto.


J. Petrak

O Filme

Dirigi-me à bilheteira do cinema e pedi um bilhete.
— Central, por favor, e se possível à frente.
— Está esgotado — respondeu indiferente a senhora. — Quer um bilhete para a próxima sessão? — perguntou.
Mas também para mim era indiferente. Ir à sessão das vinte e duas ou das vinte e quatro horas, ver o filme X ou o Y, ir ao cinema ou não ir. E, como na minha indiferença permanecia com a nota de cinco euros pousada em cima do balcão, recebi em troca um bilhete para o lugar número sete, na fila A, para a sessão da meia-noite.
Por mais estranho que possa parecer, senti uma enorme felicidade por aquela mulher ter decidido algo por mim e por me ter poupado ao esforço de, mais uma vez, ter de decidir o que fazer na minha vida. Foi por isso que esbocei um sorriso, mais de gratidão do que de simpatia, quando fechei a carteira e me fui embora.
O cinema ficava no último piso de um centro comercial moderno. Era um local animado, cheio de luzes e cor, onde predominavam os dourados. Era um lugar onde existiam McDonalds, casas de Doughnuts, de Hamburguers, de Crepes, e se passeavam teenagers, trintões, cinquentões... enfim, gente de todas as espécies e feitios. Era mais um daqueles locais de culto do fim do século XX: um bloco enorme de cimento, recheado de lugares onde se pode consumir, aberto, quase, vinte e quatro horas por dia. Mais um desses “santuários” do nosso tempo, onde “gastar é ganhar”, não sei bem o quê.
A zona das fast-foods era perto do cinema e foi mesmo ali que fiquei. Não porque me pretendesse envenenar, mas por ser mesmo o lugar mais perto. Sentei-me numa das mesas entre a casa das Sandwiches e a dos Doughnuts e fiquei à espera que alguém me viesse perguntar o que queria. Foram precisos apenas alguns segundos para me lembrar que, como exemplar deste século, também ali se seguiam as regras deste tempo, a lei do “cada um por si” e que, se quisesse tomar alguma coisa, teria de ser eu a ir buscar. Permaneci sentada. Mais uma vez mais por indiferença do que por renitência à morte da solidariedade. Fiquei assim muito quieta, tentando observar, mas nada vendo, suspirando em busca de oxigénio, perdida nos meus pensamentos... Fiquei assim uma eternidade, ou talvez alguns minutos até ser acordada por alguém que me disse:
— Joana? Estava cheio de saudades tuas!
— Manel João?! — Balbuciei, em pânico. E disfarcei: — Então? Há quanto tempo!
Em fracções de segundos o meu coração disparou. Todas as minhas funções vitais se activaram, e o meu cérebro tentou um plano: como conseguir esconder a minha infelicidade, a minha fraqueza, a minha angústia, a minha solidão...? Mas facilmente percebi que isso seria impossível, pois era sinónimo de “como me esconder?”, e eu não podia, era tarde, pois já tinha sido descoberta.
O Manel João era daquelas pessoas difíceis de descrever. Um fenómeno social. Jogador por natureza, investidor de formação, era um enfeitiçador de mulheres. Havia quem o achasse um génio, quem o achasse um imbecil, mas a verdade é que, fosse por que razão fosse, toda a gente falava dele. E isso deslumbrava-o, alimentava-lhe o “ego”, deixava-o confiante. A modéstia não era, decididamente, uma das suas qualidades. Quase todas as minhas amigas tinham caído na sua teia, ou mais concretamente, na sua cama.
