quinta-feira, maio 31, 2007
Ainda sobre a lei das doações entre familiares
Ok, os pais já não precisam de declarar a ajuda ao filho, mas o tio que auxilia os filhos desse irmão continua a ter de pagar o impostozito. Voltamos à estaca zero, portanto.
Para quem não sabe ou não está lembrado, mais sobre essa lei absurda, pode ser lido aqui.
Para quem não sabe ou não está lembrado, mais sobre essa lei absurda, pode ser lido aqui.
quarta-feira, maio 30, 2007
Dizem que é uma espécie de Estado Socialista
Uns pais que ajudem um filho que, neste país de economia estagnada e precária, se encontre no desemprego, ou não tenha rendimentos suficientes para a sua subsistência, e um tio que ajude, caridosamente, nas despesas de educação, os filhos deste seu irmão, têm de declará-lo às finanças e pagar impostos (de selo ou seja, lá, do que for)?!
Mas está tudo doido, ou quê?! Para além da porcaria de (in)Segurança Social que temos querem-nos dar cabo também dessa outra segurança, que felizmente ainda existe em alguns países do sul da Europa, que é a solidariedade familiar?
Permitam, mas é, que estes actos, tantas vezes conseguidos à custa de ginásticas incontáveis no equilíbrio orçamental dessas famílias, passem a poder constar como despesas na Fiscalidade das mesmas. É que já deve ser suficientemente humilhante viver de "esmolas", e mais ainda será, ter de viver sob o mesmo tecto para que as possam deduzir nos impostos.
Mas está tudo doido, ou quê?! Para além da porcaria de (in)Segurança Social que temos querem-nos dar cabo também dessa outra segurança, que felizmente ainda existe em alguns países do sul da Europa, que é a solidariedade familiar?
Permitam, mas é, que estes actos, tantas vezes conseguidos à custa de ginásticas incontáveis no equilíbrio orçamental dessas famílias, passem a poder constar como despesas na Fiscalidade das mesmas. É que já deve ser suficientemente humilhante viver de "esmolas", e mais ainda será, ter de viver sob o mesmo tecto para que as possam deduzir nos impostos.
© Foto: REUTERS/ Pawel Kopczynski
Amigável a Gays
Daqui a uns dias vou a Barcelona. Na procura de alojamento, foi com espanto que constatei que, na descrição das características dos hotéis, ali, mesmo, ao lado da informação sobre se têm ar condicionado ou mini-bar, se existem facilidades para pessoas com mobilidade condicionada e se permitem animais de estimação, existe a tão singela e catita rubrica: “amigável a Gays” (Gay Friendly).
Ora, pergunto-me se estes “estranhos seres” (sim, porque é exactamente nisso que esta rubrica os transforma) terão comportamentos públicos distintos dos, dos heterosexuais, entrarão, por ventura, no hotel aos pulinhos, com um rótulo na testa e um dildo no rabo ao que, ao identificá-los, o recepcionista estará instruído para se desfazer em sorrisos, salamaleques e serventias?!
Não entendo. Sinceramente, senhores, ele há coisas que não se entendem…
Ora, pergunto-me se estes “estranhos seres” (sim, porque é exactamente nisso que esta rubrica os transforma) terão comportamentos públicos distintos dos, dos heterosexuais, entrarão, por ventura, no hotel aos pulinhos, com um rótulo na testa e um dildo no rabo ao que, ao identificá-los, o recepcionista estará instruído para se desfazer em sorrisos, salamaleques e serventias?!
Não entendo. Sinceramente, senhores, ele há coisas que não se entendem…
terça-feira, maio 29, 2007
O Simão, e o Esparguete negro
Personagens:
• Simão, 6 anos
• Eu, (como narrador)
Cenário:
Ao jantar, o amarelo de uma omolete de gambas contrasta, maravilhosamente, com o negro de um spaghetti di seppia.
Ao deparar-se com tamanho festival de cores no prato, o Simão, enojado, rejeita, diplomaticamente, o manjar:
Acção:
– Deve estar muito bom. Mas vocês já sabem: eu não como massa africana!
• Simão, 6 anos
• Eu, (como narrador)
Cenário:
Ao jantar, o amarelo de uma omolete de gambas contrasta, maravilhosamente, com o negro de um spaghetti di seppia.
Ao deparar-se com tamanho festival de cores no prato, o Simão, enojado, rejeita, diplomaticamente, o manjar:
Acção:
– Deve estar muito bom. Mas vocês já sabem: eu não como massa africana!
segunda-feira, maio 28, 2007
domingo, maio 27, 2007
Ainda sobre a Polícia Portuguesa
Ainda sobre a polícia portuguesa, esse maravilhoso escol mundial, apraz-me partilhar convosco as poucas, mas dignas de relato, experiências que tive com ela.
