quarta-feira, dezembro 31, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
domingo, dezembro 28, 2008
Simão, a Personalidade do Ano
Personagens:
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Telefono ao meu sobrinho a dizer que acaba de receber um prémio na blogosfera. Ele sabe o que esta é e que frequentemente escrevo sobre ele na Internet. Explico-lhe que um senhor chamado Vasco M. Barreto lhe atribuiu o galardão “Prémio Personalidade”. “Assim como o Barack Obama ou como o Cavaco e Silva”, enfatizo, na brincadeira, entusiasmando-o.
Do outro lado da linha adivinho-lhe um largo sorriso. Depois oiço-lhe em tom soberbo:
Acção:
– E quando é que mandam cá a casa as revistas e a televisão para me entrevistarem?
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Telefono ao meu sobrinho a dizer que acaba de receber um prémio na blogosfera. Ele sabe o que esta é e que frequentemente escrevo sobre ele na Internet. Explico-lhe que um senhor chamado Vasco M. Barreto lhe atribuiu o galardão “Prémio Personalidade”. “Assim como o Barack Obama ou como o Cavaco e Silva”, enfatizo, na brincadeira, entusiasmando-o.
Do outro lado da linha adivinho-lhe um largo sorriso. Depois oiço-lhe em tom soberbo:
Acção:
– E quando é que mandam cá a casa as revistas e a televisão para me entrevistarem?
[também postado aqui]
Maturidade
© Foto: ? / Na foto: Brooke Shields
O tempo foge, veloz, ainda ontem – parece – comprei a minha agenda de 2008 e falta apenas uma página para a terminar.
Ainda ontem era o bebé esguio e magricelas que vejo na imagem do rolo que mandei digitalizar, e hoje sou uma mulher madura, a entrar na meia-idade. É assustadora a ideia. Demasiado assustadora [principalmente porque não nos sentimos como tal].
Resta-me o consolo que hoje sou mais sábia, mais forte, mais auto-confiante. Ah, e mais bonita! Muito mais bonita!
O tempo foge, veloz, ainda ontem – parece – comprei a minha agenda de 2008 e falta apenas uma página para a terminar.
Ainda ontem era o bebé esguio e magricelas que vejo na imagem do rolo que mandei digitalizar, e hoje sou uma mulher madura, a entrar na meia-idade. É assustadora a ideia. Demasiado assustadora [principalmente porque não nos sentimos como tal].
Resta-me o consolo que hoje sou mais sábia, mais forte, mais auto-confiante. Ah, e mais bonita! Muito mais bonita!
sexta-feira, dezembro 26, 2008
O Casúlo
Lunata escovou os cabelos, tantas vezes, até o ultimo lhe cair.
Apanhou-os do chão, uniu-os e tricotou-os horas a fio.
Não dormiu. Não comeu. Não viu a luz do sol, nem a da Lua nascerem. Não falou com ninguém, não olhou, lá no alto, a sua cratera.
Teceu com obstinada determinação uma teia compacta em forma de casulo onde, quase finalizada, se enfiou. Já lá dentro, selou-a com os últimos pontos e apagou-se da vida da Terra. Adormeceu; até que a Primavera a viesse despertar.
Apanhou-os do chão, uniu-os e tricotou-os horas a fio.
Não dormiu. Não comeu. Não viu a luz do sol, nem a da Lua nascerem. Não falou com ninguém, não olhou, lá no alto, a sua cratera.
Teceu com obstinada determinação uma teia compacta em forma de casulo onde, quase finalizada, se enfiou. Já lá dentro, selou-a com os últimos pontos e apagou-se da vida da Terra. Adormeceu; até que a Primavera a viesse despertar.
Etiquetas: Lunata
quarta-feira, dezembro 24, 2008
Fly Me To The Moon, My Love...
Hiro - Fly Me To The Moon
In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me
...
[In other words, please be true]
In other words, I love you
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Dilemas de uma Mãe Natal moderna
© Foto: ?/ Na foto: Karolina Kurkova
– E se, em vez de usar o gorro, eu fizer uns totós catitas?
[mais aqui]
domingo, dezembro 21, 2008
Eu hoje vou deitar-me assim...
Vagamente no passado...