E eu que me sentia tão cansada... tão sem forças para pôr “as garras de fora”... tão receptiva a carícias...
— O que tens Joana? Estás tão triste! — E, sem me dar tempo de responder: — O Paulo arranjou outra?! — Atirou, ele, a matar.
Mesmo antes de poder mentir: “— Não, não foi bem assim...” as lágrimas saltaram-me dos olhos, uma após outra, cada vez mais depressa, como que felizes por se verem em liberdade, como as crianças quando brincam no parque, saltando do escorregão, e deslizando depressa, para irem desaguar na grande boca de areia.
— O Paulo pôs-te os cornos?!...
E eu senti-me ainda mais desarmada, pois já nem unhas tinha de tanto as roer, quanto mais garras para me defender.
— E tu nem desconfiavas?!
Acabou comigo. Soltei um soluço, e outro e outro. Tantos soluços soltei, que foi fácil fazer-me aceitar o convite de ir até ao seu apartamento pois, caso contrário, em vez de ter o grupo de adolescentes e o casal de meia-idade, que estavam sentados nas mesas próximas de nós, teria todo o “santuário” de olhos postos em mim.
No carro não disse uma palavra, pois sabia que, naquela situação, o silêncio era a minha única arma. Deixava-o adivinhar, sem confirmar nem desmentir, dobrando em pedacinhos, o bilhete do cinema que segurava entre os dedos.
— Eu sempre te disse que uma relação à distância não funciona... É impossível — dizia. — Não há relação sem sexo — garantia, como se fosse perito em psicologia conjugal. — Eu não te avisei, Joana?! Os homens não resistem quando ficam sozinhos.
Nisso ele tinha razão, sim, tinha avisado.
— E tu, confessa lá, nunca dormiste, mesmo, com ninguém enquanto andaste com o Paulo?
A esta tive de responder. Mas não foram precisas palavras para o fazer. Desviei o olhar, lentamente, e fitei-o nos olhos, com o olhar semi-cerrado. Ele não respondeu, mas se conheço bem a sua linha de raciocínio deve ter pensado: “pata”.
No elevador subimos até ao quinto andar. Fez-me uma festa no cabelo e disse:
— Deixa lá, o Paulo nunca foi tipo para ti. És muito inteligente, tens muito valor... o Paulo não vale um caracol.
Nisso ele, também, tinha razão, pensei meio cínico, meio ironicamente. Mas quando entrámos em casa e nos sentámos no sofá, soube, desde logo, que nunca mais iria ter descanso.
— Mas conta lá, como é que aconteceu?
— Quem é a tipa?
— Foi há muito tempo?
Só havia uma maneira de saciar a sua curiosidade e de o fazer calar. Deitei a minha cabeça nos seus joelhos e aninhei-me, assim, no sofá. O Manel João, no fundo, era boa pessoa… E deixei que me afagasse o cabelo. Deixei-me deliciar, enquanto as suas mãos me roçavam ao de leve o pescoço...
Ficámos assim muito tempo, como um pai que cuida da sua cria, como um gato que prepara a sua presa. Seja lá como o que for, sabia tão bem, e eu estava tão cansada... Ficámos assim até que eu me virei, ficando com a cara para cima de maneira a poder fita-lo nos olhos. Ele disse:
— Sabes que sempre gostei muito de ti, não sabes?
E eu, como que por milagre ou feitiço, já sem estar cansada, com uma confiança e clareza vindas não sei de onde, respondi:
— Sei que gostas de muita gente. Sei que gostas essencialmente muito de ti.
E com um sorriso de quem possui um trunfo, passei os braços em laço à volta do seu pescoço e fiz descer a sua boca até à minha, aceitando, finalmente, entrar no jogo.


