quinta-feira, abril 30, 2009

Forças ocultas

© Imagem: ?

Acertei no Euromilhões. Três números e uma estrela! Uma combinação difícil, incomum, rara. Imagino o que se terá passado com os astros no preciso momento em que rabisquei os algarismos e em que estes foram extraídos da tômbola, para isso acontecer: Marte terá alinhado com Vénus; Saturno com Júpiter; Mercúrio com Urano e o Sol, esse, terá entrado na décima casa. Toda uma complicação, toda uma conjugação de improváveis para um mísero prémio de vinte e quatro euros e quarenta e um cêntimos!

Tempos Modernos

Imagem: The collection of erotic photos XIX-XX century

Demiurgo descobriu o Facebook. Assina Demiurgo Bernardo d` Eça. Assim mesmo, com três nomes como todo o homem de bem naquela rede social, e apóstrofo. Escreve sábias frases de refinado humor político no mural, mas no chat conversa com mulheres de carnes fartas que dão pelo nome de Elisabete ou Carmem. Troca com elas fotografias menos próprias – ele de ceroulas, a esconderem-lhe debalde a erecção tímida; elas escancaradas, a oferecem-lhe o sexo ou a apelarem-lhe, desavergonhadamente, a ele.
E sozinho, à noite, de lunetas encarrapitadas no nariz aquilino e de olhar atento, já desapossado de paletó e fato, dá-se aos prazeres do onanismo, enquanto lhes contempla regozijado as redondas nádegas brancas.

quarta-feira, abril 29, 2009

Vidas passadas

© imagem: ?

Como se não tivesse mais nada que fazer, estou viciada nos questionários do Facebook.
Ontem fiz o quiz "What were you in a previuos life?" e deu-me como resultado que fui Presidente. Acho bem, condiz comigo. Só não percebo, então, por que fui eu reencarnar nesta vidinha de caca.

terça-feira, abril 28, 2009

"Que tipo de beto és tu?"

© Foto: Phil Poynter

Clássica, claro! Ainda havia dúvidas?

Tenho andado…

Mais por aqui. É que o tempo, esse, anda escasso.

domingo, abril 26, 2009

I Want Candy!

Qual cravos, qual quê! Estas, sim, são as coisas que, verdadeiramente, revolucionam a vida de uma mulher!

Marie Antoinette - "I Want Candy"

sábado, abril 25, 2009

Em tempo de revolução...

Camouflage Shoes from Manolo Blahnik

Nunca perder a classe, pá!

quinta-feira, abril 23, 2009

Déjà vu



Sex and the City

[E a desculpa é sempre o trabalho. Fuck!]

quarta-feira, abril 22, 2009

How do I know when enough is enough?


Sex and the City

In one moment you`re all over me; in the next moment you are pushing me away and I... I just can not believe this is happening... Again!

terça-feira, abril 21, 2009

Verdades Absolutas

Uma vez rato. Para sempre rato!

segunda-feira, abril 20, 2009

Give me a reason [Meu Amor]...



Na foto: Jane March e Tony Leung Ka Fai / Música: Portishead - Glory Box

I'm so tired, of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play
For I've been a temptress too long

Just...

Give me a reason to love you
Give me a reason to be, a woman.

sexta-feira, abril 17, 2009

Há cortes de cabelo assim...



Sarah Stephens para Lacoste

Pena que o resto não seja exactamente igual.
Enfim, resta-nos sempre a [gigantesca] auto-estima.

quinta-feira, abril 16, 2009

É já no próximo Domingo: workshop de Escrita Criativa para adultos


Clique na imagem para ampliar

Inscrevam-se! Ainda vão a tempo.