Felicity Jones no filme "Flashbacks of a Fool"
Shake your hair girl with your ponytail
Takes me right back (when you were young)
Throw your precious gifts into the air
Watch them fall down (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
You used to walk upon (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The hills were higher (when we were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The trees were taller (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The grass was greener (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
You used to walk upon (when you were young)
Roxy Music - If There Is Something
Takes me right back (when you were young)
Throw your precious gifts into the air
Watch them fall down (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
You used to walk upon (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The hills were higher (when we were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The trees were taller (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
The grass was greener (when you were young)
Lift up your feet and put them on the ground
You used to walk upon (when you were young)
Roxy Music - If There Is Something
sábado, dezembro 20, 2008
Da série: Por que é que eu adoro o Natal?!
Epá, depois desta até eu vacilo em comer perú no Natal.
[postado por mim também aqui]
quinta-feira, dezembro 18, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
A Cantiga do Bandido
"Vaza-me os olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te,
mesmo sem pés chegarei a ti,
mesmo sem boca poderei invocar-te
Decepa-me os braços: poderei abraçar-te
com o coração como se fosse a mão.
Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.
E se me incendiares o cérebro,
levar-te-ei ainda no meu sangue"
Rainer Maria Rilke
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te,
mesmo sem pés chegarei a ti,
mesmo sem boca poderei invocar-te
Decepa-me os braços: poderei abraçar-te
com o coração como se fosse a mão.
Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.
E se me incendiares o cérebro,
levar-te-ei ainda no meu sangue"
Rainer Maria Rilke
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Coisas que valem a pena
Todos os anos, por volta desta altura do ano, um dos “electrodomésticos” cá de casa resolve pifar. Um bom mês, portanto, para despesas extras, como se não bastassem já as com os presentes de Natal.
Há 2 anos foi um pneu do carro que resolveu furar numa rua manhosa da cidade, às tantas da noite, obrigando-me, assim, a ter de conduzi-lo até à próxima bomba de gasolina e, como resultado, ter de o substituir e ao seu irmãozinho do mesmo eixo por dois novinhos em folha; no ano passado, a bateria do carro que resolveu deixar de trabalhar; este ano, contudo, foi o ano de maior recorde: um router que foi à vida, um aquecedor que pegou fogo (um espectáculo fantástico, digo-vos, ver o quarto brilhar à luz das labaredas) e uma belíssima impressora laser, com dois anos e meio que se findou (repararam no pormenor? Simpática, heim? Deixou passar meio ano para não estar dentro da garantia!). Mas não é sobre as minhas desgraças pré-natalícias que vos quero falar, descansem, mas, sim, sobre uma loja que, por causa deste último incidente, descobri. Não conheço os donos, não lhes estou a fazer um favor, mas pela eficiência, simpatia e essencialmente pelo preço de venda dos produtos acho que merece destaque.
Procurava a impressora HP Color Laser Jet CP1515N para substituir a antiga.
Na Rádio Popular custava €239,00 €, mas como não tinham em nenhuma das lojas, disseram-me que não me faziam uma encomenda. Na Worten e na Vobis também não tinham, nem faziam a encomenda. Contudo existia a HP Color Laser Jet CP1215, que é basicamente a mesma coisa mas sem ser de rede, e que vendiam por 199 €. Encontrei o que procurava na FNAC. Custava 249,00 €. Disse-lhes que tinha visto mais barato na Internet e mostrei-lhes o site para que confirmassem. Informaram-me que garantiam a política de preço mínimo e que me iam contactar depois de falarem com um superior. Até hoje não o fizeram.
Agora vem o que interessa. Numa loja de informática chamada Novo Atalho (que vende também online, isto para quem não está no Porto) comprei a impressora em questão por 179.90 €. Leram bem: 179.90 € contra os 249,00 € que me pediam na FNAC. Liguei-lhes numa quarta-feira ao fim da tarde e garantiram-me que estava na loja na sexta. E estava mesmo! Uma diferença não de 10 €, não de 20 € mas de quase 70 €! E ainda me ajudaram a meter a impressora no carro! Digam lá se coisas destas não valem a pena?!
Há 2 anos foi um pneu do carro que resolveu furar numa rua manhosa da cidade, às tantas da noite, obrigando-me, assim, a ter de conduzi-lo até à próxima bomba de gasolina e, como resultado, ter de o substituir e ao seu irmãozinho do mesmo eixo por dois novinhos em folha; no ano passado, a bateria do carro que resolveu deixar de trabalhar; este ano, contudo, foi o ano de maior recorde: um router que foi à vida, um aquecedor que pegou fogo (um espectáculo fantástico, digo-vos, ver o quarto brilhar à luz das labaredas) e uma belíssima impressora laser, com dois anos e meio que se findou (repararam no pormenor? Simpática, heim? Deixou passar meio ano para não estar dentro da garantia!). Mas não é sobre as minhas desgraças pré-natalícias que vos quero falar, descansem, mas, sim, sobre uma loja que, por causa deste último incidente, descobri. Não conheço os donos, não lhes estou a fazer um favor, mas pela eficiência, simpatia e essencialmente pelo preço de venda dos produtos acho que merece destaque.
