quinta-feira, dezembro 31, 2009
Azar ou self filling profecy?
Ontem, ao sairmos de casa, cruzou-se connosco um gato preto. Chovia a cântaros, o céu estava escuro, carregado, ameaçador. Parecia querer desabar-se sobre nós, arrastar-nos no dilúvio. Nesse instante, tive o disparatado pressentimento que aquele não era um dia seguro, que aquele não era um bom dia. Voltei-me para ele e exorcizei o meu medo, usando a ironia para disfarçar a minha superstição:
– Viste o gato? Tenho a sensação que vamos ter um acidente. Achas que dá azar?
Ele reprimiu, logicamente, a minha premonição pagã:
– Não. Gosto muito de gatos pretos. São iguais aos outros. E foram vítimas de coisas que nunca fizeram.
Apesar de não serem esteticamente os meus preferidos, de serem os tigrados os de minha predilecção, eu mesma já tive um. Uma! Uma deselegante fêmea azeviche luzidia, de bonitos olhos esmeralda, que um dia perdeu a cauda sem nunca sabermos como nem porquê. Por isso – e apesar de conhecer já o desfecho do dia de ontem – tenho de anuir com a sua racional conclusão. Não há gatos que dêem azar. Há, sim, animais extraordinários, como este que aqui vos deixo.
– Viste o gato? Tenho a sensação que vamos ter um acidente. Achas que dá azar?
Ele reprimiu, logicamente, a minha premonição pagã:
– Não. Gosto muito de gatos pretos. São iguais aos outros. E foram vítimas de coisas que nunca fizeram.
Apesar de não serem esteticamente os meus preferidos, de serem os tigrados os de minha predilecção, eu mesma já tive um. Uma! Uma deselegante fêmea azeviche luzidia, de bonitos olhos esmeralda, que um dia perdeu a cauda sem nunca sabermos como nem porquê. Por isso – e apesar de conhecer já o desfecho do dia de ontem – tenho de anuir com a sua racional conclusão. Não há gatos que dêem azar. Há, sim, animais extraordinários, como este que aqui vos deixo.
© Foto: Filipe Varela (aka Keoshi)
A Absoluta Relatividade das Coisas
Estou absolutamente convicta que a idade e a experiência nos fazem relativizar as coisas: fiquei ontem com o meu Volvo novo – acabadinho de ir buscar – espatifado; mas estou viva e de boa saúde.
quarta-feira, dezembro 30, 2009
Cenas da Vida Rural (15)
Depois de terem conseguido casar, Mimoso e Garanhão - como já era de esperar - partiram para a adopção. As opiniões dividem-se:
O toiro Conservatoirius e o gnomo Düss El Dwarf estão chocados: acham que eles vão tresmalhar a educação da vitelinha cor-de-rosa. Dona Malhada, por seu lado, acha que ela vai ser muito feliz.
segunda-feira, dezembro 28, 2009
domingo, dezembro 27, 2009
sábado, dezembro 26, 2009
sexta-feira, dezembro 25, 2009
quinta-feira, dezembro 24, 2009
quarta-feira, dezembro 23, 2009
Cenas da Vida Rural (9)
O toiro Mimoso e o toiro Garanhão casados de fresco e eternamente agradecidos a José Sócrates (até se chatearem e se divorciarem, claro).
– Parece que o Mimoso e o Garanhão agora querem adoptar uma vitelinha cor-de-rosa... – informa a vaca Rosália.
– Olha que apaixonados! Até se vê daqui os coraçõeszinhos sobre as suas cabeças! Gosto da cauda branca do vestido do Mimoso. E do ramo! Que bonito o ramo de rosas! – Exclama a vaca Florinda.
terça-feira, dezembro 22, 2009
segunda-feira, dezembro 21, 2009
sábado, dezembro 19, 2009
O principio do nada
Passaram 1252 anos no tempo das Fadas. Lunata está sentada à janela, embrulhada num xaile. Na sua cadeira de baloiço, já não se balança. Olha o vago, o infinito, o nada. Tem os olhos fundos e baços, inexpressivos, dos seres de muita idade.