— Manel João?
— Hum?
— De qualquer das maneiras, isto nunca aconteceu entre nós — avisei, mais para me convencer a mim própria do que na esperança de que a promessa fosse cumprida.
E adormeci exausta, com a certeza de que no dia a seguir ainda me iria sentir mais cansada.

© Sofia Bragança Buchholz . Reprodução Interdita

terça-feira, julho 19, 2005

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 6

----------------------------------------------------------------------------------
cronicas do quenia - 6 -

Omoso!
Hoje apeteceu-me começar com uma saudaçao em delhuo...
E o efeito de um fim de semana na ilha Rusinga!
Oriti...
----------------------------------------------------------------------------------
Menta*...
Sai de casa às 8:30 da manha. Cheguei a Kisumu, no Lago Vitoria, por volta das 11:00. O jipe MSF ja estava à minha espera. Mas ainda havia bastantes compras para fazer, por isso decidi ir passear, enquanto o Walter andava de loja em loja, de armazém em armazém.
Estava muito calor, por isso resolvi descer em direcçao à estaçao de caminho de ferro. Abandonada, pensei eu. Afinal, ha algumas pessoas à volta. Entrei no recinto e espreitei. No bar, um grupo de mulheres.
– Omoso! – disse.
Gargalhada geral seguida de uma catadupa de palavras e umas caras que me olhavam com ar de quem espera uma resposta.
La tive que admitir, em ingles, que so sei 2 ou 3 expressoes em Luo... E em kiswahili nao sei muito mais....
Bem, depois de meia hora de conversa, la concordaram que eu lhes tirasse umas fotos. Claro que, depois de mostrar o resultado no ecran da minha Nikon fazedora de milagres, os papéis se inverteram e ja nao precisava de pedir!
La me despedi e ouvi uma bela interpretaçao do meu nome. Mais uma.
– Oriti Menta*! – que é como quem diz, adeus Maia!


Abelha Maia

* Esta palavra faz um trocadilho com o nome do autor. Para garantir o anonimato do mesmo, foi, deliberadamente, substituída por mim.

Exercicios de voz

porra, porrA, porRA, poRRA, pORRA, PORRA, PORRa, PORra, POrra, Porra, p orra, p orrA, p orRA, p oRRA, p ORRA, P ORRA, P ORRa, P ORra, P Orra, P orra po rra, po rrA, po rRA, po RRA, pO RRA, PO RRA, PO RRa, PO Rra, PO rra, Po rra, por ra, por rA, por RA, poR RA, pOR RA, POR RA, POR Ra, POR ra, POr ra, Por ra, porr a, porr A, porR A, poRR A, pORR A, PORR A, PORR a, PORr a, POrr a, Porr a

sábado, julho 16, 2005

Porque falta uma semana...

Já sonho com o mergulho, nas férias!

[via Bomba Inteligente]






J. Petrak

sexta-feira, julho 15, 2005

Diálogo interior

Ego da Eterna Descontente: - Eterna…?
Eterna Descontente: - Sim?...
Ego da Eterna Descontente: - Por que tens os comentários abertos, ? Ninguém comenta!…

E por falar em Bush...

Eu sei que esta (brincadeira) é velha, até, já, desactualizada, mas continua a ser deliciosa e a arrancar-me umas boas gargalhadas.
Fica, abaixo, o diálogo. Para o acompanharem com o som, não
deixem de carregar neste link:
Secretary: Mr. President, Condoleeza Rice is here to see you.
George B.: Good, send her in.
Secretary: Yessir.

(Hangs up. Condi enters.)

Condoleeza R.: Good morning, Mr. President.
George B.: Oh Condoleeza, nice to see you. What's happening?
Condoleeza R.: Well, Mr. President, I have the report here about the new leader in China.
George B.: Great, Condi. Lay it on me.
Condoleeza R.: Mr. President, Hu is the new leader of China.
George B.: Well, that's what I want to know.
Condoleeza R.: But that's what I'm telling you, Mr. President.
George B.: Well, that's what I'm asking you, Condie. Who is the new leader of China?
Condoleeza R.: Yes.
George B.: I mean the fellow's name.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The guy in China.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The new leader of China.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The Chinaman!
Condoleeza R.: Hu is leading China, Mr. President.
George B.: Whaddya' asking me for?
Condoleeza R.: I'm telling you Hu is leading China.
George B.: Well, I'm asking you, Condie. Who is leading China?
Condoleeza R.: That's the man's name.
George B.: That's who's name?
Condoleeza R.: Yes.

(Pause.)

George B.: Will you or will you not tell me the name of the new leader of China?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir? Yassir Arafat is in China? I thought he was in the Middle East.
Condoleeza R.: That's correct, sir.
George B.: Then who is in China?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir is in China?
Condoleeza R.: No, sir.
George B.: Then who is?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir?
Condoleeza R.: No, sir.

