quarta-feira, agosto 31, 2005

Ai, Meu Amor,

De que me serve a vida sem ti, se és o meu sol, e sem ele os dias não existem?!

Perversidades de Verão II

Gosto de fazer corridas, na piscina, com os meus sobrinhos pequenos e de não os deixar ganhar.

segunda-feira, agosto 29, 2005

E T OMA... a sério!

Eterna Descontente: − Continuas a querer inverter as coisas…

Sofisticação dos nomes

No outro dia, no Club de Golf, encontrei uma amiga que já não via há muitos anos. Chamava-se Cátia e a irmã Sónia. Agora chamam-se Maria e Leonor, os seus segundos nomes, e os filhos Madalena, Martim e Gonçalo.

Como é que eu lhe explico isto...

Personagens:
Simão, 4 anos (como já toda a gente está fartinha de saber)
Eu

Cenário:
Na piscina de um Club, “pinoca”, de Golf, eu e o Simão brincamos. Ele, sem pé, agarra-se a mim como uma cria de macaquito à mãe.
Ao fundo um senhor nada, tranquilamente.

Acção:
Simão (numa voz esganiçada, em alto e bom som): − Aquele senhor vai-te comer o pipipe*!

Eu: − Xiu, Simão, não se diz isso que é asneira!

Simão (indignado): − Não é asneira! Tu também disseste que vinha um tubarão e me comia o pilau!!!


*pipipe: variação “simãonesca” de pipi
pipi: do Lat. Pipinnu (quem havia de dizer!); s. m., órgão sexual da criança do sexo feminino.

...

Vamos para Tomar, vamos, Meu Amor

... T O M A

Eterna descontente: − Pára, estás a inverter as coisas… PÁRA!

Jogos Perigosos

osCHINELOSdeBYRON: − A

Eterna Descontente: − Alma? Alucinação? Almoço?... (risos)

osCHINELOSdeBYRON: − M

Eterna Descontente: – Ante Meridien? Ambrósio?

osCHINELOSdeBYRON: − O

Eterna Descontente: − Amo? O meu Amo?? Oh, tudo pelo meu amo, Senhor!!! (mais risos)

osCHINELOSdeBYRON: − T

Eterna Descontente: − Pára, estás a entrar num jogo perigoso… pára, PÁRA!

Ausência

Diz-me, Meu Amor, como és capaz de não sofrer a minha ausência, se a tua falta me desfaz, me despedaça, e me esfrangalha num infinito de pedaços?!

NAVEGANDO no TEMPO


Sofia Bragança Buchholz

A chegada

Vista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto/Portugal, de dentro de um avião da Air Europa, acabado de chegar de Madrid, no dia 29 de Julho de 2005.

Foto e Texto/ © Sofia Bragança Buchholz

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 6 (cont.)

Samburu...
No inicio de Junho tive um fim de semana prolongado e eis-me a caminho do Nordeste. O destino era a reserva Nacional de Samburu e Buffalo Springs.
A Norte do Monte Quénia, a terra é arida e o clima quente. Para variar, ja que em Nairobi esta frio (15°) e chove 1 a 2 dias por semana...
Do lado Este, Samburu, uma planicie a perder de vista com uma pequena colina mesmo no meio... Do outro lado Buffalo Springs mais montanhoso, mas igualmente arido. A separar as 2 reservas, uma linha de vegetaçao cerrada e o rio Ewaso. Apesar de muito largo, o caudal do rio, nao tinha mais que ½ metro de profundidade.
Mal o sol nascia, la estavamos nos a sair de jipe em direcçao à Reserva. O dia começa e é a melhor altura para ver os elefantes a caminho do rio. Os babuinos a atravessar o rio a correr e aos saltos, para evitar os crocodilos...
Depois, de volta à pousada, um pequeno almoço divinal e, com um livro debaixo do braço, la ia eu até ao “crocodile view point”. Sentada à sombra de uma arvore na esplanada, dormitava um pouco, acordava e la estavam à minha frentre os crocodilos imoveis meios submersos na agua. Lia umas paginas, voltava a olhar para o rio castanho, e la estavam os mesmos crocodilos no mesmo sitio. Que calor, uff!
Depressa me habituei a este ritual, a este ritmo Pole Pole...

Abelha Maia

domingo, agosto 28, 2005

Olhem...