Lá, ao longe, o sol põe-se por detrás da Floresta Encantada já sem encanto. É o fim da estação fria, o principio do nada. Lunata não se lembra de Demiurgo, nem de Millstreet, nem de Pato Preto. Lunata não se lembra de nada. Solidificou a memória como solidificaram as suas articulações. Apagou as recordações como se apaga o seu coração. É a mente a acompanhar o corpo e este a fugir[-lhe] à velocidade da luz.
Lá, ao longe, o sol põe-se por detrás da Floresta Encantada já sem encanto. É o fim da estação fria, o principio do nada. Lunata não se lembra de Demiurgo, nem de Millstreet, nem de Pato Preto. Lunata não se lembra de nada. Solidificou a memória como solidificaram as suas articulações. Apagou as recordações como se apaga o seu coração. É a mente a acompanhar o corpo e este a fugir[-lhe] à velocidade da luz.
Etiquetas: Lunata
sexta-feira, dezembro 18, 2009
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Cenas da Vida Rural (6)
– O meu nome é Babe, Porquinho Babe – informa o suíno, passando sensualmente o chispe no seu focinho molhado de tomada.
– Ó meu comandante, estou farto de aturar o arrogante do porco! Que pena nesta altura do ano não se comer leitão em vez de peru! – Lamenta o Soldadinho de Madeira ao colega, ambos guarda-costas de Babe.
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
Da série: por que é que eu não me importo de enriquecer a empresa Zynga detentora da FarmVille ou...
terça-feira, dezembro 15, 2009
Futurology
And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now.
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight.
And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything seems like the movies
Yeah, you bleed just to know your alive.
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you... [to know who I am].
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now.
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight.
And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything seems like the movies
Yeah, you bleed just to know your alive.
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you... [to know who I am].
sábado, dezembro 12, 2009
E eu que pensava que a Farmville era uma seca...
tornei-me fã. A sério!
Esta é a vista aérea da minha quinta hoje, dia 12.12.
Lá ao fundo, está a decorrer, desde ontem, uma sessão de autógrafos com o porquinho Babe. A fila não pára de aumentar.
Nota: Düss El Dwarf, o famoso gnomo deste blog, também por lá anda. É vê-lo ali, mesmo antes da vaca e logo a seguir à rena.
Lá ao fundo, está a decorrer, desde ontem, uma sessão de autógrafos com o porquinho Babe. A fila não pára de aumentar.
Nota: Düss El Dwarf, o famoso gnomo deste blog, também por lá anda. É vê-lo ali, mesmo antes da vaca e logo a seguir à rena.
Quem? Quem?
Drive - The Cars
Who's gonna pick you up
When you fall?
...
Who's gonna pay attention
To your dreams?
...
Who's gonna hold you down
When you shake?
...
Who's gonna come around
When you break?
You can't go on
Thinking nothing's wrong.
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Definitivamente, a idade está na nossa cabeça
• Ela, 87 anos
• Eu
(…)
– Então, filha, já comprou a tal casa?
– Não, pedem um balúrdio. Querem oitenta mil contos! – Exclamei indignada.
Do outro lado fez-se silêncio, uma espécie de embaraço que atribuí à exorbitância que me pedem por uma bodega de uma ruína. Depois, percebi a sua hesitação:
– Hum... quanto é isso em euros?
E eu que vou precisar da vida inteira para me habituar ao raio dos euros e de fazer eternamente o seu câmbio para escudos!
• Eu
(…)
– Então, filha, já comprou a tal casa?
– Não, pedem um balúrdio. Querem oitenta mil contos! – Exclamei indignada.
Do outro lado fez-se silêncio, uma espécie de embaraço que atribuí à exorbitância que me pedem por uma bodega de uma ruína. Depois, percebi a sua hesitação:
– Hum... quanto é isso em euros?
E eu que vou precisar da vida inteira para me habituar ao raio dos euros e de fazer eternamente o seu câmbio para escudos!
sexta-feira, dezembro 04, 2009
No, I don't want to fall in love... with you
Chris Isaak - Wicked Game
What a wicked game to play, to make me feel this way.
What a wicked thing to do, to let me dream of you.
What a wicked thing to do, to let me dream of you.