(Pause. Crumples paper.)

George B.: Condi, you're starting to piss me off now, and it's not 'cause you're black neither. I need to know the name of the new leader of China. So why don't you get me the Secretary General of the United Nations on the phone.
Condoleeza R.: Kofi Annan?
George B.: No, thanks. And Condi, call me George. Stop with that ebonics crap.
Condoleeza R.: You want Kofi?
George B.: No.
Condoleeza R.: You don't want Kofi.
George B.: No. But now that you mention it, I could use a glass of milk. And then get me the U.N.
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Not Yassir! The guy at the United Nations.
Condoleeza R.: Kofi?
George B.: Milk! Will you please make that call?
Condoleeza R.: And call who?
George B.: Well, who is the guy at the U.N?
Condoleeza R.: No, Hu is the guy in China.
George B.: Will you stay out of China?!
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: And stay out of the Middle East! Just get me the guy at the U.N.
Condoleeza R.: Kofi.
George B.: All right! With cream and two sugars. Now get on the phone.

(Condi picks up the phone.)

Condoleeza R.: Hello. Rice, here.
George B.: Rice? Good idea. And get a couple of egg rolls, too, Condi. Maybe we should send some to the guy in China. And the Middle East.

(Condi hangs up violently.)

George B.: Can you get chinese food in the Middle East?

(Condi opens the door.)

George B.: I don't know.

(Condi slams the door. Fanfare.)

IMAGEMdoDIA



"U.S. President George W. Bush waits before receiving the Indiana Black Expo Corporate Lifetime Achievement Award at the RCA Dome in Indianapolis, Indiana, July 14, 2005. Bush addressed the Indiana Black Expo Corporate luncheon and is scheduled to return to the White House following his speech."

REUTERS/ Larry Downing

Fonte: Reuters

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 5 (cont.)

Hapa Hapa
A saida de casa, novamente interpeladas pelos “beach boys”. So para falar, para nos conhecer. Ali, Ali Baba, capitao de dhow. Rasta, Rasta-baby, outro capitao. Alias, em Lamu sao todos capitaos de dhows... E o cais esta repleto de dows, pequenos barcos com velas triangulares.
Claro esta que passados uns minutos ja estavamos a combinar os pormenores do passeio de barco que iamos fazer no dia seguinte! Por uns miseros shillings garantimos o acesso a um passeio de um dia ao paraiso! A ver...
O sol ja tinha desaparecido. Das lojas saia a luz que iluminava as ruas, muito agitadas, muita gente. Muçulmanos, a maioria. Os homens de “khanzu” (vestido longo branco) ou kanga, com chapéus “kofia” e as mulheres com os bui-bui negros, so com o rosto descoberto.
Sentiamos a cultura swahili que nos rodeava...
Ao virar da esquina, de volta ao cais, um restaurantezinho simpatico. E o marisco? Divinal! O empregado, Satan de nome, um curtido! So o nome ja da para sonhar...
De volta a rua, grande surpresa! O Ali Baba e o amigo, Rasta-Baby! Mas que coincidencia!
La fomos passear, conversar, tomar cha na rua e... mascar mirra. Mas o efeito nao foi o esperado e nao aconteceu nada. Mais tarde viemos a saber que em vez dos 10 gr. que mascamos durante ¼ de hora, eram precisos cerca de 250 gr., durante algumas horas...

Paraiso...
Ao fim de tres dias decidimos fazer-nos a “estrada” e emigrar para Shela, a vila ao lado. Podiamos escolher: de barco, de burro ou a pé pela praia. E decidimos, para evitar os “beach boys”, ir a pé. Cerca de 1 hora a caminhar debaixo do sol, ao meio dia. Muito bem planeado, sim senhora!
A praia, fantastica!
O Indico, quente, calmo...
Pole, pole...
Muitas horas passamos na esplanada do Hotel Peponi. De manhazinha a tomar o cafe, com o mar mesmo aos nossos pés. A tarde a beber cerveja e a ler. A noite a ver as estrelas e a beber o ultimo copo do dia. E a sentir a brisa, que se transformava em vento forte durante a tarde, e voltava a ser uma leve brisa a noite...
Peponi quer dizer paraiso em kiswahili.
É o unico sitio com bebidas alcoolicas em Shela...