Procurava a impressora HP Color Laser Jet CP1515N para substituir a antiga.
Na Rádio Popular custava €239,00 €, mas como não tinham em nenhuma das lojas, disseram-me que não me faziam uma encomenda. Na Worten e na Vobis também não tinham, nem faziam a encomenda. Contudo existia a HP Color Laser Jet CP1215, que é basicamente a mesma coisa mas sem ser de rede, e que vendiam por 199 €. Encontrei o que procurava na FNAC. Custava 249,00 €. Disse-lhes que tinha visto mais barato na Internet e mostrei-lhes o site para que confirmassem. Informaram-me que garantiam a política de preço mínimo e que me iam contactar depois de falarem com um superior. Até hoje não o fizeram.
Agora vem o que interessa. Numa loja de informática chamada Novo Atalho (que vende também online, isto para quem não está no Porto) comprei a impressora em questão por 179.90 €. Leram bem: 179.90 € contra os 249,00 € que me pediam na FNAC. Liguei-lhes numa quarta-feira ao fim da tarde e garantiram-me que estava na loja na sexta. E estava mesmo! Uma diferença não de 10 €, não de 20 € mas de quase 70 €! E ainda me ajudaram a meter a impressora no carro! Digam lá se coisas destas não valem a pena?!
[repost daqui]
sábado, dezembro 13, 2008
Wish you`re here
Sinto falta das tuas mãos no meu corpo,
Dos teus lábios na minha boca,
Do teu cheiro na minha pele,
Do teu sexo no meu.
Do teu sussurrar-me ao ouvido,
Do teu arfar ofegante,
Do teu ondular de desejo
Do meu ondear de prazer.
Dói-me a tua ausência, a inexistência das tuas marcas em mim:
As agressões do teu corpo contra o meu,
O bálsamo das tuas carícias.
Tortura-me a tua ausência
Dói-me a tua falta
Agredi-me a tua inexistência,
Ah, Meu Amor, quem me dera que estivesses aqui!
Dos teus lábios na minha boca,
Do teu cheiro na minha pele,
Do teu sexo no meu.
Do teu sussurrar-me ao ouvido,
Do teu arfar ofegante,
Do teu ondular de desejo
Do meu ondear de prazer.
Dói-me a tua ausência, a inexistência das tuas marcas em mim:
As agressões do teu corpo contra o meu,
O bálsamo das tuas carícias.
Tortura-me a tua ausência
Dói-me a tua falta
Agredi-me a tua inexistência,
Ah, Meu Amor, quem me dera que estivesses aqui!
quarta-feira, dezembro 10, 2008
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Pobres mas gloriosas
Ontem bateu-me à porta de casa a Paula. Não foi à porta do prédio, foi de casa mesmo. Talvez tenha sido a familiaridade com que se apresentou que lhe deu o livre-trânsito de entrada no edifício: “é a Paula”. Foi o que me disse quando entreabri a porta para ver quem era e pasmei a olhar para uma completa desconhecida.
A Paula devia ter a minha idade. Talvez mais nova, mas os maus-tratos da vida faziam-na parecer mais velha. Era desdentada, tinha o cabelo oleoso e a cara demasiado vincada. Tinha seis meninas, informou-me. Balbuciava com uma intimidade que não gostei – a mesma da apresentação – que alguém a tinha deixado com as seis crianças. Adivinhava-se ali heroína e não é metaforicamente falando. Fez questão de mas mostrar e desfilou uma série de cartões e fotografias em que mal se viam as diferenças entre elas, podendo, as seis, ser uma só. Estranhei não haver uma foto de conjunto de todas, mas estive tentada a dar-lhe alguma coisa, pois mesmo sendo tudo aldrabice, era inegável que estava ali a miséria. Contudo, houve, a certa altura, um pormenor que me fez mudar de ideias; um pequeno detalhe determinante na minha decisão: no meio de BI`s e cartões do Sistema Nacional de Saúde, a Paula exibiu os cartões de sócias do Futebol Clube do Porto das filhas. Pobres mas gloriosas. Não é nada contra o clube, garanto, mas, pura e simplesmente, aquilo na minha cabeça soou demasiado estranho.