Das várias vezes que me assaltaram o carro, nunca essa força de elite me encontrou o larápio, o que, sendo uma prática comum na zona onde habito e um comportamento padronizado por parte dos malfeitores, penso não seria difícil para essa magnífica autoridade de concretizar, ou, melhor ainda, prevenir. Os malfeitores actuam invariavelmente à noite quando vêem na área um carro novo; nunca se arriscam a estroncar uma porta ou um vidrozito em ruas principais, ficando-se pelas pequeninas que as circundam, sendo até uns tipos decentes, porreiros mesmo, abstendo-se da pilhéria quando os informamos, através do porta-luvas aberto, que ali não há nada para levar. Nos carros habitués, estes gentlemen, não tocam, não os ilibando, contudo, o facto de nos rebentaram os vidros dos carros novinhos em folha que, ao engano, julgam não fazer parte do espólio dos moradores e dos quais desconhecem ainda os “hábitos de arrumação de interiores”. Uma das vezes, demos, até, de caras com um destes senhores, que tão surpreendido como nós, mas bastante mais ágil, pisgou-se rapidamente, assegurando-nos, contudo: “eu não roubei nada, eu não roubei nada.”. Pois não. Não havia nada para roubar! Mas este “querido” esqueceu-se que quem tinha de pagar a conta do vidro não era ele: éramos nós. Apresentada a queixa na esquadra, descrito o ladrão, o agente, familiarizado com a ocorrência, assegurou-nos que já sabia quem era, e mandou-se então buscar a casa, vulgo, à toca, este lobo de trazer por casa. Não era o homem que procurávamos mas, pelos vistos, um que agia de forma igual e que, partindo a torto e a direito vidrozinhos a carros, roubando aos magotes rádiozitos e leitores de CD`s, circulava, ali – e na minha rua, caraças! – na paz do senhor… agente.
Outra das vezes, e esta foi das mais hilariantes que me ocorreu, acabadas de sair do health club, ainda de cabelo lambido da piscina e desarranjadas, eu e uma amiga conversávamos dentro do carro distraídas, concentradas que estávamos na verborreia, pois são assim as mulheres, e eis que, surpreendentemente, sentimos o carro abanar violentamente. Espreitando pelo vidro verificamos, atónitas, ser uma turba de polícias (uns cinco ou seis), os autores do crime. Meus caros leitores, asseguro-vos que não era Carnaval e por isso, confiantes de estarmos, mesmo, perante essa coisa magnífica e segura que é a autoridade portuguesa, abrimos a porta e perguntámos o que se passava. À toa, e aos risinhos, estes excepcionais corpos de intervenção, responderam que estavam apenas a ver se se encontrava gente dentro da viatura, apressando-se a seguir caminho rumo à sua esquadra que, aliás, se situava, ali mesmo, a uns cinquenta metros. Ora bem, pasmadas, boquiabertas, eu e a minha amiga entreolhamo-nos e interrogamo-nos se estariam a testar a suspensão do BM? Era bom que estivessem: é que, do mal, o menos! Mas uma coisa é certa, para nós, a partir daquele momento, a autoridade nacional perdeu, definitivamente, a imagem e o respeito de autoridade.
Das várias vezes que me assaltaram o carro, nunca essa força de elite me encontrou o larápio, o que, sendo uma prática comum na zona onde habito e um comportamento padronizado por parte dos malfeitores, penso não seria difícil para essa magnífica autoridade de concretizar, ou, melhor ainda, prevenir. Os malfeitores actuam invariavelmente à noite quando vêem na área um carro novo; nunca se arriscam a estroncar uma porta ou um vidrozito em ruas principais, ficando-se pelas pequeninas que as circundam, sendo até uns tipos decentes, porreiros mesmo, abstendo-se da pilhéria quando os informamos, através do porta-luvas aberto, que ali não há nada para levar. Nos carros habitués, estes gentlemen, não tocam, não os ilibando, contudo, o facto de nos rebentaram os vidros dos carros novinhos em folha que, ao engano, julgam não fazer parte do espólio dos moradores e dos quais desconhecem ainda os “hábitos de arrumação de interiores”. Uma das vezes, demos, até, de caras com um destes senhores, que tão surpreendido como nós, mas bastante mais ágil, pisgou-se rapidamente, assegurando-nos, contudo: “eu não roubei nada, eu não roubei nada.”. Pois não. Não havia nada para roubar! Mas este “querido” esqueceu-se que quem tinha de pagar a conta do vidro não era ele: éramos nós. Apresentada a queixa na esquadra, descrito o ladrão, o agente, familiarizado com a ocorrência, assegurou-nos que já sabia quem era, e mandou-se então buscar a casa, vulgo, à toca, este lobo de trazer por casa. Não era o homem que procurávamos mas, pelos vistos, um que agia de forma igual e que, partindo a torto e a direito vidrozinhos a carros, roubando aos magotes rádiozitos e leitores de CD`s, circulava, ali – e na minha rua, caraças! – na paz do senhor… agente.
Outra das vezes, e esta foi das mais hilariantes que me ocorreu, acabadas de sair do health club, ainda de cabelo lambido da piscina e desarranjadas, eu e uma amiga conversávamos dentro do carro distraídas, concentradas que estávamos na verborreia, pois são assim as mulheres, e eis que, surpreendentemente, sentimos o carro abanar violentamente. Espreitando pelo vidro verificamos, atónitas, ser uma turba de polícias (uns cinco ou seis), os autores do crime. Meus caros leitores, asseguro-vos que não era Carnaval e por isso, confiantes de estarmos, mesmo, perante essa coisa magnífica e segura que é a autoridade portuguesa, abrimos a porta e perguntámos o que se passava. À toa, e aos risinhos, estes excepcionais corpos de intervenção, responderam que estavam apenas a ver se se encontrava gente dentro da viatura, apressando-se a seguir caminho rumo à sua esquadra que, aliás, se situava, ali mesmo, a uns cinquenta metros. Ora bem, pasmadas, boquiabertas, eu e a minha amiga entreolhamo-nos e interrogamo-nos se estariam a testar a suspensão do BM? Era bom que estivessem: é que, do mal, o menos! Mas uma coisa é certa, para nós, a partir daquele momento, a autoridade nacional perdeu, definitivamente, a imagem e o respeito de autoridade.