Saa ngapi?
Mas que confusao! Assim nao me parece que vou chegar a algum lado.
Na cultura swahili, o dia tem dois periodos de 12 horas. O primeiro comeca com o nascer do sol, as 6:00 TMG.
Em Lamu, acordavamos por volta da 1, saa moja! Ou seja, sete da matina. Um passeio pela praia, um mergulho e, de volta a casa, o pequeno almoco esperava-nos como combinado, as 4:00, saa mne (10:00 ca da nossa terra!).
Depois, de entre todas as inumeras opcoes... ler e adormecer!
Mais uma ida a praia ao fim da tarde, ou seja, por volta das 11, saa kumi na moja (5 da tarde). Depois, bem, depois... ler e... dormir ate a hora de jantar.
Com tanta actividade, nao admira que me sinta perdida no tempo...

Abelha Maia

quinta-feira, julho 14, 2005

Sugestão:

Quem não entende o post anterior, imagine uma bola em cima do “II

De cabeça perdida

Tontos, estes “émes” que perdem a cabeça quando andam de mãos dadas!

/IMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMI\

imagens QUE falam


Reuters/ Yonhap

Vive la France!

Como diria o M.E.C., no dia de hoje, há duzentos e dezasseis anos atrás, foi dia da Tomada da "Pastilha"

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 5 (cont.)

Ndombolo.!
Desde que mudei de casa, ou seja, ha duas semanas que deixei de ser eu a escolher a musica que ouço. Mesmo por tras do nosso condominio ha um hotel. No hotel ha um restaurante ao ar livre. No restaurante come-se “nyama choma”, ou seja, churrasco. Enquanto se come ha musica ao vivo e pode-se dancar. E “o que esta a dar” por estas bandas é o Ndombolo, uma dança originaria do Congo (Zaire). Trata-se de uma invençao dos miudos de rua de Kinshasa. Ha quem diga que pretendem reproduzir o andar dos chimpanzés. Outros dizem que é a imitaçao do antigo presidente Laurant Kabila, que andava de uma forma muito peculiar.
De qualquer forma ja da para ver como se dança o ndombolo, nada dificil!
Bem, como estava a dizer, todas as quartas, sextas, sabados e domingos entre as oito e as onze da noite temos musica congolesa intervalada com o novo disco da Brenda Fassy. Para ouvir os meus discos so ha uma solucao: por a musica em “altos berros”!
Para ser sincera, nao posso falar em ouvir a musica que escolhi. Nao sou eu que decido. É a selecçao de musica que os meus amigos fizeram e me enviaram....
Ah, e os livros tambem!
Resumindo, estao-me a fazer a lavagem ao cerebro e a transformar-me num ser a imagem e semelhanca deles! Daqui a alguns meses, vamos ver se gostam do resultado....


