sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Prazeres Adiados (III)

É só para dizer, que ele continua por cá. [Suspiro].

Eu hoje vou deitar-me assim...


Emmanuelle Seigner e Harrison Ford no filme "Frantic"

Provocadoramente ingénua, a pensar em ti, Meu Amor.

3:33

Sempre que olho para o relógio são três horas e trinta e três minutos. Coincidências [de que só eu sei].

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Eu hoje vou deitar-me assim...


Annie Lennox - A Whiter Shade of Pale

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Sobre os Direitos dos Animais

Chovem, quase diariamente, nas nossas caixas de correio, mails com petições contra os mais variados tipos de atrocidades infligidos, mundialmente, a animais.
A maior parte das vezes, apagamo-los, porque na nossa já tão complicada vida queremos é esquecer a desgraça e iludir-nos que o mundo corre, senão belo, pelo menos harmoniosamente, à nossa volta.
Nos últimos tempos, contudo, tenho reflectido sobre este assunto e visto vídeos e fotografias onde estas barbaridade estão documentadas. Digo-vos, não é fácil! Estas são atrozes, chocantes, repugnantes. A maioria das vezes, tenho dificuldades em as conseguir ver até ao fim!
A carnificina é variada:
Há quintas onde animais são mantidos nas condições mais degradantes – expostos na sua já curta vida ao frio, à fome, à sede e a falta de espaço – para acabarem mortos por electrocussão anal ou vaginal, para que a sua pele não fique danificada, muitas das vezes, não sendo esta fatal à primeira, acaba por ser arrancada ainda com eles vivos.
Já na romântica e requintada França há quintas de criação de gansos e patos para produção da famosíssima delicatesse “fois-gras” que são autênticas fábricas de tortura. Este, consegue-se através da alimentação forçada dos animais, sendo-lhes enfiados tubos pela garganta, duas ou três vezes por dia, e quantidades absurdas de ração e gordura bombeadas continuamente para o estômago destas aves, que lutam desesperadamente para fugir. Muitas vezes, os tubos perfuram as gargantas dos animais, causando-lhes hemorragias fatais e dores insuportáveis.
Na China, por exemplo, os animais são apanhados pelas autoridades de forma brutal, literalmente, engaiolados em compartimentos minúsculos onde mal se podem mexer e ficam imobilizados horas para serem abatidos de forma cruel, à paulada ou enforcados.
Também neste país, animais domésticos – mas também vacas, galinhas e coelhos… são jogados vivos nos recintos dos leões e tigres, em jardins zoológicos, e servidos como alimento. Funcionários do zoo incentivam os turistas a comprar estes animais para oferecer aos predadores e assim se divertiram a presenciar o repasto.
Tudo isto, já para não falar no uso de animais na industria do entretimento, na cosmética, na decoração, na experimentação e até na pornografia!
É evidente que é impossível a alguém civilizado ficar indiferente a esta barbárie e, aqui, é fundamental o papel das instituições de defesa dos animais na divulgação e sensibilização destes crimes. Contudo afasto-me destes organismos, geralmente nisto: é que na defesa de princípios inquestionáveis caiem, grande parte das vezes, em radicalismos extremos.
Comer carne é natural para nós, como o é para os tigres e leões e para todos os outros carnívoros à face da terra. O que é inconcebível é que os bichos que comemos tenham de sofrer para/ e ao morrer. Sendo nós, os humanos, especialmente, mestres na tecnologia (e no Direito), porque temos de infligir vários choques até que a nossa presa morra electrocutada? Porque temos de lhe tirar a pele ainda viva? Porque temos de a deixar sangrar até morrer? Porque temos de a manter, nas suas já curtas vidas, em compartimentos minúsculos, amontoada com milhentas outras, nas condições mais adversas de higiene, rodeadas de fezes, urina e escuridão, vivendo na mais profunda infelicidade?
Em nome da economia de custos, dos costumes e da moda, entre outros, eu sei, mas com estes não posso compactuar.
É inconcebível que em pleno século XXI um artista plástico – o costa-riquenho Guillermo Habacuc Vargas – exponha um cão vadio numa galeria de arte e o deixe morrer à fome e à sede perante os olhos atentos de um público faminto de cultura. E que ainda para mais seja premiado por isso! (o artista foi escolhido para representar o seu país na "Bienal Centro-americana Honduras 2008")
É estapafúrdio que num país como o nosso, em nome da tradição, os organizadores da festa de Carnaval em Campia (Vouzela) metam um gato num cântaro de barro – onde, em pânico, fica fechado até à hora da festa – o icem num mastro forrado com palha, para, no fim do desfile, lhe lançarem fogo, que, ao queimar a corda, o deixa cair ao chão e, então, sair o pobre gato que corre desnorteado, tendo ainda à perna foliões mascarados que o perseguem com paus e tenazes na mão, tentando apanhá-lo. Repito, é surreal!
Há, ainda, outra questão porque me afasto do radicalismo destas organizações: é que compreendo que em muitos dos países onde isto acontece, a vida humana tem um valor diminuto, comparado com o que se lhe atribui nos países ditos civilizados, e não são respeitados nem os direitos humanos quanto mais os direitos dos animais! Nestes casos, assinar petições contra o boicote mundial dos seus produtos seria, para além de nada resolver em relação aos animais, contribuir para a degradação do seu já, muitas das vezes, miserável povo. E entre os animais e os humanos – por muito que algumas vezes me custe – ainda escolho, obviamente, os segundos.