Estado em que se encontra este país...
com os seus Presidentes (de Junta, de Câmara...):
Herman Enciclopédia
Às dezenas. Todos iguais. A deixarem o país de tanga!
sexta-feira, maio 25, 2007
E quando tudo parece correr pelo pior...
... não se esqueçam:
Monty Python - Life of Brian
Always look on the bright side of life... fiu-fu... fu, fu, fiu-fu!
Dicas para um dia daqueles
Naquele fim de tarde, antes que lhe explodisse de dor e se espalhasse pela casa em penosos pedacinhos, ela tirou a cabeça e pousou-a, cuidadosamente, sobre a escrivaninha do hall da entrada.
Depois, degolada de preocupações, descansou o corpo, assim, confortavelmente, serão adentro, na chaise-longue da sala.
Depois, degolada de preocupações, descansou o corpo, assim, confortavelmente, serão adentro, na chaise-longue da sala.
quarta-feira, maio 23, 2007
Eu hoje acordei assim…™
Sofisticada, sensível, elegante… com o meu recôndito cromossoma Y a “dar a dar”:
- 1001 cavalos
- 407 km/h
- Um milhão de euros
“Luxuoso, elegante, marcante, exclusivo, loucamente caro e enlouquecedoramente rápido” [Matt Stone; in: “The New York Times Syndicate”]
Bugatti Veyron 16.4
- 1001 cavalos
- 407 km/h
- Um milhão de euros
“Luxuoso, elegante, marcante, exclusivo, loucamente caro e enlouquecedoramente rápido” [Matt Stone; in: “The New York Times Syndicate”]
Palavra hoje é… (17)
Esculápio
de Esculápio, n. pr.
s. m.,
médico.
“Carlos ia formar-se em Medicina. E como dizia o Dr. Trigueiros houvera sempre naquele menino realmente uma «vocação para Esculápio».” [Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil; pág. 91]
s. m.,
médico.
“Carlos ia formar-se em Medicina. E como dizia o Dr. Trigueiros houvera sempre naquele menino realmente uma «vocação para Esculápio».” [Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil; pág. 91]
terça-feira, maio 22, 2007
Simão, e a reciclagem: No “Irmãozão”?
Personagens:
• Simão, 6 anos
• Eu (como narrador)
Cenário:
Depois de uma – já costumeira – pega com o irmão mais velho, ouço o Simão refugiar-se no quarto dos brinquedos e desabafar, revoltadamente, em voz alta:
Acção:
– Estou farto deste irmão! Farto!... FARTO! Porque é que os meus pais não o reciclam?! Podiam reciclá-lo. Era tão bom se eles o reciclassem!
• Simão, 6 anos
• Eu (como narrador)
Cenário:
Depois de uma – já costumeira – pega com o irmão mais velho, ouço o Simão refugiar-se no quarto dos brinquedos e desabafar, revoltadamente, em voz alta:
Acção:
– Estou farto deste irmão! Farto!... FARTO! Porque é que os meus pais não o reciclam?! Podiam reciclá-lo. Era tão bom se eles o reciclassem!
segunda-feira, maio 21, 2007
Ciclo de Vida do Amor
Eles não sabem. Meu Amor, não lhes contes.
Não lhes fales do entusiasmo, da frequência das mensagens, da ansiedade nas respostas. Não lhes digas das conversas, dos olhares, dos jantares à luz da vela; Não lhes contes das horas roubadas ao trabalho, nem dos encontros furtivos, nem dos beijos, nem do sexo. Xiu… não lhes fales das viagens, dos hotéis, dos passeios abraçados!
Não lhes contes dos planos, das promessas, nem das juras; não lhes descrevas a vontade, o desespero, a urgência pelo outro.
Não lhes fales das esperas, das desculpas, das ausências. Nem dos telefones desligados, das chamadas não atendidas ou das desculpas esfarrapadas. Não lhes contes as discussões, a indiferença, a desilusão.
Não lhes contes, Meu Amor, eles não precisam de saber – não já – como nasce e morre o amor.
Não lhes fales do entusiasmo, da frequência das mensagens, da ansiedade nas respostas. Não lhes digas das conversas, dos olhares, dos jantares à luz da vela; Não lhes contes das horas roubadas ao trabalho, nem dos encontros furtivos, nem dos beijos, nem do sexo. Xiu… não lhes fales das viagens, dos hotéis, dos passeios abraçados!
Não lhes contes dos planos, das promessas, nem das juras; não lhes descrevas a vontade, o desespero, a urgência pelo outro.
Não lhes fales das esperas, das desculpas, das ausências. Nem dos telefones desligados, das chamadas não atendidas ou das desculpas esfarrapadas. Não lhes contes as discussões, a indiferença, a desilusão.