Reuters/ Will Burgess

É os`Rei Juliánu à bronziár-si!...
Ó num é??... Carámbas, qui tou cúnfusa!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Desabafos de autor

Sabia que, mais tarde ou mais cedo, me iria deparar com um post meu noutro blog e que, de alguma forma, me iria doer.
Angustia-me ver as minhas coisas – textos ou fotos – espalhadas por aí, desarrumadas, mal tratadas, sem links que as remetam para o original (ou apenas, desleixadamente, através de um “aqui”), esquecendo o nome do autor e do blog que tão carinhosamente as fez nascer. Aflige-me saber as minhas palavras dedilhadas por outros dedos, alinhadas em outros templates, escritas a outra cor que não aquela que para elas, cuidadosamente, pensei. Assusta-me sabê-las perdidas, separadas, afastadas umas das outras, longe dos pensamentos originais e dos alinhamentos a elas destinados.
Já escrevi livros. É diferente. Existe sempre o nosso nome, num cantinho, algures. Existe sempre aquela coisa chamada “rigidez” de impressão, firewall precioso contra o vírus, letal, copy-paste, que prende as letras ao papel, amarrando as palavras que formam, para sempre, ao seu autor.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Simão, o galã

Personagens:
Simão, 4 anos
Tomás, 7 anos
Eu

Acção:
Preparamo-nos para deixar a piscina de um Club de Golf “pinoca” da zona, e o Simão informa-me a mim e ao irmão que tem de se ir despedir dos amigos. Com o seu saco de tacos (minis) de golf às costas vejo-o dirigir-se a um grupo de crianças de várias idades e ouço-o dizer um “Xau, malta!” “inturmado”.
De regresso, passa por uma menina aí de uns seis anos, que todo tempo havia ensaiado passos e poses de ballet na borda da piscina, e com todo o seu charme e ar gozão atira outro “Xau…” a que a menina responde com um sorriso, mas que logo suspende, ao ouvir o “… barriguda!” que remata o fim da frase.

Simão, o hipocondríaco II

Personagens:
Simão, 4 anos
Tomás, 7 anos
Eu, xx anos (que a minha idade não interessa aqui para nada)

Cenário:
Na piscina de um Club de Golf “pinoca” da zona, o Simão e o Tomás brincam, com o entusiasmo habitual de duas crianças da idade deles.
Ao fundo, outras crianças brincam também, enquanto as respectivas mães, avós, e tias − sobretudo tias − tostam ao sol e põem as novidades das últimas férias no Algarve, em dia.
Eu durmo. Ou finjo, vigiando pelo canto do olho esquerdo, semi-cerrado, o movimento das “minhas” crias e pelo do direito a conversa das outras.

Acção:
De repente, o Tomás, em defesa de um empurrão traiçoeiro que o fez cair de "chapola" na água, agarra o irmão por trás, levantando-o do solo os míseros centímetros que a sua parca força permite, conduzindo-o à piscina. O Simão, fiteiro, observador atento dos habituais queixumes do avô materno, e com fortes dotes para as artes dramáticas, abre as goelas, leva a mão ao peito e numa voz histérica de pânico e aflição simulada, desata a gritar:
− Ai, o meu coração! Aiiii, o meu coração!!
A piscina inteira parou − se fosse noite, poder-se-ia ver a spotlight deslocar-se lentamente e centrar-se na estrela do espectáculo − e em silêncio, a audiência voltou o olhar para a criança.
Eu, com uma vontade enorme de me enterrar ainda mais na espreguiçadeira onde estava deitada e simular um sono profundo que me ilibasse daquele show, levantei-me num pulo para o fazer calar e com um sorriso amarelo esclareci:
− Ele ouve isto ao avô… − E ainda, para acalmar a plateia desconfiada que continuava paralisada − E aos pais que são médicos… Ele não tem nada, a sério.

Perversidades de Verão

Gosto de dar “amonas” aos meus sobrinhos pequenos.

terça-feira, agosto 23, 2005

Partiste...

Meu Amor, e agora?...

IMAGEMdoDIA*



"A dog runs from a forest fire on the outskirts of Viana do Castelo city in northern Portugal August 21, 2005. France will send two specially equipped aircraft to Portugal on Sunday to fight forest fires raging across the country after Lisbon made a request to the EU's Executive Commission, a commission spokesman said."

REUTERS/Miguel Vidal (*atrasada)

Fonte: Reuters

Concordo com a Margarida quando diz:

Uma mulher sozinha faz um lar
Um homem sozinho faz um bar

segunda-feira, agosto 22, 2005

Eu hoje swinguei assim*


Reuters/ Ian Hodgson

− Flicta os joelhos…
− Não, menos!…
− Não, mais!…
− Estique os braços…
− Mais, mais…
− Sim…
− Não mova as ancas!
− Sim…
− Não!
− Não mova as ancas! Só o tronco!
− Não!
− Olhe, assim…

(swing perfeito)

(seguido de swing imperfeito, o meu, claro!)

