Brincadeiras que não se devem ter com crianças, eu sei, eu sei , mas que adultos como eu não resistem
• Eu
• Simão, 6 anos
Cenário:
Ao entrar no quarto do Simão, vejo o Risquinhas − o Simão costuma dormir com um tigre chamado Risquinhas − a meio caminho entre a cama e o parapeito da janela, com uma pata na borda daquela e o focinho neste, e interrogo:
− O que tem o Risquinhas? Vai-se suicidar? Atirar-se da janela? Voar do quarto andar e esborrachar-se lá em baixo?
O Simão olha atarantado para ele.
Eu, continuo, dramática:
− Está zangado com a vida? É por causa do desemprego? Da inflação? Da interrupção voluntária da gravidez?
O Simão deixa rapidamente a brincadeira em que se encontra embrenhado e apressa-se − pelo sim, pelo não − a ir deitar confortavelmente o Risquinhas bem no meio da cama, com a cabeça numa almofada que carinhosamente acomoda para ele.
Depois ri-se e garante:
− Não. Está só a dormir.
Moral da História (bolas, que chata! pá!) a falar:
Que vergonha, uma senhora tão crescida ter brincadeiras tão estúpidas e tão pouco pedagógicas, que até podem induzir a comportamentos perigosos, com uma criança pequenina! Shame on you! És pior que o pai do Calvin! Depois desta, o castigo: cinco mil chibatadas!