quarta-feira, abril 15, 2009

Números arriscados

Estou outra vez na Alemanha. A poucos metros de minha casa encontra-se acampado um circo. Um circo imenso, rico, repleto de animais e caravanas, com uma tenda faustosa encimada por quatro coroas a denunciar-lhe o nome: Krone.
Nele abundam cavalos (mais de sessenta, informa a sua página na Internet), elefantes, leões, lamas, camelos, zebras, cabras, burros, pombas, cães e, até, um rinoceronte. O preço dos espectáculos é também ele nobre, podendo rondar os quarenta euros, havendo, contudo, a plebeia opção de, por quatro, visitar, apenas, a bicharada.
Não gosto de circos. Não gosto da estética, nem da ideia de existirem animais selvagens a executarem, sob a ordem ˗ supostamente superior ˗ de humanos, números acrobáticos patéticos. Acho tal humilhante para tão nobres especímenes. Desagrada-me também vê-los confinados a espaços diminutos, acorrentados, movendo-se repetidamente, para um lado e para o outro, num hospitalismo evidente, apesar das informações da Direcção garantirem o cuidado nos seus tratos e a sua aprovação por parte de organizações de protecção de animais. Contudo, as reminiscências do meu imaginário infantil e a minha curiosidade, sobrepõem-se à razão e impelem-me, frequentemente, a ir observar de perto este controverso universo.
Assim, todos os dias passeio junto aos portentosos elefantes, dirigindo-lhe palavras afectuosas solidárias, relembrando o destino trágico da mãe do Dumbo, ou passo perto do pequeno burrito imaginando-o um menino preguiçoso transformado, qual Pinóquio, em asinino, por castigo. Mio, ternamente, em frente do majestoso leão branco, ex-libris do circo, tomando-o por um pequeno felino doméstico, sendo arrastada para a realidade sempre que este resolve soltar os pulmões e rugir à desgarrada com o macho dourado da jaula oposta. Gosto também de escutar as conversas das acrobatas eslavas, agrestes na pronúncia e no tom, falando, talvez, de invejas amorosas, e ver a trupe chinesa do Shaolin Kung-Fu fazer exercícios de aquecimento nas traseiras da tenda, antes de entrar em cena. Mas o meu número predilecto, o meu preferido, aquele que me arranca gargalhadas de me fazerem vir as lágrimas aos olhos, é assistir às expressões dos inocentes infantes germânicos, quando os seus pais, longe de esperarem tal espectáculo, os levam a ver os animais, e perversos caniches brancos, encaixados uns nos outros, numa verdadeira performance acrobática, encetam em grupos de quatro ˗ ou mais! ˗ arriscados e difíceis comboinhos homossexuais.

© Foto: Sofia Bragança Buchholz

terça-feira, abril 07, 2009

A [minha] insustentável complicação de viajar

© Foto: Ellen von Unwerth / Na foto: Devon Aoki

Irrita-me esta minha obsessão pelas limpezas antes de viajar. Não sei de onde vem, nem lhe percebo a lógica. Aspiro, lavo, passo a ferro, amontoo, impecavelmente, a roupa em pilhas ordenadas, limpo imaculadamente os móveis e as loiças sanitárias. Deixo a casa um brinco; mas eu fico de rastos. Tão de rastos que já nem me apetece partir.

domingo, abril 05, 2009

Amor a precisar de um torrãozinho de açucar


Nina Simone - I want a little sugar in my bowl / Foto: Photo Kitten

I want a little sugar
in my bowl
I want a little sweetness
down in my soul
I could stand some lovin'
Oh so bad
I feel so funny and I feel so sad

...

You been acting different
I've been told
Soothe me
I want some sugar in my bowl

A PDI*


A jogar Trivial Pursuit com o meu sobrinho Francisco, apercebo-me, pela primeira vez em toda a minha vida, que já existia na data em que ocorreram grande parte dos eventos sobre os quais incidem as perguntas.

*A Puta Da Idade

sábado, abril 04, 2009

A Menina com Gatos na Cabeça (10)

© Foto: ? / Na foto: Kate Moss

Solitária, noctívaga, graciosa... como os seus melhores amigos. Mas, malogradamente, sem sete vidas para viver.

quarta-feira, abril 01, 2009

Serás...


L`Amant (1992)

eternamente o meu amante, Meu Amor.

Simão, o Mil-folhas

Personagens:
• Simão
• Eu

Cenário:
Sentada no sofá da sala leio um livro. Ao meu lado, no chão, o Simão brinca.
Toca o telefone. Ele levanta-se e vai atender. Pelas suas respostas percebo que é um amigo dos pais, a quem ele informa que estes só chegam mais tarde.
Alguns minutos depois desliga e vem sentar-se ao meu lado, silencioso, de sobrolho franzido, pensativo. Eu perscruto-o com o olhar. Ele percebendo, desabafa:

Acção:
– O tio Afonso tem a mania de me chamar afolhado. Afolhado para aqui, afolhado para ali… eu não sou feito de folhas! – Reclama, injuriado.
Eu demoro alguns segundos a perceber. Depois, solto uma gargalhada e elucido:
– Olha lá, ele não é teu padrinho?! Qual afolhado qual carapuça! Afilhado, Simão, é afilhado!...