Não lhes contes, Meu Amor, eles não precisam de saber – não já – como nasce e morre o amor.
sábado, maio 19, 2007
sexta-feira, maio 18, 2007
A Palavra hoje é… (16)
Ebúrneo
do Lat. eburneu
adj.,
feito de marfim;
com aspecto de marfim.
“Mas era no camarote, quando a luz caía sobre o seu colo ebúrneo e as suas tranças de oiro, que ela oferecia verdadeiramente a encarnação de um ideal de Renascença, um modelo de Ticiano… Ele, Alencar, na primeira noite em que a vira, exclamara, mostrando-a ela e às outras trigueirotas de assinatura:
– Rapazes! É como um ducado de oiro novo entre velhos patacos do tempo do senhor D. João VI!” [Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil, pág. 26]
adj.,
feito de marfim;
com aspecto de marfim.
“Mas era no camarote, quando a luz caía sobre o seu colo ebúrneo e as suas tranças de oiro, que ela oferecia verdadeiramente a encarnação de um ideal de Renascença, um modelo de Ticiano… Ele, Alencar, na primeira noite em que a vira, exclamara, mostrando-a ela e às outras trigueirotas de assinatura:
– Rapazes! É como um ducado de oiro novo entre velhos patacos do tempo do senhor D. João VI!” [Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil, pág. 26]
quinta-feira, maio 17, 2007
Falar de Blogs com Cronistas
5ª feira, 17 de Maio, às 19 horas
"Há cronistas que têm blogs. Porquê? O que acrescenta o blog à crónica na imprensa e ao comentário na televisão?"
Abrupto, José Pacheco Pereira,
Bicho Carpinteiro, José Medeiros Ferreira,
Bomba Inteligente, Carla Quevedo
Glória Fácil, Fernanda Câncio
O moderador é o José Carlos Abrantes.
Gostava muito de ir, mas não vou poder. Vão por mim!
"Há cronistas que têm blogs. Porquê? O que acrescenta o blog à crónica na imprensa e ao comentário na televisão?"
Abrupto, José Pacheco Pereira,
Bicho Carpinteiro, José Medeiros Ferreira,
Bomba Inteligente, Carla Quevedo
Glória Fácil, Fernanda Câncio
O moderador é o José Carlos Abrantes.
Gostava muito de ir, mas não vou poder. Vão por mim!
quarta-feira, maio 16, 2007
Quando for grande, quero ser assim
Na foto: Bryan Ferry
O Bryan Ferry, aos 61 anos, é a prova real de que se pode vencer a P.D.I. (leia-se: Puta Da Idade) e dar a volta por cima nessa porra que é a luta contra o tempo.
Ao pesquisar para um artigo que escrevo sobre ele, (re)descobri um homem cheio de encantos, quer vocais, quer físicos, quer estéticos.
Bryan Ferry nasceu numa família paupérrima, estudou Belas-Artes, teve sucesso nos anos setenta e oitenta com os Roxy Music, passando, face a este, quase despercebido na sua carreira a solo que se desenvolveu paralelamente. Deparou-se com bloqueios de criatividade que o impediram de editar durante vários anos e crises pessoais que culminaram num divórcio, depois de 20 anos de casamento. Criou quatro filhos giríssimos, dois Labradores e outros tantos Border Terrier.
No ano passado foi convidado a ser o rosto da linha “Autograph” da Mark & Spencer e este ano modelo da Burberry ao lado dos seus dois filhos mais velhos, numa iniciativa de louvar destas marcas que, finalmente, perceberam que a população envelhecida ocidental pouco ou nada tem a ver com as carinhas imberbes de catraios de 14 anos e o que, mais uma vez, mostra a versatilidade, pioneirismo e coragem deste indivíduo.
Agora, está novamente aí, na mó de cima, com o seu último álbum, Dylanesque, em que canta clássicos de Bob Dylan, conseguindo imprimir-lhes um toquezinho tão pessoal e mágico que o tornou unanimemente aclamado pela crítica.
O Bryan Ferry, aos 61 anos, é a prova real de que se pode vencer a P.D.I. (leia-se: Puta Da Idade) e dar a volta por cima nessa porra que é a luta contra o tempo.
Ao pesquisar para um artigo que escrevo sobre ele, (re)descobri um homem cheio de encantos, quer vocais, quer físicos, quer estéticos.
Bryan Ferry nasceu numa família paupérrima, estudou Belas-Artes, teve sucesso nos anos setenta e oitenta com os Roxy Music, passando, face a este, quase despercebido na sua carreira a solo que se desenvolveu paralelamente. Deparou-se com bloqueios de criatividade que o impediram de editar durante vários anos e crises pessoais que culminaram num divórcio, depois de 20 anos de casamento. Criou quatro filhos giríssimos, dois Labradores e outros tantos Border Terrier.
No ano passado foi convidado a ser o rosto da linha “Autograph” da Mark & Spencer e este ano modelo da Burberry ao lado dos seus dois filhos mais velhos, numa iniciativa de louvar destas marcas que, finalmente, perceberam que a população envelhecida ocidental pouco ou nada tem a ver com as carinhas imberbes de catraios de 14 anos e o que, mais uma vez, mostra a versatilidade, pioneirismo e coragem deste indivíduo.