− Nãaaaao! Não mova as ancas!
− A mão esquerda agarra o taco... a direita sobre a esquerda... assim...
− Dedo mindinho direito entre dedo médio e indicador esquerdo…
− Nãaaaao!…
− Assim! Olhe!
− Estique os braços!
− Não! Assim como se fossem cortar o mindinho…
− Não!
− Sim!
− Não!
− Polegar direito sobre o esquerdo…
− Sim! Boa!
− Não! Oh, que estava a fazer tão bem!
− Vá lá, tente outra vez…
− Não! Nãaaaao!

(longo suspiro... meu, claro!)

− Olhe, desculpe, mas vou antes, ali, para a piscina dar um mergulho, está bem?!


*Frase baseada na já conhecida “Eu hoje acordei assim” da Charlotte.

domingo, agosto 21, 2005

E agora...

adeus domingo de tédio que vou, ali, jogar golf e dar um mergulhinho na piscina!

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 6 (cont.)

Pavement
Antes que chegassem as visitas, o contacto radio das 8:00. Fiquei a saber que o chefe de missao teve que partir para Paris com o Coordenador Médico e o Responsavel Logistica algures na Libéria, em férias, la me meti a caminho, para tentar apanhar o aviao das 4:30 em Kisumu. As 6:00 ja estava em Nairobi, para o que desse e viesse...
Alguns dias mais tarde um telefonema do Burundi. Era a Casey, uma canadiano-americana que viveu alguns anos em Portugal. Parte da equipa que estava no Norte do Burundi vinha a caminho de Nairobi. A casa onde estavam, em Kayanza, foi apanhada mesmo no meio dos confrontos entre o exército e os rebeldes. Por isso, depois de uma noite passada no chao do corredor resolveram evacuar para Ngozi, mais calmo. Logo na 1a noite foram assaltados. Um grupo de homens armados até aos dentes, com uniformes do exercito, entrou pela casa dentro, ameaçaram-nos, levaram tudo o que parecia valioso, fecharam os 10 voluntarios no quarto de banho e foram embora. Nova evacuaçao, desta vez para Bujumbura, a capital, e com destino a Nairobi.
Chegaram a minha casa por volta das 6:00 da tarde. Cada um pior que o outro. Mal humorados, nervosos, a falar sem parar, ansiosos. Pudera!
Depois de um banho refrescante e de um jantar à luz das velas no restaurante italiano, tudo luxos que ja tinham esquecido, fomos dançar! Mas desta vez nao os levei ao Ndambolo. Nao, fomos à discoteca “in”, ao Pavement.
O Pavement é um sitio no minimo estranho. Metade dos presentes sao brancos e a outra metade sao indianos. Tudo gente com bastante dinheiro para “beber”. E muito tecno, cada vez mais duro. Uma americana loira, cabelo comprido oxigenado, cerca de 50 anos, ou mais, baixa, com sapatos de tacao alto e uns calçoes muito mini, com um telemovel pendurado no cinto. Das vezes que estive no Pavement encontrei-a sempre. A dançar no palco, sempre. No mesmo canto, do lado direito, por tras das colunas, sempre o mesmo grupo de bichas, muito bichas! Desta vez estava também um negro muito gordo e muito grande, com uma tunica branca e muitos colares dourados. Os dedos cobertos de anéis! Parecia um sultao rodeado dos seus subditos. E todos a dançar tecno!
Bem, depressa nos alheamos do que nos rodeava. Depois de algumas cervejas, concentramo-nos em nos. Eles dançaram até nao poder mais.
Fomos para casa, ver o sol nascer e falar dos acontecimentos dos ultimos dias.
No domingo, depois de dormir quase todo o dia, ja estavam mais calmos. Tinham exorcizado o mal...

Abelha Maia

sábado, agosto 20, 2005

"Deus está nos detalhes"

Ludwig Mies van der Rohe

Comi e Gostei: Sabor a Mar

Fresco e tenro: para saborear!

Fica na Praia da Aguda, mas está longe de ter vista para o mar e de primar pela estética na decoração. Tem, contudo, os melhores filetes de pescada que já alguma vez comi. Desconheço o segredo do/a cozinheiro/a ao confecciona-los macios, a desfazerem-se na boca, fazendo lembrar aqueles − de tempos idos − que eram preparados com pescada fresca, acabadinha de pescar.

