© Foto: Sofia Bragança BuchholzPersonagens:
• Simão (7 anos)
• Eu
• Empregada do Simão
Cenário:
Depois do enoooorme esforço que é fazer os trabalhos de casa, resolvo recompensar o Simão, ensinando-lhe aquilo a que eu chamo de asneiras criativas.
Acção:
– Simão, sabes o que se pode fazer com um “1” um “9” e um “3”? – pergunto.
– Não, o quê? – quer ele saber, curioso.
Pego numa caneta e, na primeira folha que encontro, desenho um longo “um”, ao qual colo, à direita, na ponta superior um “nove” e na base, de pernas para o ar, um “três”.
Ele delira, quando percebe que na figura formada por aqueles números está um pénis, dá gargalhadas e promete não contar a ninguém que fui eu que lhe ensinei tamanha coisa.
Depois, ensino-lhe o que pode fazer com um “três” de pernas para cima, e dois “zeros” pequeninos, esboçando no papel um garboso peito, de subtis mamilos.
Nova gargalhada, novo delírio, diz que também quer fazer, ensaia ele esta nova façanha, descaindo os seios, exagerando os bicos, espalmando-os como inestéticos ovos estrelados.
Preparava-me eu para lhe ensinar a terceira brincadeira, um belo rabo feito com um generoso “três”, quando entra na sala a empregada. Entusiasmado, o Simão não consegue resistir e eufórico, de folha em riste, quebra a promessa, voltando-se para ela:
– Bé, sabes o que se pode fazer com um “1” um “9” e um “3”?
*ou "Pois, quem me mandou a mim…"