Agora, está novamente aí, na mó de cima, com o seu último álbum, Dylanesque, em que canta clássicos de Bob Dylan, conseguindo imprimir-lhes um toquezinho tão pessoal e mágico que o tornou unanimemente aclamado pela crítica.
terça-feira, maio 15, 2007
Simão, o Minucioso
Personagens:
• Simão, 6 anos
• Tomás, 9 anos
• Eu
Cenário:
Na sala, jogávamos a um jogo de adivinhar filmes através de gestos. Era a vez do Simão, que heroicamente simulava escaladas por paredes, jactos infalíveis pelas mãos, saltos espectaculares entre edifícios. Eu e o Tomás fomos unânimes:
Acção:
Eu e Tomás: – É O HOMEM ARANHA!
Ele, continuando, entusiasmado, as suas acrobacias, fez-nos que não com a cabeça. Nós, sim, verdadeiramente às aranhas, tão certos que estávamos de ter encontrado o protagonista, começamos a disparar ao acaso um rol de nomes de super heróis, pois aquilo tão extraordinário só podia ser façanha de um deles.
Tomás: – Super-homem?!
Eu: – Os Incríveis?!
Tomás: – Batmam?!
Eu: – Super-Mulher?!
Tomás: – Hulk?!
Eu: – Capitão América?!
…
Fartos, lá nos rendemos e ouvimos, boquiabertos, a resposta vitoriosa de quem não foi rendido:
Simão: – É o Homem-Aranha 2. Vocês disseram só Homem-Aranha. Podiam estar-se a referir ao primeiro filme.
• Simão, 6 anos
• Tomás, 9 anos
• Eu
Cenário:
Na sala, jogávamos a um jogo de adivinhar filmes através de gestos. Era a vez do Simão, que heroicamente simulava escaladas por paredes, jactos infalíveis pelas mãos, saltos espectaculares entre edifícios. Eu e o Tomás fomos unânimes:
Acção:
Eu e Tomás: – É O HOMEM ARANHA!
Ele, continuando, entusiasmado, as suas acrobacias, fez-nos que não com a cabeça. Nós, sim, verdadeiramente às aranhas, tão certos que estávamos de ter encontrado o protagonista, começamos a disparar ao acaso um rol de nomes de super heróis, pois aquilo tão extraordinário só podia ser façanha de um deles.
Tomás: – Super-homem?!
Eu: – Os Incríveis?!
Tomás: – Batmam?!
Eu: – Super-Mulher?!
Tomás: – Hulk?!
Eu: – Capitão América?!
…
Fartos, lá nos rendemos e ouvimos, boquiabertos, a resposta vitoriosa de quem não foi rendido:
Simão: – É o Homem-Aranha 2. Vocês disseram só Homem-Aranha. Podiam estar-se a referir ao primeiro filme.
Sejamos objectivos…
Na foto: James Purefoy (como Marco António)
A tão falada série Rome – que acabo de ver, na televisão, pela primeira vez – independentemente de ser ou não uma boa série (que, pela amostra do episódio de hoje, não duvido que seja) está repleta dos ingredientes capazes de a tornarem numa produção de sucesso: a começar, pelos bíceps e pelas belíssimas feições dos seus protagonistas. Já me conquistou, olécas!
segunda-feira, maio 14, 2007
Retratos do trabalho em Portugal™
“O presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) insurgiu-se hoje contra as críticas que a imprensa britânica tem feito à actuação das autoridades portuguesas no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, defendendo que a Polícia Judiciária "é das melhores do mundo".
…
"Os polícias portugueses estão a fazer um grande esforço (...). Sei de colegas que se voluntariaram para ir trabalhar em dias de folga" e participar na operação montada para encontrar a pequena turista inglesa, disse.
…
Se o desfecho do caso depender dos polícias portugueses, o presidente do Sinapol garante que "a criança vai aparecer"." [No Última Hora - Público" de 09.05.2007]
Ora, esperemos, então, que estes magníficos agentes não estejam destacados para as buscas da pequena Madeleine McCann.
…
"Os polícias portugueses estão a fazer um grande esforço (...). Sei de colegas que se voluntariaram para ir trabalhar em dias de folga" e participar na operação montada para encontrar a pequena turista inglesa, disse.
…
Se o desfecho do caso depender dos polícias portugueses, o presidente do Sinapol garante que "a criança vai aparecer"." [No Última Hora - Público" de 09.05.2007]
Ora, esperemos, então, que estes magníficos agentes não estejam destacados para as buscas da pequena Madeleine McCann.
domingo, maio 13, 2007
A Palavra hoje é…
Prada
"Prada é uma marca italiana de muito prestígio mundial.
No início de sua história, a grife era especializada em malas de viagem, bolsas e artigos de couro. Porém, tudo mudou quando a direção da marca passou para as mãos da sobrinha de seu dono, Miuccia Prada. A estilista, em sua juventude, participou de movimentos estudantis e quis trazer para suas colecções uma mulher inteligente, bem informada, ousada e inovadora, bem diferente do estilo feminino e sensual pregado pelo seu conterrâneo Gianni Versace.
Logo em seu primeiro desfile de prêt-à-porter, Miucchia causou impacto e ganhou importância. Hoje em dia, ela é considerada a papisa da moda. Até a toda-poderosa editora da Vogue americana, Anna Wintour, chegou a declarar que "Prada é o único motivo para alguém assistir à temporada de moda em Milão"."