De igual qualidade é a espetada de boi na brasa. A carne é tenra, alta, suculenta. Saborosa. Também aqui me interrogo onde arranjarão tal preciosidade e qual o talho que os fornece. Hei-de perguntar!
Ambos os pratos vêm guarnecidos com batatas fritas, arroz e grelos, trazendo a carne pedacinhos de toucinho e pimento.

De sobremesa recomendo o leite-creme e toucinho-do-céu.

Para quem mora na zona informo, ainda, que tem serviço take-away e que eles próprios asseguram a entrega em casa do cliente.

Restaurante Sabor a Mar
Rua do Eirado, 50
Praia da Aguda
Telf.: 22 762 84 72 / 22 762 86 99/ 22 762 96 19
Tlm.: 91 912 08 82

quarta-feira, agosto 17, 2005

Azares

– A senhora sabe se é seropositiva? – Perguntou a médica, dirigindo-se à prostituta que acompanhava os dois rapazes.
– Fiz o teste há pouco tempo e deu negativo – respondeu a mulher.
– Fizeram bem em vir os três à urgência. Se houver algum problema, quanto mais cedo se descobrir, mais hipóteses de sucesso se tem no ataque – informou, surpreendida por ver aquele trio entrar-lhe porta adentro e ao mesmo tempo satisfeita por terem tido a destreza de o fazerem.
– Ai, Doutora, que o diacho do preservativo tinha de romper! – Lamenta o rapaz, em pânico – Acha que posso ter apanhado a SIDA? Estava a fazer sexo anal… é pior não é, Doutora? – baralhava o rapaz, habituado aos ensinamentos masculinos da família, que em casa a mulher é para procriar e vias só há uma, aquela por onde nascem os filhos. E na rua, sim, onde está a maldade e o pecado, qualquer orifício serve, sendo os de maior prazer os proibidos no lar.
O outro rapaz mantinha-se calado. Na orgia tinha sido o escolhido, e premiado com um preservativo sem defeito. Ou mais resistente. Ou, talvez, a sua performance tenha sido menos entusiasta que a do outro, que fora brindado com um puf seco do látex.
A prostituta acompanhava-o no silêncio, parecendo inume a emoções. Se mentia nas respostas não se notava, se sofria com a sentença não dizia, se ansiava um prognóstico omitia. Parecia indiferente a tudo e a todos que a rodeavam, um autismo apurado, fruto de longos anos de treino a que a obrigava a sua profissão.
O rapaz chorava. Dois anos na prisão por tráfico de droga, um azar, nem precisava de andar nessa vida, pois que os pais tinham posses, comerciantes conhecidos que eram, fora apanhado a fazer um favor a um amigo que sofria na ressaca e ansiava por uma dose. E agora fora apanhado, novamente, mas na inconsciência dos seus tenros anos e do seu modelo de vida, pois que o pai também ia às putas, e gabava-se em casa em frente dos filhos homens, enquanto a mãe e a irmã, na cozinha, preparavam o cosido e temperavam os tomates para a salada.
– Ai, Doutora e agora? Não quero dar mais um desgosto à minha mãezinha, coitada. Já basta eu ter estado preso e agora isto…
E agora isto, o resultado foi positivo, o primeiro teste, e a médica guardava para si aquela informação, esperando a confirmação do resultado, sem querer alarmar antes de garantia, sem poder actuar antes de provas. E se tudo aquilo lhe parecia estranho à luz dos seus comportamentos e valores, não deixou de pensar naquela vez, há muito tempo, muito mesmo, antes do marido e dos filhos, da licenciatura e do doutoramento, do apartamento na Lapa e o BMW na garagem, em que numa semana de Queima das Fitas, numa noite de bebedeira, o álcool e o desejo falaram mais alto e deu uma queca com aquele tipo que não conhecia de parte nenhuma.
E ela, sim, nem sequer pediu para ele usar preservativo…

© Sofia Bragança Buchholz, 2005. Reprodução Interdita

terça-feira, agosto 16, 2005

IMAGEMdoDIA



"Bereaved family members receive chrysanthemums from white-gloved officials to lay before an altar at a memorial service for the war dead at Budokan Hall in Tokyo August 15, 2005. Japan marked the 60th anniversary of its defeat in World War Two on Monday with an apology for suffering caused by Japanese military aggression and pledged that Tokyo would never again go to war."

15 Aug 2005
REUTERS/Toshiyuki Aizawa

Fonte: Reuters

segunda-feira, agosto 15, 2005

Momento publicitário

Personagens:
Simão, quatro anos
Mãe do Simão, marmanjona já entrada nos “enta
Eu, marmanjona no fim dos “inta

Acção:
Os três personagens, lado a lado, esticam o braço direito, apontando; agarram a cabeça entre as mãos, abanando-a; ajoelham-se em tom de suplica, implorando, numa performance de fazer inveja a qualquer pirata, cão ou miúdo, profissionais.