Nota: Os vídeos e imagens supra mencionados podem ser vistos, por exemplo: aqui, aqui, aqui. Aconselho vivamente – quem for capaz – a vê-los. É completamente diferente ler sobre estas barbaridades de ver as imagens. Estas, contêm cenas chocantes de violência contra animais e, REPITO, não devem ser vistas por pessoas facilmente impressionáveis.

[também postado aqui]

Simão, o Culto (II)

Personagens:
• Simão (7 anos)
• Eu

Cenário:
Existe um cão novo em casa dos meus sobrinhos, um pachorrento Labrador preto com pouco mais de dois meses de idade. Apesar de pacato, o cachorro gosta de afiar os dentes, e tem particular predilecção pelas mãos dos miúdos, quando estes brincam com ele.
O Simão reclama:

Acção:
És um bárbaro, Spike! Um bárbaro!
Eu rio-me. E, testo-o, divertida, à espera de o ver estatelar-se na resposta.
– E tu por acaso sabes o que é um bárbaro? Sabes quem eram os bárbaros?

E ele prontamente:
– Sei, claro. Eram povos antigos muito rudes e maus.


Moral da história:
Ora, toma, aprende, que é para a próxima não perguntares!

Eu hoje vou deitar-me assim...

Na foto:Melissa Rose Haro e Rosie Huntington-Whiteley/ © Foto: Ellen Von Unwerth

Indiferentemente a pensar em ti, Meu Amor.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

A Palavra hoje é… (25)

nédio

do Lat. nitidu, brilhante

adj.,
luzidio, anafado;
brilhante, lustroso.

“Era um homem velho, de cabelos brancos, polido e nédio como um embaixador, sério como uma estátua, penteado como um gentleman.”.
[Em “O Mistério da Estrada de Sintra”, de Eça de Queiroz em colaboração com Ramalho Ortigão, Editora Livros do Brasil – Para Modelo Continente, pág. 175]

Sobre os Óscares 2008

Os Cromos da noite:


Daniel Day-Lewis e Rebecca Miller indescritíveis.


Os Bichos da noite:


Tilda Swinton num modelo morcego, Alber Elbaz para Lanvin. [E eu que tanto gosto desta actriz e que fez um papelão no filme "Michael Clayton - Uma Questão de Consciência"].


Diablo Cody num leopardo balofo da Dior, por John Galliano.

A Preferida da noite:



Helen Mirren vestida com um Georges Chakra. Não me importava de chegar àquela idade e poder vestir-me assim.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

FANTASPORTO 2008


Começa hoje a 28ª edição do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto.
A Sessão de Abertura é às 21.30h, com o filme “Este País Não é Para Velhos” (No Country for Old Men), de Ethan e Joel Coen, filme vencedor do Oscar para o melhor filme do ano.

Informações sobre a programação: aqui

sábado, fevereiro 23, 2008

A Palavra hoje é… (24)

lauda

s. f.,
página de livro escrita ou em branco.


O outro continha uma colecção de pensamentos, de máximas, de versos, de desenhos, de aguarelas firmados por muitos nomes diversos. Eu devorava com os olhos o conteúdo de cada lauda.”.
[Em “O Mistério da Estrada de Sintra”, de Eça de Queiroz em colaboração com Ramalho Ortigão, Editora Livros do Brasil – Para Modelo Continente, pág. 186]

Eu ontem deitei-me assim...