Pole, pole...
Pois é, passei uma semana de super repouso em Lamu. Foi um corte completo com Nairobi cosmopolita.
Logo a chegada ao aeroporto, senti o calor a rodear a minha pele!
O aeroporto fica na ilha de Manda, separada da ilha de Lamu por um canal. Mal nos dirigimos ao cais fomos logo abordadas por um grupo de “beach boys”. Apanhamos o “ferry”, pequeno barco a motor com problemas de arranque. Durante os minutos que durou a viagem um dos tripulantes ia a fazer a ligaçao entre 2 fios... Quando ele largava os fios (ou seria o tubo da gasolina?) o barco começava a soluçar....
A medida que o barco se aproximava do outro lado, começava a ver-se a agitaçao no cais. As casas altas e brancas, os terraços, as ruas muito estreitas e ... os burros! Tantos burros!
Na avenida ao longo do cais, um carro azul. O unico carro na ilha. E a unica rua suficientemente larga para o carro e cerca de 200 m. de comprimento.
Bem, mas la chegamos e os rapazes começaram a mostrar as pousadas... Apos cerca de uma hora a andar pelas ruas estreitas, escuras, rodeadas de paredes muito altas, sempre a subir e a descer escadas, la nos decidimos por uma casa – Amu House.
Uma bela casa do sec. XVI, muito bem restaurada, decorada com velharias locais. A porta esculpida em madeira escura, com aspecto pesado, caracteristica das casas de Lamu. As paredes em blocos de coral e em gesso branco, decoradas com pequenos nichos, altos e baixos relevos... Tres andares, nos escolhemos o ultimo, servidas por um enorme terraço, com enormes esteiras, donde se viam as outras casas brancas com terraços e telhados em colmo (makuti)...
O quarto com duas camas antigas, mosquiteiros e uma ventoinha sempre ligada. O ruido de fundo da ventoinha, seco, constante, refrescante. Sem vidros nas janelas, so uns tecidos que abanavam com o vento....
Com aquele calor, decidimos dormir a sesta...
Pole, Pole... (devagar, devagar...)

Abelha Maia

terça-feira, julho 12, 2005

Da série: "A saga do Gato Varandas"


Estado em que se encontra...


o Gato Varandas da Charlotte



Nessa

Como nos Contos de Fodas

Acordei inchada, roliça, feminina, com as formas latejantes e cheias, como um dos Porquinhos das histórias infantis. E procurei-te, na cama, Meu Amor, para que, qual Lobo Mau, me soprasses o desejo e me devorasses com paixão.

Da série: "A saga do Gato Varandas"


Eu hoje acordei assim...



Nessa

Diz o gato Varandas à sua dona Charlotte

Paradoxo

De tão imprevisível, Meu Amor, chega a ser previsível essa tua forma de agir.

segunda-feira, julho 11, 2005

Flagrante

domingo, julho 10, 2005

Simão, o hipocondríaco

Personagens:
• Eu
• A minha irmã
• Simão, de quatro anos

Eu (cautelosa, já batida nas consultas de ortopedia desde os dezanove anos de idade): − O Simão anda-se a queixar da coluna, não achas que devias ver isso?
Minha irmã: − Qual quê, é treta! Queres ver? Simão, dói-te a coluna?
Simão: − Dói.
Minha irmã: − E os ovários?
Simão: − Também.

As colunas do Simão

− Ó mãe, hoje não posso ir à escola que me doem muito as minhas colunas!

imagens QUE falam


Reuters/Abed Omar qusini

Toca a música no coreto*...

Estou éfe – ó – dê – i – dê – á!

*[XVI Festival de Folclore da Foz do Douro]

sábado, julho 09, 2005

Geração XYZWK

Personagens:
• Eu
• Simão, de quatro anos

Cenário:
Ao fim da tarde, em casa da minha irmã, eu e o meu sobrinho Simão temos uma das − já habituais − nossas conversas.

Diálogo:
Eu: − … e depois vinha uma cegonha e …
Simão (interrompendo, prontamente): − O que é uma cegonha?
Eu: − É um daqueles pássaros de bico comprido que trazem os bebés..., sabes quais são?
Simão: − … (pensativo e depois determinado)… Ahhh, um pelicano!!!

[Eu (a pensar para mim própria): Bolas, pá, ainda bem que não disse que os traziam de Paris!!!]

sexta-feira, julho 08, 2005

IMAGEMdoDIA



"The Union Jack is reflected in raindrops on a car window from the electronic message sign at the NASDAQ Market Site in New York's Times Square July 8, 2005, which has been displaying the flag as part of a tribute to victims of Thursday's bombings in London. Explosions in London's mass transit system early yesterday killed at least 50 people and injured more than 700 during the morning rush."

REUTERS/Mike Segar

Fonte: Reuters

A "coltura" dos americanos (parte II)

Teri Hatcher em entrevista, no programa "Tonigth Show with Jay Leno", na Sic- Comédia

Jay Leno: - O rei de Espanha atirou-se a ti?
Teri Hatcher: - Oh, não, penso que não! (risos, trejeitos no cabelo)
Jay Leno: - O rei de Espanha é casado?
Teri Hatcher (com ar de espanto e sem qualquer hesitação na resposta): - Não!!!