Não, oh não…
Não te esqueças de mim,
Assim...
Triste, só, e abandonado,
Gelado,
Gelaaaaado!

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 6 (cont.)

Lavar a roupa, a louça e o corpo...
De manha, cedinho, fomos até à praia. As mulheres chegavam acompanhadas das crianças. Uma bacia com louça à cabeça. Uma trouxa de roupa nas maos. Ao longo da praia, enquanto as maes lavavam a roupa e a estendiam nos arbustos para secar, as crianças tomavam banho e brincavam.
Depois da roupa lavada, era a vez da louça.
Depois, com o sol cada vez mais alto, o que apetecia mesmo era tomar um bom banho.
E nos, apesar de nao termos nem roupa, nem louça, também merecemos entrar no lago! E, como todas as outras, tiramos a roupa e entramos na agua...

Maia...
No fim da sesta à sombra das arvores, resolvemos ir à vila. A Ingrid tinha combinado encontrar-se com um assistente social para planearem uma sessao de informaçao sobre a SIDA.
Chegámos a casa dele, entrámos e fomos convidadas a participar numa sessao de catequese! A Igreja de Pentecostes. Depois da oraçao final, na qual participámos, la tive que explicar quem sou e porque é que Deus nao estava em mim! Acabei por nao explicar nada, e defendi-me na minha educaçao catolica! Os luo sao muito religiosos!
De volta à vila, encontrámos outra amiga da Ingrid, e fomos beber uma “soda”. Começou a levantar-se um vento muito forte e, num abrir e fechar de olhos, que tempestade! Abrigámo-nos num restaurante e encontrámos umas amigas da amiga da Ingrid. Demos-lhes boleia para a aldeia e convidámo-las a aparecerem la em casa no domingo de manha.
Quando chegámos a casa, uma das nossas vizinhas apareceu com um bolo. Era para a Menta*!
Agora, quando me perguntam o meu nome, respondo Maia. Retribuimos o amavel presente com um prato de esparguete, que ela nunca tinha provado! Levou para casa para partilhar com o marido e com os filhos...
Domingo, às 7:00 ja estávamos a pe, a aprender a fazer mandazi para as nossas visitas...

Abelha Maia

* Esta palavra faz um trocadilho com o nome do autora. Para garantir o anonimato do mesma, foi, deliberadamente, substituída por mim.

sábado, agosto 13, 2005

imagens QUE falam


REUTERS/Sebastian Derungs

CRÓNICAS DA ABELHA MAIA EM MISSÃO HUMANITÁRIA – QUÉNIA: Crónica 6 (cont.)

Rusinga...
Depois do almoço, la nos fizemos à estrada.
Uma breve paragem no escritorio em Homa Bay, e continuamos a caminho de Rusinga. Cerca de 2 horas de estradao e, com o sol a desaparecer, cheguei à ilha.
A Ingrid estava à minha espera e acompanhou-me a casa. Uma casa em cimento, muito simples, entra-se para a sala de jantar, 2 quartos de cada lado, cortinas roxas, a cozinha ao fundo. Quartos de banho? As latrinas sao la fora! Nao lembra a ninguém por uma sanita dentro de casa. Que porcaria!
Nao ha electricidade na ilha e telefone, ha um. Que funciona de vez em quando!
Como a noite se aproximava fomos fazer umas compritas para o jantar. Mesmo à entrada do nosso bairro havia uns quiosques. Iluminados por uns candeeiros a petroleo. A Ingrid encontrou umas amigas. Com um grande sorriso, perguntaram logo quem eu era.
De volta à nossa casinha, o Alfred estava à nossa espera. O Alfred é o motorista do jipe. É ele a companhia da Ingrid. Viajam juntos pela ilha, trabalham juntos e partilham a casa. Enquanto a Ingrid preparava o jantar, eu pus a mesa e o Alfred tentava abrir a garrafa de vinho que eu tinha trazido de Kisumu. Sem saca-rolhas é dificil...
O jantar ja estava pronto – couve-repolho frita com tomate às rodelas e cebola! A rolha continuava imovel, verdadeiro obstaculo ao nosso prazer! Entao, tive uma ideia brilhante! Empurrar a rolha para dentro com uma faca! Tao simples! O resultado foi um pouco diferente do que estavamos à espera. Quando a Ingrid fez pressao para que a faca entrasse, o vinho saltou pela garrafa fora e espalhou-se pela sala... Mas ainda ficou pelo menos meio litro dentro da garrafa! Melhor que nada!