Eu já cá volto. Vou ali fazer umas compras, num instantinho, e já venho.
No início de sua história, a grife era especializada em malas de viagem, bolsas e artigos de couro. Porém, tudo mudou quando a direção da marca passou para as mãos da sobrinha de seu dono, Miuccia Prada. A estilista, em sua juventude, participou de movimentos estudantis e quis trazer para suas colecções uma mulher inteligente, bem informada, ousada e inovadora, bem diferente do estilo feminino e sensual pregado pelo seu conterrâneo Gianni Versace.
Logo em seu primeiro desfile de prêt-à-porter, Miucchia causou impacto e ganhou importância. Hoje em dia, ela é considerada a papisa da moda. Até a toda-poderosa editora da Vogue americana, Anna Wintour, chegou a declarar que "Prada é o único motivo para alguém assistir à temporada de moda em Milão"."
Eu já cá volto. Vou ali fazer umas compras, num instantinho, e já venho.
sábado, maio 12, 2007
Um laivo de razão
O terceiro parágrafo do penúltimo post aqui colocado é pura fantasia. Não é o que faço. Mas o que gostaria de fazer. [Se a razão mo permitisse].
O escritor – assim como o poeta – já aqui, também, foi dito várias vezes, é um fingidor.
PS: Lunata ou Demiurgo tê-lo-iam feito, certamente. Por isso, os invejo.
O escritor – assim como o poeta – já aqui, também, foi dito várias vezes, é um fingidor.
PS: Lunata ou Demiurgo tê-lo-iam feito, certamente. Por isso, os invejo.
sexta-feira, maio 11, 2007
Pecados Geniais
O meu carro está sujo, repleto de pó o que me provoca dores de cabeça e me faz espirrar.
Sedenta de ar puro, abro-lhe constantemente a capota virtual (leia-se: as janelas) e viajo, assim, de cabelo ao vento e oxigénio nas "ventas". O efeito é, porém, contrário ao desejado: o pólen, a poeira, e as partículas de lixo divertem-se com a minha rinite e insistem em me fazer cócegas ao sistema imunitário, para me chatear.
Em vez de aspirar o carro, resolvi o problema comprando uma caixa de máscaras cirúrgicas que guardo no porta-luvas e que uso cada vez que entro no carro e conduzo. Afinal de contas era médica que eu gostava de ser e a preguiça… essa, já aqui foi dito ser o meu maior pecado.
Sedenta de ar puro, abro-lhe constantemente a capota virtual (leia-se: as janelas) e viajo, assim, de cabelo ao vento e oxigénio nas "ventas". O efeito é, porém, contrário ao desejado: o pólen, a poeira, e as partículas de lixo divertem-se com a minha rinite e insistem em me fazer cócegas ao sistema imunitário, para me chatear.
Em vez de aspirar o carro, resolvi o problema comprando uma caixa de máscaras cirúrgicas que guardo no porta-luvas e que uso cada vez que entro no carro e conduzo. Afinal de contas era médica que eu gostava de ser e a preguiça… essa, já aqui foi dito ser o meu maior pecado.
A Insustentável Impiedosa Crueldade do Tempo
Rolling Stones - Wild Horses - Live – 1976
Rolling Stones - Wild Horses - Live in Rio – 2006
quinta-feira, maio 10, 2007
Quadro Clínico
A dor voltou; aquela que apregoaste um dia poder curar com cuidados cirúrgicos.
Aquela, mesma, que se agrava com o calor, com a chegada da Primavera.
Instalou-se no costumeiro lugar; persistente, aguda. Algures entre o tórax e o ventre; entre o coração e o estômago, migrando, em forma de nó, de vez em quando, temporariamente, para a garganta.
Cobriu-me o corpo de carência. Toldou-me os sentidos de desejo. Encheu-me o peito de tristeza, turvou-me a esperança… de te ter.
A dor voltou; aquela que acreditei puderes um dia curar com dedicação e entrega de médico, e morro agora, Meu Amor. De amor.
Aquela, mesma, que se agrava com o calor, com a chegada da Primavera.
Instalou-se no costumeiro lugar; persistente, aguda. Algures entre o tórax e o ventre; entre o coração e o estômago, migrando, em forma de nó, de vez em quando, temporariamente, para a garganta.
Cobriu-me o corpo de carência. Toldou-me os sentidos de desejo. Encheu-me o peito de tristeza, turvou-me a esperança… de te ter.
A dor voltou; aquela que acreditei puderes um dia curar com dedicação e entrega de médico, e morro agora, Meu Amor. De amor.
quarta-feira, maio 09, 2007
Dos que Fumam (2)
Outro grande fumador do nosso tempo:
Mesmo não sendo fumadora, sempre tive um fraquinho por eles, confesso.
Dos que Fumam (1)
".... há uns meses, pediram-me que fornecesse uma fotografia de Fernando Pessoa. Uma das atribuições da Casa Fernando Pessoa também é essa. Forneci, vaidoso, com um cartão de cumprimentos. Veio devolvida, com a anotação de que a fotografia (belíssima) apresenta Fernando Pessoa a fumar; e que o ideal seria limpar o cigarro da fotografia. Estaline fazia isso com frequência. Hitler proibira o tabaco há muito. Tal como Edgar J. Hoover. Eu não vou limpar o cigarro da foto de Pessoa, como fizeram às de Malraux ou Camus." [no blog A Origem das Espécies]
Acho muito bem, Francisco. Não se "apaga", assim, a História!
terça-feira, maio 08, 2007
Por que é que eu não entendo os homens; e as mulheres são umas chatas (1)
"The older I get the less I know about women. They are completely infallible and totally impossible."