Com uma cultura destas, Teri, é caso, mesmo, para estares
desesperada, mulher!

A "coltura" dos americanos (parte I)

Teri Hatcher em entrevista ao programa "Tonigth Show with Jay Leno”, na Sic- Comédia

Jay Leno: - Ouvi dizer que estiveste em Portugal.
Teri Hatcher: - Oh, sim, estive no Estoril's Laureus World Awards!
Jay Leno: - E conheceste o rei de Espanha?

Afirmações idiotas

Dizem as notícias que, apesar dos atentados, os ingleses não desistem e vão continuar. Pergunto-me se algumas vez os (jornalistas) autores destas afirmações equacionaram, verdadeiramente, uma emigração colectiva dos súbditos de sua Majestade.

quinta-feira, julho 07, 2005

IMAGEMdoDIA



"U.S. President George W. Bush's injured fingers are taped up as he speaks to the press at the G8 summit in Auchterarder, Scotland July 7, 2005. Bush crashed into a policeman while riding his mountain bike near the Gleneagles hotel, the venue of the annual G8 Summit, on his 59th birthday on July 6."

REUTERS/Jason Reed

Fonte: Reuters

Vento

O vento é traiçoeiro e, assim, sem mais nem menos, quando já não esperamos, muda de sentido, de intensidade, de temperatura e de forma para nos apanhar, desprevenidos, num furacão violento.

[Baseado no texto "Vento", no Nariz de Ferro]

É Bom Escrever Assim: Vento

"Mesmo com um vendaval, as rajadas que agora te despenteassem e te descompusessem o vestido demorariam horas a chegar ao pé de mim, ao meu rosto. Mas, sendo suave a brisa que te acaricia a face, o mais provável é que ela se canse no caminho e não me traga jamais o teu perfume." [No Nariz de Ferro]

Terrorismo

Quem teve a infeliz ideia de chamar santa a esta guerra?!!

imagens QUE falam


Reuters/ Jorge Silva

quarta-feira, julho 06, 2005

Um cheirinho a deserto




[Khaled: El Arbi]

IMAGEMdoDIA*



"A Tuareg tribesman walks alongside camels through a remote region of southern Niger July 4, 2005. Nomadic Tuaregs are an often light-skinned ethnic minority who roam across the Sahel countries south of the Sahara, including Mali, Niger, Algeria, Mauritania and Burkina Faso."