Abelha Maia

quinta-feira, agosto 11, 2005

Bebi e Gostei: Café Mambo

Boa musica: Chill out ao pôr-do-sol

O Café Mambo fica ao lado do famoso Café del Mar, em San Antonio, em Ibiza.
Com vista de primeira linha de mar, podemos observar os iates − e a respectiva “fauna” que os habita − a deslizar nas águas quentes e calmas do Mediterrâneo.
A música é excelente, os preços são astronómicos e a mise-en-scéne que rodeia o local é engraçada − muito para turista ver, claro, mas não deixa de ser engraçada − desde tipos com cobras ao pescoço, até meninas em topless a balouçarem-se, mesmo, ali, em frente a nós, numa descontracção ensaiada.

Café Mambo
Sant Antoni
Ibiza


Mais informações
aqui


Stefan Buchholz

Comentários

Está, novamente, acessível a todos a liberdade de expressão.

Peço desculpa por esta interrupção. O blog segue dentro de momentos…

Mas qu`é isto que estes americanos andam a fazer no meu blog???! A deixarem pilas a urinar, propostas de emprego, sites esquisitos e afins??? Bolas, era só o que me faltava, ter de andar de cinco em cinco minutos a apagar comentários!
Pronto, por hoje já arrumei a “casa”. Agora podemos continuar.
Ah, e, claro, todos os outros comentários são bem vindos!

quarta-feira, agosto 10, 2005

Ãhn?!...

Mas o que é que se passa com as letras do título? Que eram gordas, ficaram magras, para voltarem a engordar agora?
Alguma dieta de Verão, suponho…

!

BEAUSSANT!

EROS E PSIQUE

… E assim vedes, meu Irmão, que as verdades que vos foram dadas no Grau de Neófito, e aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.

DO RITUAL DE GRAU DE MESTRE DO ÁTRIO NA ORDEM TEMPLÁRIA DE PORTUGAL


Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que a Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o seu Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.


In "Fernando Pessoa, Obra Poética", Circulo de Leitores, 1986, pp. 261-262

terça-feira, agosto 09, 2005

NAVEGANDO no TEMPO

O meu Fotoblog.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Dia 8...

Hoje é dia de São Senhorio.

domingo, agosto 07, 2005

A despedida*

Fez ontem sete anos que ele me olhou, derradeiramente, com aqueles olhos verdes cansados, exausto, sem pressa para partir mas sem esperança de ficar. Era meio-dia, e não me esqueço que me chamou para aquela última conversa que não chegou a sê-lo verdadeiramente, limitando-se a uma troca de olhares e decisões consentidas: − Vou-me embora. – Vai, meu querido, vai em paz.
Antes, tinha-me mudado de armas e bagagens para aquela casa. Montara o meu quartel-general no quarto que já antes havia sido meu e que, fazia alguns meses, deixara de o ser. Ambos sabíamos qual iria ser o desfecho daquela situação, mas tacitamente havíamos decidido tentar inverter o destino ou prolongar a sorte. E passámos bons momentos. Passeávamos de manhã junto à praia, com o sol a aquecer-nos o corpo, e o cheiro húmido das flores a perfumar-nos os sentidos. Visitávamos o jardim da outra casa, aquele ali, a dois passos, que viria a ser mais tarde dele, e sentávamo-nos a conversar e a ver o voo rasante das gaivotas no mar em frente ou, pura e simplesmente, a desfrutar da companhia um do outro e dessa preciosidade, única dos verdadeiros amigos, que são os silêncios comunicantes. Quando passavam por nós, as pessoas interrogavam-se − e interrogavam-me a mim, pois sabiam que ele jamais teria respondido − como, sendo tão diferentes, podíamos ser tão cúmplices, tão unidos, um, ali, sempre ao lado do outro, num passeio que já era longo e que poderia, na verdade, ter sido ainda mais. Mas não foi. E alguns dias antes eu aceitei, finalmente, que assim não iria ser e consenti, mentalmente e, até por oração − confesso − a sua partida.
Então, ele chamou-me naquele dia e eu, mesmo estremunhada, saída de um sono irrequieto, várias vezes interrompido pela vigília, soube o que ele tinha para me dizer. Sentei-me calmamente ao seu lado, sem dramas, nem pânico, pois não queria que a ultima recordação que levasse de mim fosse o choro ou o desespero e pacientemente deixei-o suspirar… Uma, duas, três vezes. Depois passei carinhosamente a minha mão pela sua cabeça, descendo pelo corpo, macio e quente, tentando guarda-lo na memória, através daquela espécie de braillle. E coloquei-lhe ao pescoço o colar, aquele que lhe dera, faz tempo, e que usara durante anos como uma espécie de aliança, um sinal de união, que o ligava, definitivamente, a mim. Dentro, escrito a letras finas, miudinhas, bem desenhadas, um nome e um número identificavam a nossa amizade, eternizando aquele casamento perfeito entre nós. Dentro, gravados no metal, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte nos separe, estavam o meu nome e o meu número de telefone.
E, então, pus-lhe o colar, cuidadosamente, e despedi-me para sempre, ou até qualquer dia, quem sabe, numa voz baixinha e meiga, quase um sussurro, como aquela com que se fala aos filhos pequenos quando, à noite, os estamos a adormecer: − Vai em paz, meu querido, descansa, agora, em paz, meu gato lindo.