Na foto: Doutzen Kroes / © Foto: ?

Faustosamente a pensar em ti, Meu Amor.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Simão, o Corajoso de Meia-Tigela

Personagens:
• A minha irmã
• Eu


Cenário:
Na manhã seguinte à noite em que lhes contei o filme de terror, ao ligar o telemóvel, entra-me a seguinte mensagem da minha irmã:

Acção:
Não podes voltar a contar filmes de terror ao Simão. Passou a noite toda acordado, a tremer, cheio de medo, e a desejar que o dia nascesse.”.
E terminava assim, o que, no meio dos meus remorsos, me fez soltar uma farta gargalhada:
Duvido que volte a entrar no Teixeira!”.
É que o Teixeira é o barbeiro dele.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A Minha Querida “Família Addams” (II)

Imagem do filme: Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street

Personagens:
• Simão (7 anos)
• Tomás (10 anos)
• Mãe do Simão e do Tomás
• Eu

Cenário:
Depois do jantar, ainda à mesa, o Tomás, o Simão e a minha irmã, incitam-me a contar o filme de terror que vi na véspera. Os três, de olhos postos em mim, escutam, atentos:

Acção:
– Ele tinha sido condenado injustamente e regressou com o desejo de se vingar e recuperar a filha que ficara com o mau… Arranjou uma namorada, que fazia as piores empadas de Londres com carne de gatos e baratas…
Faço uma pausa, mas eles nem me dão tempo de recuperar o folgo e reclamam em uníssono:
– Vá, continua! Continua!
Eu continuo:
– Como era barbeiro, montou uma barbearia por cima da loja da namorada e resolveu cortar as goelas a toda a gente de quem se queria vingar… Aí, tinha uma cadeira com um alçapão que dava directamente para o sítio onde a namorada tinha o forno de cozer as empadas e sempre que alguém, lá, ia fazer a barba, sozinho, ele matava-o e mandava o corpo pelo alçapão abaixo. Passaram a fazer empadas de carne humana e estas – porque, claro, ninguém sabia – tornaram-se as mais deliciosas e gabadas de Londres!
Faço outra pausa e eles, entusiasmados:
– Continua, continua!

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Percebes, agora, porque é que eu não me importo de ter asas?

Na foto: Miranda Kerr/ © Foto: Victoria`s Secret

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A Palavra hoje é… (23)

túmido

do Lat. tumidu

adj.,
retesado pelo enchimento;
inchado;
avolumado;
dilatado;

fig.,
soberbo;
arrogante.


Nessa manhã falava-se em certas reservas entre o gabinete de Berlim e as Tulherias. Lembrava-se Sadova, mil coisas que eu não sei; e olhava-se muito para o barão Werther, que sorria com um túmido sorriso prussiano.”.
[Em “O Mistério da Estrada de Sintra”, de Eça de Queiroz em colaboração com Ramalho Ortigão, Editora Livros do Brasil – Para Modelo Continente, pág. 196]

sábado, fevereiro 16, 2008

Reflexões

© Foto: Bruno Espadana

Há dias chegou-me à caixa de correio um mail a pedir um novo lar para uma ninhada de cães. Não eram uns cachorros quaisquer, desses que abundam pelas ruas ou canis da cidade, mas, sim, uma ninhada de bem tratados Golden Retrievers.
Reenviei-o, como já o fiz tantas outras vezes, e surpreendentemente duas pessoas manifestaram o seu interesse e me escreveram a pedir informações sobre como contactar os donos dos animais. Nunca tal me havia acontecido antes. Nunca, em toda a minha vida, me lembro de ter conhecimento de que algum dos meus contactos tenha ficado com um destes infelizes e sem abrigo rafeiros. E, dei por mim a pensar o quanto a vida é cruel e que a sorte do berço onde nascemos é, já, meio caminho andado para a sobrevivência.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O Glamour Europeu (II)



Para quem não perceber, ficam as imagens.

Uma Aventura em África (IV)

Como viram, nem tudo são rosas, mesmo quando se viaja num dos comboios mais confortáveis e luxuosos do mundo. Depois de superado o primeiro espinho – o descarrilamento – surge agora o segundo, chegado ao meu telemóvel num sms tardio: “Os rails na Zâmbia são antigos e o comboio balança mais do que um barco. Só visto! Toda a gente está enjoada. Estou tonto e já vomitei duas vezes. E vão ser dois dias assim!