Bryan Ferry
Sábio, este homem – para além de cantar bem – é sábio.
Por que é que eu não entendo os homens; e as mulheres são umas chatas (2)
The older I get the more I know about men. They are completely fallible and totally impossible.
Eterna Descontente
Para saber isto não é preciso ser sábia, ora!
A Menina com Gatos na Cabeça (3)
© Imagem: Ray Caesar
Quando era criança tinha gatos no quintal. Ninhadas selvagens que brincavam felizes ao cair da noite.
Maiorzinha, tinha-os nos pulmões, numa chiadeira constante que lhe roubava o oxigénio e a impedia de respirar.
Mais tarde, teve-os no coração: uma introdução aos afectos, à responsabilidade, à perda e à sua dor.
Agora, subiram-lhe à cabeça. Visitam-na emsonhos pesadelos para se fazerem lembrados e a atormentar.
Quando era criança tinha gatos no quintal. Ninhadas selvagens que brincavam felizes ao cair da noite.
Maiorzinha, tinha-os nos pulmões, numa chiadeira constante que lhe roubava o oxigénio e a impedia de respirar.
Mais tarde, teve-os no coração: uma introdução aos afectos, à responsabilidade, à perda e à sua dor.
Agora, subiram-lhe à cabeça. Visitam-na em
domingo, maio 06, 2007
Jogos Infantis (2)
Quanto tempo, quantos dias, quantos anos mais, vou ter de fazer de conta; fingir que estou de olhos tapados [ao teu desamor], que te encontro no quarto [escuro] onde te procuro [e já quase nunca te acho]; até que numero… até que infinito algarismo vou ter de contar até que voltes para mim?
É que, Meu Amor, já não tenho idade; nem vontade, nem ânimo, nem forças… para brincar. Pesam-me os anos, dói-me a existência, torturam-me, aniquilam-me, matam-me, as memórias de todos os jogos [perdidos] que já contigo joguei!
É que, Meu Amor, já não tenho idade; nem vontade, nem ânimo, nem forças… para brincar. Pesam-me os anos, dói-me a existência, torturam-me, aniquilam-me, matam-me, as memórias de todos os jogos [perdidos] que já contigo joguei!
sábado, maio 05, 2007
Só tu, Mon Amour, pareces não ver...
Je suis ton pile
Tu es mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
Toi le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la guitare et moi la basse
Je suis la pluie et tu es mes gouttes
Tu es le oui et moi le doute
T'es le bouquet je suis les fleurs
Tu es l'aorte et moi le coeur
Toi t'es l'instant moi le bonheur
Tu es le verre je suis le vin
Toi tu es l'herbe et moi le joint
Tu es le vent j'suis la rafale
Toi la raquette et moi la balle
T'es le jouet et moi l'enfant
T'es le vieillard et moi le temps
Je suis l'iris tu es la pupille
Je suis l'épice toi la papille
Toi l'eau qui vient et moi la bouche
Toi l'aube et moi le ciel qui s'couche
T'es le vicaire et moi l'ivresse
T'es le mensonge moi la paresse
T'es le guépard moi la vitesse
Tu es la main moi la caresse
Je suis l'enfer de ta pécheresse
Tu es le Ciel moi la Terre, hum
Je suis l'oreille de ta musique
Je suis le soleil de tes tropiques
Je suis le tabac de ta pipe
T'es le plaisir je suis la foudre
Tu es la gamme et moi la note
Tu es la flamme moi l'allumette
T'es la chaleur j'suis la paresse
T'es la torpeur et moi la sieste
T'es la fraîcheur et moi l'averse
Tu es les fesses je suis la chaise
Tu es bémol et moi j'suis dièse
T'es le Laurel de mon Hardy
T'es le plaisir de mon soupir
T'es la moustache de mon Trotski
T'es tous les éclats de mon rire
Tu es le chant de ma sirène
Tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
Je suis ton pile
Toi mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
T'es le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la putain et moi la passe
Tu es la tombée moi l'épitaphe
Et toi le texte, moi le paragraphe
Tu es le lapsus et moi la gaffe
Toi l'élégance et moi la grâce
Tu es l'effet et moi la cause
Toi le divan moi la névrose
Toi l'épine moi la rose
Tu es la tristesse moi le poète
Tu es la Belle et moi la Bête
Tu es le corps et moi la tête
Tu es le corps. Hummm !
T'es le sérieux moi l'insouciance
Toi le flic moi la balance
Toi le gibier moi la potence
Toi l'ennui et moi la transe
Toi le très peu moi le beaucoup
Moi le sage et toi le fou
Tu es l'éclair et moi la poudre
Toi la paille et moi la poutre
Tu es le surmoi de mon ça
C'est toi qu'arrives des mois si ?