*Para o Rurru

© Sofia Bragança Buchholz, 2005. Reprodução Interdita

[8.07.05]

O homem entroncado

A menina a brincar


© Sofia Bragança Buchholz

O velho entre as pernas

Os namorados

A menina II

sexta-feira, agosto 05, 2005

A menina

O velho do balde

O homem, a bola e o guarda-sol

Ontem,

devido aos incêndios que lavravam nas redondezas, o Porto experimentou uma luz única. Quem desconhecesse o que a provocava, assustar-se-ia, seguramente, tamanho era o seu dramatismo e intensidade. Poderia parecer, de início, um aproximar de tempestade, ameaçadora, violenta, desconhecida na forma e na cor por terras lusas. Mas a sua permanência ao longo do dia, afastava essa hipótese. Fazia lembrar uma fotografia antiga, a preto e branco, gasta e amarelecida pelo tempo.
Eu estava lá, na Praia da Granja, e guardei − com a minha câmara − algumas imagens que partilho aqui convosco.

Nota: não utilizei qualquer tipo de filtro nas fotografias que se seguem

quinta-feira, agosto 04, 2005

IMAGEMdoDIA



"U.S. President George W. Bush pauses while speaking to the American Legislative Exchange Council after receiving the Jefferson Freedom Award (foreground) in Grapevine, Texas August 3, 2005. The president will remain and work out of Texas for the month of August at his Central Texas ranch and return to Washington in September."

REUTERS/Larry Downing


Fonte: Reuters

quarta-feira, agosto 03, 2005

Comi e Gostei: Xarrôco

Sardinhas Assadas com Batatas a Murro

As sardinhas vêm em camas de pão com alho picado que lhes absorve a gordura e que se tornam deliciosas para saborear no fim. Acompanham, batatas a murro, excepcionalmente bem temperadas com alho, azeite e coentros.
O preço de uma dose é de cerca de 7 euros.

Leite Creme

Delicioso. Queimado na altura. Macio. De chorar por mais.


Xarrôco
R. Heróis de França, 507
Matosinhos
Distrito: Porto
Telefone: 22 9381649

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Novas Rúbricas

Inauguro hoje duas novas rubricas intituladas “ Comi e Gostei” e "Bebi e Gostei".
Com elas pretendo dar a conhecer restaurantes/ bares/cafés por onde passei e que, por esta ou por aquela razão, merecem o meu destaque, ajudando − espero − quem a lê na escolha de um serão agradável ou de um pitéu inesquecível. Esta avaliação − porque baseada apenas na minha opinião pessoal − é perfeitamente subjectiva e a ordem de escolhas dos restaurantes não obedece a qualquer ranking de preferências.

Povo, que danças no rio

Se à uma e meia da manha, durante uma festa em minha casa, eu elevasse o volume da música a décibeis comparáveis ao do barulho do fogo de artifício que estoira lá fora, viriam, sem serem convidados, os vizinhos, os vizinhos dos vizinhos e até a polícia para me mandarem calar.
Estranha forma de povo, este, que areja a chanata esquecendo os calos da semana, que torce o pescoço até não poder mais da artrose, que dança as varizes madrugada adentro… para ver, contente, queimar os parcos euros da autarquia.