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Ambientes: O Glamour Europeu


A 4 de Outubro de 1883, a Europa rejubilava com o aparecimento do Orient-Express, um glamouroso comboio que partia de Paris com destino a Constantinopla (hoje, Istambul, na Turquia). Foi considerado um dos comboios mais luxuosos do mundo, com passageiros que iam desde burgueses milionários até membros da mais alta aristocracia europeia.
Mas este entusiasmo não chegou a durar um século, pois as duas grandes guerras destruíram parte dos seus vagões e a linha foi gradualmente desactivada. Aliás, desde a sua inauguração que a sua rota foi alterada diversas vezes, fosse por questões de logística, ou por questões políticas.
Graças ao empresário James B. Sherwood, que comprou alguns vagões originais e investiu milhões de dólares no seu restauro, surge, em 1982, novamente no cenário europeu uma variante do original Orient-Express. Nesse ano, entra em funcionamento o requintado Venice Simplon Orient-Express (VSOE), sendo o seu trajecto principal feito entre Londres, Paris e Veneza (existindo, contudo, ainda outros percursos alternativos).
A configuração habitual do Venice Simplon Orient-Express é composta por dezassete carruagens, mais a locomotiva: são onze carruagens-cama, três carruagens-restaurante, uma carruagem piano-bar e duas carruagens para tripulação e serviço. As áreas públicas situam-se no centro da composição e as carruagens-cama nos seus extremos. Estas têm lavabos, mas as casas-de-banho encontram-se no exterior.
Cada composição é individualizada pela sua – belíssima, diga-se – decoração única, da autoria de famosos designers do período Deco: Lalique, Dunn, Maple, Morrison, Nelson, Prou.
As refeições a bordo deste comboio são inesquecíveis. Todos os pratos são cuidadosamente confeccionados por cozinheiros franceses, com os mais delicados e frescos ingredientes e servidas nos “Restaurant Cars”. Um dos mais conhecidos, o "Lalique", foi construído em 1929 e decorado ao estilo "Côte d’Azur" por René Lalique.
Enfim, são cerca de trinta horas de viagem, numa atmosfera a fazer lembrar a que nobres, intelectuais, lordes, diplomatas e burgueses abastados viveram no passado. Para mim, apenas um senão: mesmo sendo pouco mais de um dia de viagem, o facto das casas de banho não terem chuveiros.

[Postado também aqui]

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Uma Aventura em África (III)



Apenas um reparo: a roupa da tripulação. Mas talvez seja por o vídeo já ser antigo.

domingo, fevereiro 10, 2008

Uma Aventura em África (II)

Não foi à toa que ontem vos falei no “The Pride of Africa” esse luxuoso comboio que promete, para os mais afortunados, uma viagem “a salvo” e com as maiores comodidades num continente, tantas vezes, perigoso e onde impera, malogradamente, a miséria.
É que ele ontem, algures no meio de África, descarrilou. A bordo iam os 64 turistas acima dos 58 anos de idade (lembram-se?) e dois amigos meus.
Quando às 7.12h da manhã me entrou o seguinte sms no telemóvel “O comboio mais luxuoso do mundo descarrilou. MESMO! Ninguém se magoou. As duas locomotivas e seis carruagens saíram. Foi um problema nos rails.” – e passada a preocupação com a notícia – deu-me vontade de rir. É que, logo, de imediato, seguiu-se outro. Dizia:
Do comboio mais luxuoso do mundo para uma carrinha africana de 12 lugares. Uma hora até ao aeroporto e, se não houver avião, mais uma data delas até Victoria Falls!
É assim mesmo, África, e engana-se aquele que pensa poder iludir os riscos da sua aventura. São os seus encantos e contra eles, nada há a fazer!

[Postado também aqui]

Percebes, agora, porque é que eu não me importo de ter asas?

E por falar em África...
Na foto: Selita Ebanks (VS show) / © Foto: ?

sábado, fevereiro 09, 2008

Ambientes: Uma Aventura em África

O “The Pride of Africa” é um dos mais luxuosos comboios do mundo. Pode levar a bordo até cerca de setenta e dois passageiros e oferece diversos itinerários entre as mais importantes cidades africanas. A sua decoração clássica, de época, assegura uma atmosfera de elegância, riqueza e romantismo, fazendo desta viagem uma experiência única.
As suas carruagens, revestidas das mais belas madeiras, datam do início do século XX e passaram por meticulosas restaurações antes de começarem, novamente, a circular.

