E ele respondeu:
Sabes...o sr. Búzio não me parece lá muito bem. Sempre respingão e de mau humor. Ainda ontem, quando o fui visitar, fiquei à porta e, como de costume, soletrei o seu nome em surdina: "senhor Búzio!"; e a arquitetura/ acústica da casa do sr. Búzio fez o resto: "se-nho-nho-nhor..rrrrr Búzio-úzio-zio-io-o-o-o-o!" (palavras "ecoadas/ enroladas").
Então, ele apareceu e resmungou: "ouve lá, oh Demiurgo, quantas vezes já te disse para não gritares tão alto?", eu limitei-me a responder: "tantas quantas o venho visitar". Pressenti-(lhe) uma capitulação envergonhada... e acrescentei: "a Lunata manda-lhe um beijo do tamanho do mar". "O mar enche-me a casa cheia de areia!" respingou o sr. Búzio. "Pois... o mar... e o beijo?" perguntei-lhe. "Não quero areia dentro de casa... o beijo pode ficar!”
[Texto de Demiurgo]
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