[10.07.05]

Desabafos

Corpo da Eterna Descontente: − Ouve lá, tens consciência que ainda há pouco chegaste de férias e já estou cheio de dores por causa das tuas posições de trabalho viciantes?

terça-feira, agosto 02, 2005

A Confissão

Fazia calor, muito calor, e a noite fora mal dormida como manda o costume.
Na véspera tiveram o seu tempo para expirarem os pecados, numa confissão a dois, consentida e, acima de tudo, sentida.
Iam de carro, calmamente, ele ao volante, ela ao lado, calados, a matutar na conversa que haviam tido com o padre.
Foi ela quem quebrou o silêncio, aproveitando o embalo da situação, desejosa, quem sabe, mesmo que inconscientemente, de entrar na nova vida oficial sem manchas nem nódoas antigas.
− Vá lá, diz lá, dormiste com a Carmen? − Quis ela saber, ainda virgem nesta coisa das relações a dois, ainda fundamentalista nas decisões se me pões os cornos, acabou!, imaculada de feridas de vida, arrogante nas certezas até que a morte nos separe.
Ele, confuso com a magia da ocasião, vacilou. Hesitou na resposta, e ela apanhou-lhe a deixa, decidida a perdoar aquele que fora um ponto negro, antigo, na relação deles.
− Ah, meu sacana! Não é que dormiste mesmo com aquela lambisgóia?! − Brincou. − Bolas, Deus dá pérolas a porcos… eu, aqui, tão jeitosinha e inteligente e tu, qualquer merda te serve!
Ele talvez tivesse contado a verdade, mas a prontidão e o tom jocoso da afirmação dela dissuadiu-o. Dar o braço a torcer nunca fora o seu forte e muito menos admitir um erro. Se ela tivesse ficado calada, talvez ele se visse na obrigação de preencher o silêncio com a verdade. Mas não ficou. E ele, mais experiente nos sentimentos a dois do que ela, inverteu o jogo a seu favor:
− Estás doida, era lá, eu, capaz! Tu é que andaste aos beijos com aquele tipo…
Fora buscar um exemplo velho, ainda mais antigo do que o ponto negro dela e já perdido há séculos no tempo, algures muito no inicio da relação deles.
Ela ainda insistiu: − Vá lá, não inventes, dormiste ou não com a Carmen?, mas já não valia a pena, pois qual lapa que não é arrancada à primeira batida, já ele criara defesas à segunda, agarrando-se com toda a força às suas afirmações.

© Sofia Bragança Buchholz

Reflexão...

depois de ter passado pelo a barriga de um arquitecto

Na casa onde nasci, existem 4 barrigas de arquitecto.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Dolce Vita

Cuidado com o homem que não mexe o estômago de quando ri...

Ele pediu um café, enquanto ao longe olhava um televisor perdido, algures, entre muitos outros ruídos do local.
Estava velho, pensou.
As imagens na sua memória sobrepunham-se às do ecrã e relembravam-lhe o filme que melhor conhecia, aquele em que fora ele mesmo o actor principal. Esboçou um sorriso e apresentou-se em jeito de James Bond ao público que, naquele momento, se resumia a ele próprio: Boavida, Grande Cabrão, Boavida.
Lembrou-se dos amigos e das farras... Dos carros que todos os anos entravam na sua garagem, “limpinhos”, como gravatas de seda acabadas de chegar de uma Lavandaria 5 à Sec... Lembrou-se das gajas que comera com gosto, salgadas do mar, coradas do sol, misturadas com ostras e lagostas e que talvez o tenham comido a ele nas três mil “mocas” que lhe cobravam no fim... Lembrou-se com especial prazer daquele sublime duelo entre “aventais” e “bíblias” em que ele levara a melhor àquele tipo que todos julgavam imbatível... e riu-se. Riu-se dos governos a cair, dos ministros a tombarem um a um, qual pinos de Bowlling e ele sempre em pé, porque o maior truque nestas coisas é como em todas as outras, ser incógnito, não ter rosto. Ele era apenas um boa-vida, um grande cabrão boa-vida... Aquele a quem era permitido mijar em público, tirar as calças ao luar, berrar para aliviar o stress...
E riu-se. Escangalhou-se a rir, mas assustou-se quando reparou que apesar das contracções das gargalhadas o seu estômago não se movia. Ter-lhe-ia parado a digestão? Ter-lhe-ia parado o coração? Talvez nem o tivesse... Por um momento empalideceu. Levou a mão ao estômago e pressionou... devagarinho... Mas nada, nem um movimento só.
Nessa altura o café que pedira aterrou à sua frente. A mistura “adrenaleica” do cheiro da cafeína com a nota de cinquenta euros com que pagaria foi remédio santo: discretamente o gás do D. Pérignon que bebera ao jantar subiu pelo o seu esófago indo desaguar-lhe, quase silenciosamente, à boca.
Ele voltou a sorrir...
Não ter coração qual quê!!!, exclamou para si próprio.
E, piscando o olho à Manuela Moura Guedes que agora aparecia na TV para creditar as notícias, assegurou: Mais do que coração, às vezes, na porra desta vida, é de estômago que a gente precisa!!!.

© Sofia Bragança Buchholz. Reprodução Interdita