As suites são espaçosas e oferecem todo o conforto e comodidade. Possuem casas de banhos que, mantendo a traça original, estão equipadas com a mais moderna tecnologia.

As carruagens “
Observation cars” possuem janelas enormes que permitem aos passageiros, sentados em confortáveis sofás – ou nas varandas exteriores –, observar o continente africano.
As refeições são servidas no charme da atmosfera Vitoriana no “
Dining Car”. Os passageiros vestem-se a rigor e apreciam o requinte das porcelanas da china e das pratas. A gastronomia é de excelência e os jantares oferecem pratos saborosos e sofisticados.
Para ser mantido o espírito da época não existem a bordo rádios ou televisores.
Evidentemente tudo isto tem um preço e, obviamente, este não é pequeno.





[Postado também aqui]

Na Caixinha de Música

Bryan Ferry – Sweet and Lovely

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

E não é que, com o esclarecimento, quase me esquecia…

Imagem do Corta-Fitas retirada daqui e adaptada por mim

Esclarecimento

Ora, chega uma mulher de umas curtas férias (sim, uma MULHER, porque se dúvidas existiam, bastaria uma simples pesquisa na net para se chegar a este, este, este ou este link que o provam) e dá de caras com este texto do João Villalobos, onde é posta em causa a sua identidade e género.
Quanto à primeira, permitam-me que esclareça uma coisa: sou absolutamente adversa ao anonimato na blogosfera. Vejo-a como um meio de comunicação sério e como tal, a sua credibilidade seria impensável se os seus intervenientes fossem encapuçados desconhecidos. Por outro lado, o anonimato sob um pseudónimo seria inimaginável no meu caso, quanto mais não fosse, por questões práticas: era incapaz de deixar desprotegidos de direitos de autor textos que sei de antemão que serão publicados em livro.
Quanto à segunda questão, a dúvida de género do blogger, se a memória não me falha, já a delicada e feminina Carla, no inicio da sua existência blogosferica, se deparou com este mesmíssimo problema: ser confundida com um homem. Pergunto-me o que faz a blogosfera fazer este tipo de interpretação. O facto de se postar fotografias de mulheres bonitas? (É exclusivo masculino esta ode à beleza?) O tipo de humor utilizado? A ideia preconceituosa de que as mulheres só falam de coisas fúteis e nunca de politica ou economia? Pois, não faço ideia!
Deduz o João Villalobos que não posso ser mulher quando afirmo que os meus melhores amigos são homens, visto esta ser “uma impossibilidade técnica”. Afirma ainda, que este tipo de amizade é impossível, uma vez que acabaria, inevitavelmente, em envolvimento sexual. Meu caro amigo, prendendo-se a esse, sim, puídíssimo cliché, não poderia estar mais errado! Eu sou a prova viva de que essa impossibilidade técnica não existe! Nem todos os homens são – eternos – “bichos papões”, e se, de início, até podem manifestar a sua inata natureza predadora, quando se apercebem de que é em vão a sua tentativa de caça e de que a sua potencial presa pode ser uma divertida e inteligente aliada, afastam-se desta tentativa e tornam-se interessantes amigos. Lamento, sinceramente, por quem nunca partilhou esta enriquecedora experiência.
Quanto à adjectivação que fiz das mulheres, não se trata de um insulto nem, obviamente, de uma lei universal. É – como acontece em todas as crónicas – apenas uma opinião. Umas a negarão convictamente, outras a renunciarão conscientes do contrário, outras, com mais sentido de humor, como eu, a admitirão: a nossa natureza emocional (atrever-me-ia a dizer, superior, mas sei que isso daria mais pano para mangas) faz com que sejamos assim: elaboradas e complexas, complicadas, cheias de defeitos. Não estou com isto a afirmar que a natureza masculina está isenta deles, sendo um poço de virtudes. Nada disso. Nem que a amizade entre géneros é coisa pacifica. (Preciosa, sim, mas não pacifica!) Antes pelo contrário, e a própria crónica remete-nos para aqui: para a dificuldade de comunicação entre eles (mas para saberem mais terão de a ler até ao fim na Revista Atlântico de Fevereiro).
Ora, neste sentido [e, também, naquele, particular, a que o João se refere, da incredulidade da fêmea face aos argumentos do macho se ousar desmentir as palavras de desdém dela para com a sua espécie] concordo, sim, que uma mulher, por mais amiga que seja de um homem, jamais conseguirá fazer parte “da irmandade da pilinha”.