Tu es la mère et moi le doute
Tu es le néant et moi le tout
Tu es le chant de ma sirène
Toi tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
"Le Toi Du Moi", Carla Bruni
Tu es mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
Toi le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la guitare et moi la basse
Je suis la pluie et tu es mes gouttes
Tu es le oui et moi le doute
T'es le bouquet je suis les fleurs
Tu es l'aorte et moi le coeur
Toi t'es l'instant moi le bonheur
Tu es le verre je suis le vin
Toi tu es l'herbe et moi le joint
Tu es le vent j'suis la rafale
Toi la raquette et moi la balle
T'es le jouet et moi l'enfant
T'es le vieillard et moi le temps
Je suis l'iris tu es la pupille
Je suis l'épice toi la papille
Toi l'eau qui vient et moi la bouche
Toi l'aube et moi le ciel qui s'couche
T'es le vicaire et moi l'ivresse
T'es le mensonge moi la paresse
T'es le guépard moi la vitesse
Tu es la main moi la caresse
Je suis l'enfer de ta pécheresse
Tu es le Ciel moi la Terre, hum
Je suis l'oreille de ta musique
Je suis le soleil de tes tropiques
Je suis le tabac de ta pipe
T'es le plaisir je suis la foudre
Tu es la gamme et moi la note
Tu es la flamme moi l'allumette
T'es la chaleur j'suis la paresse
T'es la torpeur et moi la sieste
T'es la fraîcheur et moi l'averse
Tu es les fesses je suis la chaise
Tu es bémol et moi j'suis dièse
T'es le Laurel de mon Hardy
T'es le plaisir de mon soupir
T'es la moustache de mon Trotski
T'es tous les éclats de mon rire
Tu es le chant de ma sirène
Tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
Je suis ton pile
Toi mon face
Toi mon nombril
Et moi ta glace
Tu es l'envie et moi le geste
T'es le citron et moi le zeste
Je suis le thé, tu es la tasse
Toi la putain et moi la passe
Tu es la tombée moi l'épitaphe
Et toi le texte, moi le paragraphe
Tu es le lapsus et moi la gaffe
Toi l'élégance et moi la grâce
Tu es l'effet et moi la cause
Toi le divan moi la névrose
Toi l'épine moi la rose
Tu es la tristesse moi le poète
Tu es la Belle et moi la Bête
Tu es le corps et moi la tête
Tu es le corps. Hummm !
T'es le sérieux moi l'insouciance
Toi le flic moi la balance
Toi le gibier moi la potence
Toi l'ennui et moi la transe
Toi le très peu moi le beaucoup
Moi le sage et toi le fou
Tu es l'éclair et moi la poudre
Toi la paille et moi la poutre
Tu es le surmoi de mon ça
C'est toi qu'arrives des mois si ?
Tu es la mère et moi le doute
Tu es le néant et moi le tout
Tu es le chant de ma sirène
Toi tu es le sang et moi la veine
T'es le jamais de mon toujours
T'es mon amour t'es mon amour
"Le Toi Du Moi", Carla Bruni
sexta-feira, maio 04, 2007
Afirmações que encaixam na perfeição a certas pessoas
Fossem todos tão intolerantes contigo, como tu és com os outros.
A Palavra hoje é... (15)
Vilipendiar
v. tr.,
tratar com vilipêndio;
considerar vil;
desprezar.
“As senhoras, deliciando-se em vilipendiar uma mulher tão loira, tão linda e com tantas jóias, chamaram-lhe logo a “negreira”!”
[Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil, pág. 27]
tratar com vilipêndio;
considerar vil;
desprezar.
“As senhoras, deliciando-se em vilipendiar uma mulher tão loira, tão linda e com tantas jóias, chamaram-lhe logo a “negreira”!”
[Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil, pág. 27]
quarta-feira, maio 02, 2007
Eu amanhã quero acordar assim… ™
Mal eles sabiam!…
Nos tempos em que ainda se amavam, Lunata e Demiurgo entraram no Club, em West End, London, vestidos a rigor. Ele, de smoking e sapatos brilhantes; ela, de longo vestido de chiffon de seda e colar de pérolas. Cumprimentaram os cavalheiros, beijaram as damas, e deslizaram pelos salões, dançando, num swing perfeito. Pararam na imensa varanda que dava para o jardim e, sob a luz cúmplice da Lua, ele disse-lhe, baixinho, ao ouvido, aquilo que mais ninguém pode ouvir. Ela riu, uma gargalhada farta que lhe atirou a cabeça e o sumptuoso cabelo enfeitado com minúsculas pérolasinhas, graciosamente, para trás. Ele piscou-lhe o olho, e apertou-a, assim, num abraço sentido, junto ao peito, como fazem os apaixonados. Lord Harold e Sir James, cuspindo elegantemente baforadas dos seus poderosos charutos, invejaram-no pela companhia. E pelo estado de espírito! Countess Anne e Lady Cordelia invejaram-na a ela. Pela sua beleza e pela sua, genuína, alegria.
Mal eles sabiam!…
Mal eles sabiam!…
© Sofia Bragança Buchholz, 2007. Reprodução interdita.
Etiquetas: Lunata
terça-feira, maio 01, 2007
Dos Excêntricos*
Foto: Terry Richardson/ Publicidade da Sisley
* adaptado da rubrica "Dos Modernos" do blog Bomba Inteligente
* adaptado da rubrica "Dos Modernos" do blog Bomba Inteligente