04 Jul 2005
(*atrasada)
REUTERS/Finbarr O'reilly

Fonte: Reuters

segunda-feira, julho 04, 2005

Destino de alívio

Valença, _ _ de Agosto de 1976

Estávamos em 1976 e na fronteira obrigaram-na, como mandava a lei, a preencher o formulário alfandegário: um papelinho branco, burocrático e mesquinho que a identificava a ela, aos filhos, ao marido, ao carro deles, ao seu destino e, se a memória não me falha, ao montante do seu dinheiro. Para trás tinham ficado os poucos quilómetros que separavam os dois países e as loooongas horas em filas de espera, sob o sol abrasador e sufocante de Agosto.
Os miúdos contavam os carros: primeiro os azuis, depois os vermelhos, depois os brancos… em jogos inventados para enganar o cansaço, a falta de espaço e o calor. Eram três, num banco traseiro de um Lancia Fulvia de dois lugares que nunca ouvira falar em cintos de segurança, muito menos em cadeirinhas especiais para crianças. Estóicos, suportavam a vontade de fazer xixi, o barulho do rádio e o - hoje, tão politicamente incorrecto - fumo da cigarrilha do pai. Esperava-os o sabor da recompensa, superior a qualquer esforço; suportável a qualquer sacrifício: o último álbum dos Rolling Stones para o mais velho, o vestidinho de favos ao xadrez para a do meio e a boneca, invariavelmente, loira e de olhos azuis (como que a contrariar o moreno do made in spain da etiqueta) para a mais nova. Havia também os chocolates, as borrachas os cadernos, as gambas a la plancha ao jantar a que, naquela altura, eles não davam valor, mas que hoje lhes sabem deliciosamente na memória. E os passeio na calle del Príncipe e na marina de Vigo, os churros com chocolate quente, as fantas e as coca-colas. Ah, as coca-colas de lata, que raiva faziam aos amigos!!!
Ela preencheu o formulário e no espaço reservado à sua data de nascimento hesitou. O polícia inquiriu, mal-encarado, e à falta de resposta pressionou, impaciente, apontando para o carro, numa ameaça tácita de revista. Os dois miúdos, no banco de trás, acenaram infantis no sorriso e na atitude e a terceira, de pé, ao lado da mãe, respondeu: Vinte e três de Maio de mil novecentos e quarenta e um. O guarda carimbou mecânica e indiferentemente os papéis, e mãe e filha entraram no carro, apressadas.
No meio da ponte que separava os dois países, cantaram, como já era costume fazerem, divertidos, o hino nacional. E já do lado de Espanha, na paragem de alívio − fisiológico sim, e de consumo também − ela pediu à filha aquilo que, no seu receio e nervosismo, a fizera bloquear na resposta. A miúda meteu, desempoeiradamente, a mão entre os dois pares cuecas que trazia vestidos e com um sorriso atrevido entregou à mãe o dinheiro para depositar, a salvo, em Espanha.

© Sofia Bragança Buchholz, 2005. Reprodução Interdita

Esse teu jogo infantil

Continuo sem perceber essa tua mania, esse teu jogo infantil, Meu Amor, de brincares ao Homem Invisível e de desapareceres para voltares a aparecer como se nada fosse.
Quando te (me) interrogo sobre essa tua ausência, falas-me, assim, daquela forma segura e familiar como se sempre tenhas estado ali… presente. E eu, Meu Amor, qual inimigo rendido, baixo a guarda, largo as armas e estendo os braços… (mas) para te abraçar.

Comentários

Há sempre um “mas” em tudo o que contamos…

A tristeza não é proporcional à idade

Hoje andei a mexer no passado.
Encontrei um dos meus diários, um caderninho pautado com uma fotografia, na capa, de uns jeans com um bolso descosido, muito "naices" como teria eu, seguramente, pensado (e - mal - escrito) na altura.
No dia oito de Janeiro do ano de mil novecentos e oitenta rezava assim:
"Querido Diário,
Então como é que foi essa passagem de ano? A minha foi uma seca, passei-a em casa… e com os meus pais a chatearem-me! Sabes, ainda há pouco ouvi uma música que me fez recordar as férias grandes do ano que passou. Senti-me com tantas saudades do tempo do calor! Penso que se agora é assim − ter saudades de algumas coisas que passaram − como será quando tiver, para aí, quarenta anos?! Acho que é triste envelhecer. Acho que a partir dos dez anos, cada três anos deviam contar como um. Deve ser tão triste chegar a velho e recordar o que se passou para trás…"

Palavras sábias essas de, a partir dos dez, os anos contarem apenas de três em três. Estaria eu agora no apogeu dos meus dezanove, fresquinha como uma alface, e com o futuro todo à minha frente, caramba!

Quanto a ser triste chegar a velho − especialmente quando essa “velhice” é aos quarenta − felizmente, minha cara Adolescente, enganaste-te redondamente! Não fossem as dores nas “cruzes” [e, claro, o aumento substancial do vocabulário de inglês] diria que, o que sentimos ao olhar para trás nesta altura da vida ou aos treze anos, é mais ou menos igual. Afinal, quer tenhamos treze, trinta ou cento e três… não passamos de umas crianças (indefesas?) e de nos sentirmos como tal.

(1.07.2005)

domingo, julho 03, 2005

E de repente...

Fez-se som!




Obrigada CagaFogo!


(Lou Reed: Perfect Day)

sábado, julho 02, 2005

imagens QUE falam


Reuters/ Reinhard Krause