Prazeres Adiados (II)

Mais 4 dias, 21 horas, não sei quantos minutos... eu não disse?!

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Ilusões

Estás tão perto, à distância de um estender de mãos, de um esticar de dedos, de um olhar, de um sussurro, de um sopro…
Estás tão perto, de um abraço, de um beijo, de uma carícia ou aconchego… De uma palavra, de uma conversa, de um conselho ou opinião…
Estás tão perto, Meu Amor, como tantas vezes – ilusoriamente – desejei, mas tão incapaz de me apaziguares os receios e me resolveres os problemas.

Percebes, agora, porque é que eu não me importo de ter asas?

Na foto: Adriana Lima

sábado, fevereiro 02, 2008

Porque é que eu não entendo os homens e as mulheres são umas chatas?!
Amigos homens

Os meus melhores amigos são homens. Neles – em dois ou três, note-se – confio os meus segredos mais íntimos. Aprecio no sexo oposto o companheirismo, a franqueza e a boa disposição. Acima de tudo, a ausência da “complicação feminina”...

Continua na minha crónica, na Revista Atlântico de Fevereiro. Já nas bancas!

Animem-se, afinal, não é sempre a decrescer!

Há dias li um artigo que me surpreendeu. Este dizia que cientistas constataram que os níveis de felicidade têm a forma, curva, de um U, com o ponto mais alto no início e final da vida, e o mais baixo na meia-idade. Ora, se para mim os dois primeiros pareciam evidentes, já o terceiro deixou-me estupefacta. Sempre imaginei que fosse sempre a decrescer! Nunca pensei que à medida que nos aproximamos da morte, com artroses e limitações por todo o lado (sim, porque com essa idade todos as temos, por melhor que seja o nosso estado), nos pudéssemos sentir mais felizes do que em pleno auge da vida: aos 40!
Os autores deste estudo, os professores Andrew Oswald, da Universidade de Warwick, e David Blanchflower, do Dartmouth College, consideram que o efeito da curva em U tem origem no interior dos seres humanos, já que encontraram sinais de depressão no meio da vida em todos os géneros de pessoas, de todos os países estudados, em todos os estratos sociais, independentemente de serem homens ou mulheres, de terem filhos ou não, de serem ricos ou pobres, de terem vivido situações de divórcio, mudanças de emprego ou alteração de rendimento, e que ninguém sabe a causa desta ocorrência. Algumas pessoas podem sofrer mais do que outras, mas, garantem, todas passam por este processo.
Afirmam, ainda, que só quando se chega perto dos 50 anos é que a maioria das pessoas deixa de ser susceptível à depressão, e que mais tarde, perto dos 70, mantendo-se física e psicologicamente saudáveis, as pessoas podem, em geral, sentir-se tão felizes como aos 20 anos. Ora, ainda bem que assim é!

[Postado aqui]

Sugestões de Carnaval...

Foto retirada daqui

Porque sim. Porque me apetece. Porque é tempo dele.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Prazeres Adiados

1 ano, 7 meses, 26 dias após ter colocado o aparelho ortodontico, a agenda marca o fim da tortura – ontem – com uma ida ao dentista, para que ele me seja retirado.
Pacientemente, aguardo os 5 minutos que separam a minha chegada da saída da paciente anterior a mim.
Entro. Um espaço milimétrico impede-me de me ver livre de tão tenebroso artefacto. Fica adiado uma semana. Lá terá de ser!
Ainda não é desta que me posso adornar com uns maléficos dentes de vampiro no Carnaval. Terei de me contentar com os meus, de piranha… metálica.

Percebes, agora, por que é que eu não me importo de ter asas?

© Foto: ? / Na foto: VS show 2007

Poder de compra inversamente proporcional à juventude. Que injustiça!

Ontem, recebi uma mensagem de um amigo que, numa viagem de um mês e meio, atravessa a África de Cape Town ao Cairo. Diz-me que conheceu hoje os companheiros de viagem para as próximas semanas. Sessenta e quatro pessoas. O mais novo tem 58 anos!