Personagens:
• Simão, 7 anos
• Eu
Cenário:
No dia dos anos do Simão, sem tempo para lhe ter comprado um presente, chego a casa da minha irmã, tarde e a más horas, depois de um dia de trabalho, de mãos a abanar, para lhe dar um beijo de parabéns.
Dirijo-me a ele que se prepara para se deitar, dou-lhe um beijinho carinhoso e digo de forma sentida uma data daquelas coisas lamechas que se costumam dizer, uma série de votos e desejos de tudo de bom, os mesmos, imagino, que não passaria sem dizer aos meus filhos se os tivesse. Depois, desculpo-me da ausência de prenda e proponho irmos comprá-la, os dois, um dia destes.
Ele, encantador, charmoso, mestre da palavra, responde-me, assim, que nem uma amostra de Camões, de forma poética:
Acção:
– Mas, trouxeste-me um beijinho. Existe, lá, prenda mais bela do que um beijo?!
Se foi verdadeiro ou um golpe para me bajular, não sei. Sei, apenas, que irá ter um presente. Oh, Oh, e que presente, senhores!