A Paula devia ter a minha idade. Talvez mais nova, mas os maus-tratos da vida faziam-na parecer mais velha. Era desdentada, tinha o cabelo oleoso e a cara demasiado vincada. Tinha seis meninas, informou-me. Balbuciava com uma intimidade que não gostei – a mesma da apresentação – que alguém a tinha deixado com as seis crianças. Adivinhava-se ali heroína e não é metaforicamente falando. Fez questão de mas mostrar e desfilou uma série de cartões e fotografias em que mal se viam as diferenças entre elas, podendo, as seis, ser uma só. Estranhei não haver uma foto de conjunto de todas, mas estive tentada a dar-lhe alguma coisa, pois mesmo sendo tudo aldrabice, era inegável que estava ali a miséria. Contudo, houve, a certa altura, um pormenor que me fez mudar de ideias; um pequeno detalhe determinante na minha decisão: no meio de BI`s e cartões do Sistema Nacional de Saúde, a Paula exibiu os cartões de sócias do Futebol Clube do Porto das filhas. Pobres mas gloriosas. Não é nada contra o clube, garanto, mas, pura e simplesmente, aquilo na minha cabeça soou demasiado estranho.
[Também postado aqui]
domingo, dezembro 07, 2008
Verdades Absolutas
"Mantêm os laços com os teus pais. O mundo é um lugar estranho, quando eles não estão por perto". [ouvido algures num filme qualquer]
sábado, dezembro 06, 2008
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Eterna Calvino
Estou a ler o livro “Fábulas e Contos”, escrito por Italo Calvino que depois de limadas as partes mais violentas – este tipo de narrativas nunca foi, inicialmente, para crianças – debito ao Simão. Às vezes, como hoje, lá me esqueço, e deixo escapar uma cena mais cruel, alguém cuja cabeça espetada num pau a rainha ordenou colocar à porta da cidade para ameaçar, como exemplo, quem lhe repetisse os feitos.
Ele escuta-me atento, pergunta-me pormenores, desvaloriza-me as falhas (como a desta noite: assegurou-me que já sabia que antigamente se fazia isso aos inimigos) e desculpa-me os esquecimentos. Frequentemente, não me lembro dos finais das histórias e a meio começo a adverti-lo de tal. Ele não me desencoraja, não zomba da minha fraca memória, não me ridiculariza a falta de jeito para as contar. Antes pelo contrário, incentiva-me a continuar e faz-me sentir tão importante como o brilhante autor das mesmas: “Não faz mal. Não pares. Se não souberes o fim, tu sabes como o inventar!”
Ele escuta-me atento, pergunta-me pormenores, desvaloriza-me as falhas (como a desta noite: assegurou-me que já sabia que antigamente se fazia isso aos inimigos) e desculpa-me os esquecimentos. Frequentemente, não me lembro dos finais das histórias e a meio começo a adverti-lo de tal. Ele não me desencoraja, não zomba da minha fraca memória, não me ridiculariza a falta de jeito para as contar. Antes pelo contrário, incentiva-me a continuar e faz-me sentir tão importante como o brilhante autor das mesmas: “Não faz mal. Não pares. Se não souberes o fim, tu sabes como o inventar!”
quinta-feira, dezembro 04, 2008
Um bom método para esquecer a tristeza
Personagens:
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Apesar de ele garantir que este era eficaz, optámos por outro método, para combater a minha tristeza:
Acção:• LEGO Technic 8296 Dune Buggy
• 199 Peças
• Mais de hora e meia despendida na construção
• Contém também instruções para ser construído como tractor. [Ele que não se lembre!]
E ainda tive direito a um “mimo” quando me perdia com as peças minúsculas: “Porquê que as pessoas de idade nunca vêem bem? – Simão dixit”
Não há melhor remédio, acreditem: sentirmo-nos miseráveis é, seguramente, a melhor forma de nos esquecermos que estamos mal!
• Simão, 8 anos
• Eu
Cenário:
Apesar de ele garantir que este era eficaz, optámos por outro método, para combater a minha tristeza:
Acção:• LEGO Technic 8296 Dune Buggy
• 199 Peças
• Mais de hora e meia despendida na construção
• Contém também instruções para ser construído como tractor. [Ele que não se lembre!]
E ainda tive direito a um “mimo” quando me perdia com as peças minúsculas: “Porquê que as pessoas de idade nunca vêem bem? – Simão dixit”
Não há melhor remédio, acreditem: sentirmo-nos miseráveis é, seguramente, a melhor forma de nos esquecermos que estamos mal!
[também postado aqui]